Capítulo 39

2K 296 184
                                    

Para melhor aproveitamento do capítulo, favor escutar a música. Atenciosamente, a direção. kkkkkk

-------


Enid, eu sinto sua falta.

Os alunos pareceram bem empolgados com o plano da Divina, iríamos colocá-lo em prática amanhã, no domingo. Feioso vai nos ajudar, ele vai alugar uma van e trazer a minha turma para Manhattan, mas para ser bem sincera, até amanhã de manhã é capaz de eu ter um derrame. Só que para esse sábado eu tinha outra obrigação.

Por algum motivo precisei respirar fundo ao entrar no escritório novamente. Abri a porta do armário que na verdade escondia um cofre, coloquei a senha e assim que a porta abriu, tirei a caixa sobre os quatro encadernados originais dos livros já publicados de Goody Addams. Coloquei tudo que estava na caixa de volta ao quadro preso a parede, a foto de Enid, as anotações sobre Faith, tudo. Liguei o computador e ao invés de abrir o arquivo antigo, eu o excluí. A história de Enid era completamente diferente do que eu estava pensando, mas o meu cérebro já havia reformulado um novo caminho, um novo fim e agora eu tinha um nome.

- My Sweet Sunflower – digitei.

Agora a história de Faith tinha um nome e parecia mais concreta em minha cabeça. Definitivamente ela parecia mais concreta, porque eu consegui desenvolver três capítulos durante todo o sábado e meu cérebro já estava agitado com as ideias para os próximos capítulos. Fiz notas nos post-it e colei no mural para não perder minha linha de raciocínio. Já passava de meia-noite quando tranquei o escritório. Eu iria primeiro finalizar a história, e mostraria ela pronta para Enid, talvez lendo o livro completo ela entendesse o meu objetivo com aquilo. Vai dar certo. Preciso falar com o Tyler e pedir que ele alinhe tudo com o jurídico para que os direitos autorais de My Sweet Sunflower vão direto para Enid, talvez seja preciso abrir uma conta para isso, bom, não sei, isso vai ser trabalho do Tyler.

Fechei o escritório com a chave e coloquei no meu bolso. Fui até a cozinha e fiz um chá, a fumaça ainda saía da caneca branca quando subi as escadas até o meu quarto. Dei um gole no líquido quente, abri a gaveta da minha mesinha de cabeceira e guardei a chave do escritório, vi a tela do meu celular acender e logo a música começar a tocar com o nome da Enid na tela.

- Saudades? – Falei ao atender com um sorriso no rosto.

- Posso saber onde você se meteu? – Seu tom não estava alterado, mas ela parecia preocupada.

- Em lugar nenhum, fiquei em casa o dia todo. Estava na sala de música trabalhando na apresentação das crianças – menti – e eu esqueci o celular no quarto.

- Nossa, baby, eu mandei um monte de mensagem para saber como você estava. Já estava quase indo aí para saber o que houve.

- Então a gente finge que eu não atendi a sua ligação e você vem aqui ver como eu estou. O que acha? – Mordi a ponta do meu polegar.

O que aconteceu comigo? O que essa garota fez, quer dizer, o que essa garota faz comigo?

- Wednesday, já é mais de meia-noite – ela riu.

- É, você vir de Brooklyn esse horário não parece uma boa opção. Mas eu posso te buscar.

- Baby – ela riu e eu tenho certeza que ela deve estar balançando a cabeça negativamente – já é mais de meia-noite, vai dormir que amanhã de manhã estou por aí.

- Que horas você vem?

- Hum... não sei. Nove horas está bom? – Ela perguntou.

- Está ótimo. Me encontra no Central Park?

La Belladonna  (Wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora