Capítulo 12

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Amanda POV's on:

Logo ao início do anoitecer, Antônio foi para o hotel em que estava hospedado. Ele iria se arrumar para o aniversário da Maria e pegaria suas malas para levá-las para casa do Dindinho. Ele tinha fechado apenas a estadia dos dias que precisaria ficar escondido da Maria. Não questionei se ele queria vim ou não ficar no flat comigo, pois no final, sabia que ele passaria maior parte do tempo ali.

Revirei minhas malas a procura do que usar, todos os looks possíveis e que eu mais gostava, mostravam as benditas marcas, eu estava uma mistura de ódio e satisfação. Raiva por não usar nada do que eu queria e satisfação por lembrar como aquelas marcas forma deixadas.

Após muito trabalho achei um vestido preto na altura dos meus joelhos e que sua gola era alta o suficiente para cobrir o estrago feito pelo Antônio. Joguei uma jaqueta jeans básica e escolhi um tênis para finalizar. Enquanto me maquiava o celular tocou, era a Pamela. Atendi a chamada, coloquei o aparelho na vertical, recostando-o no espelho do banheiro sobre a bancada. De imediato sorri ao visualizar o rosto da Pamela na tela.

— Oi, Pam! Como você tá? — disse animada enquanto limpava um pouco de pigmento brilhoso que tinha caído sobre meu vestido.

— Oi, Amanda Alice de França Meirelles! Está viva? Resolveu aparecer?! — ela dizia como se estivesse brava — Estou bem e você, doutora?

— Ótima — falei animada, tirei a jaqueta na intenção de não sujá-la e voltei ao espelho olhando como a maquiagem estava ficando.

— B dia Pam, significa o que? — gargalhei e ela continuou — custava mandar uma mensagem pra sua amiga? Um simples "eu cheguei no Rio, tá tudo certo".

— Meu celular descarregou assim que cheguei, desculpa amiga — disse voltando ao espelho esfumando o pigmento sobre minha pálpebra — coloquei o celular pra carregar bem tarde, e só peguei novamente aquele horário que mandei o bom dia. Desculpa mesmo.

— Estava ocupada? — fizemos um breve silêncio, mas eu comecei a rir despertando a curiosidade dela — sua safada, ele não estava em Miami?

— Não sei do que você está falando, Pamela — sorri olhando-a plenamente, procurei por um delineador e me aproximei ainda mais do espelho.

— Sonsa — ela gargalhou alto — por isso tá com essa voz alegre, essa pele bonita, toda animada! Estava trancafiada nesse flat tirando os atrasos.

— O que te deram? Você está a ter delírios — disse tentando ficar séria — o Sapato está em Miami.

— Sexo virtual não deixaria você feliz assim, isso aí foi seu macho ao vivo — ela ganhava a falar convicta e sentir o rosto corar — você não disse que estava indo com calma, Amanda Alice? Amigos? — olhei para o teto tentando disfarçar — você é muito sonsa garotinha! Vocês dois! — ela sussurrou — ele tá aí? — balancei a cabeça negativamente e ela continuou — ficam nessa de amigos e não podem ficar um segundo juntos sem irem direto para a cama.

Sorri levando um das mãos até a boca:— a gente se entende tão bem, Pam... tão bem — fiz bico e ela gargalhou — você tinha razão.... — ela bateu em alguma superfície fazendo barulho como se tocasse uma espécie de tambor, gargalhou a fazer graça.

— Fala de novo, gosto do som dessas palavras.

— Besta — disse a rir.

— Você está o que, Mandy? — ela sorria contente pulando com o celular a balançar.

— Feliz — disse e logo gargalhei — para, eu vou borrar minha maquiagem.

— Você tá apaixonada sua safada — ela disse se deitado na cama com o telefone colado ao rosto — arriada pelo pônei, enamorada, amando...

— Não coloque palavras na minha boca — soltei o objetivo, pegando um lápis e dando um pequeno retoque no meu olho esquerdo. O silêncio tomou conta do ambiente e olhei para a tela do celular, Pamela me olhava com os olhos semicerrados fixamente. Respirei fundo confessando por fim — estou mesmo, e pareço uma boba quando a gente tá perto. Satisfeita?

— Aaaawwwwm — ela fez pirraça fazendo carinhas fofas — eu tô feliz por você, Mandy — ela disse contente — muito mesmo, juro — ela fez com uma das mão o formato de coração, já eu soltei o lápis juntando as mãos e formando um coração completo — linda do meu coração — ela mandou um beijo de um jeito fofa que logo sumiu — agora, me diz como foi? — ela voltou a gargalhar — da última vez, você definiu com sua melhor foda.

— Cadê a Pamps, fofa? — disse e ela apenas pigarreou — ai amiga — respirei fundo relaxando os ombros fazendo-a sorrir — eu disse a outra, porque ainda não tinha acontecido essas.

— Essas? — ela jogou a cabeça pra trás a sorrir — a Victoria vai entrar em surto quando souber — abaixei levemente a gola da blusa mostrando as manchas sem dizer nada — mas o que é isso? — ela arregalou os olhos e se abanou — que fogo que vocês estão? Tesão de umas.. vinte Anittas.

— Talvez — sorri, mostrando três batons pra ela tentando mudar o assunto — qual fica melhor? — me aproximei da câmera fechando os olhos e exibindo a maquiagem — qual combina mais?

Pamela pensou um pouco e apontou:— Gosto desse vermelho, o do meio. Mas assim, como você tá pegando o tio da aniversariante, é melhor um que borre menos — a encarrai — esse primeiro borra menos — me afastei do celular cruzando os braços — que é? — ela disse perguntou aos risos — quer que as docshoes print metade do seu batom na boca do Sapato?

Sorri:— tá Pamela — disse colocando os outros batons sobre a bancada e passando o escolhido por ela.

— Vou deixar você em paz, depois a gente se fala — ela mandou uma sequência de beijou — beijos, divirta-se. Fica com Deus.

— Beijo — sorri fazendo coração pra ela — amo você. Amém, fica com Deus também.

— Boa sorte, vai conhecer a sogra — ela sorriu — talvez nem precise, ela me parece um amor.

— Já estou ansiosa... — sorri — eu te conto tudo depois — usei novamente a jaqueta, joguei os cabelos e pousei as mãos na cintura — e aí?

— Pegava — ela disse me fazendo sorrir — tá linda amiga, arrasa!

— obrigada — disse me aproximando do telefone e mando um beijo estalado — beijo Pamps — ela acenou mandando um beijo e desligou.

Olhei no espelho outra vez conferindo o look:— vamos? — disse pra eu mesma antes de sair do banheiro apagando a luz.

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