Capítulo 27

2.1K 329 128
                                    

Oiê!

Chegueeeeiii.... Trouxe chá de camomila e erva cidreira pra acalmar :D

------


Enid, naquele dia eu não consegui correr, eu não consegui te ajudar, apenas fiquei parada. Meu cérebro mandava eu correr, mas minhas pernas não entendiam o comando, meu cérebro me mandou gritar, mas minha voz não saiu, meu cérebro mandou eu pedir ajuda, mas meu corpo estava congelado.

- ENID! – Pugsley gritou e correu em sua direção.

Ouvi a agitação dos alunos atrás de mim, assustados, e meu irmão ajoelhado ao lado dela, com dois dedos em seu pescoço.

- Wednesday, pega a bolsa dela na sala – Meu irmão falou erguendo seu corpo e mesmo assim eu continuei parada olhando – WEDNESDAY – ele gritou como um cão raivoso e meu corpo pareceu despertar – pega as coisas da Enid na sala.

Corri para dentro, afastando os alunos que estavam na minha frente, fui até a mesa onde nós estávamos minutos atrás, puxei minha bolsa e a dela, e voltei para o lado de fora novamente, encontrei Pugsley com Enid no colo.

- Vocês estão liberados – meu irmão falou para os alunos – arrumem a sala e apaguem as luzes, depois podem ir para casa.

Ele falou enquanto começava a descer as escadas de madeira escura e eu corri atrás dele.

- Pega a chave do meu carro no meu bolso – Pugsley virou e eu enfiei a mão no bolso da sua calça jeans e peguei a chave do Volvo prata.

Acionei o alarme e entrei no banco de trás, e ele colocou Enid em meu colo.

- Não é melhor chamar a ambulância? – Perguntei e minha voz saiu trêmula demais.

- Não, tem um hospital há algumas quadras daqui – Feioso bateu a porta de trás do carro e abriu a do motorista, deu partida e acelerou – Wednesday – ele me olhou pelo retrovisor, Pugsley falava sério e de forma direta – se concentra.

Me concentrar, certo. Eu sei o que ele queria dizer: eu não poderia ter uma crise de pânico agora. Olhei para Enid e seus lábios estavam secos e da cor de uma folha de papel.

- Ela tem problema no coração, Pugsley – falei e o medo era escancarado na minha voz.

Meu irmão voltou a me olhar pelo retrovisor, arqueou as sobrancelhas e voltou sua atenção para a direção.

- Tá – ele respirou fundo e parecia tentar disfarçar seu nervosismo – quando chegar ao hospital a gente vai ligar para o papai.

Pugsley cortou um sinal vermelho e antes de dobrar em uma das esquinas de Queens, ele começou a buzinar deixando claro que não tinha intenção de parar para checar se viria carro. Meu irmão parou o veículo na entrada de um hospital, saiu do carro correndo e abriu minha porta, puxando Enid para o seu colo novamente. Corri atrás dele, entrando no hospital, um segurança e um médico que estavam na recepção correram em nossa direção.

- Manda trazerem a maca – o médico falou quando percebeu que o segurança se aproximava e o homem de uniforme azul saiu correndo por uma porta dupla – o que aconteceu? – Ele passou os olhos por Enid, provavelmente procurando por sangue, colocou o estetoscópio e direcionou em direção ao peito dela.

- Ela desmaiou – meu irmão respondeu – ela tem problema no coração.

- Qual problema? – O médico olhou para o Feiosos ainda segurando o estetoscópio contra o peito de Enid.

- Estenose mitral – ouvi o barulho das duas partes da porta dupla se abrirem com força, um homem e uma mulher empurravam uma maca, um de cada lado, seguidos pelo segurança.

La Belladonna  (Wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora