Capítulo 45

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Amanda POV's on:

Tirei os sapatos abrindo o zíper do vestido que usava. Soltei a respiração pesada e aliviado ao deixar a peça cair no chão da sala. Caminhei trajando só lingerie pelos cômodos da casa com as mãos na base da coluna. Sentia aquela região queimar. Minha barriga não estava mais discreta, estava avantajada e um pouco maior que o tamanho normal de uma gravidez de 22 semanas. Eu começava sentir o peso. Ainda mais com a rotina longa de gravação. Estava exausta no fim do dia, parecia que a minha coluna se desmancharia.

Peguei um copo de suco na geladeira dando um gole caprichado. Levei um susto ao ver algumas flores e chocolates sobre a mesa da cozinha. Olhei o presente e encontrei um bilhete fofo assinado com o nome do Antônio.

Ele tem feito essas surpresas nos últimos dias. Tem tentado fazer presente mesmo a distância. Flores, cafés da manhã, jantares... Sempre uma coisinha para animar os dias e diminuir a distância. Na última semana conseguiu vim ao Brasil de surpresa. Quase me matou de susto, achei que estava a ver miragem. Mas não era alucinações, era ele. Antônio ficou apenas 2 dias, não foi o suficiente para matar toda a saudade, mas foi o suficiente para escolhermos o nome da nossa menina e passar 48 horas grudados.

Sorri boba pegando o celular e ligando para o moreno. De imediato ele atendeu, coloquei o aparelho recostado na parede sobre a pia da cozinha segurando as flores:— gostou das flo... uau, o que é isso? — Antônio sorriu de lado esfregando as mãos e assoviando  — a diversão hoje começou cedo! — gargalhei colocando o buquê sobre a pia.

— Eu amei, são lindas! Obrigada — sorri fofa e ele fez o mesmo fazendo um coração com as mãos — mas não empolga... — apoiei as mãos novamente nas costas — eu tô acabada, hoje — fiz bico — estou assim — apontei a lingerie — porque o vestido estava apertado e eu só imaginava chegar em casa e tirar ele — arregalei os olhos fazendo-o sorrir — não tá fácil, garotinho — acariciei a barriga olhando o pequeno vinco na pele causado pela roupa justa — preciso pedir figurinos maiores, usar menos saltos. Tá começando a ficar complicado.

— Tá sentindo dores nas costas, Amandinha? — perguntou — é a coisa mais linda desse mundo.

— Um pouco... — respirei ficando de lado e pousando as mãos na parte inferior da minha barriga — a minha barriga?

— Também, mas estou falando de você! — ela sorriu — você é linda!

Sorri tímida fazendo pouse:— agradecida.

— Próxima surpresa vai ser uma massagista — Antônio cruzou os braços — você precisa relaxar.

— Por favor — juntei as mãos — eu preciso muito.

— Como está as gravações? — ele perguntou colocando o celular em um lugar qualquer enquanto pegava um fruta pra comer.

— Puxadas, porém muito legal — sorri empolgada — eu tô muito feliz amor, essa temporada me trás a sensação que será melhor recebida que a outra, e olha quem primeira teve uma repercussão muito boa — ela abriu um sorriso largo — no último episódio vou receber as meninas, Pam, as Anas e Vic.

— Que bom, meu amor! Vai ser sim! — ele pegou o celular de volta sentando no sofá comendo uma maçã — eu tô louco pra assistir, tenho certeza que vai ser lindo.

— Você vai adorar! Esclarecemos muita coisa, inclusive tem respostas inspiraras no meu hipocondríaco favorito — sorri mandando um beijo pra ele.

Antônio fingiu sorri:— que engraçado, Amanda. Não te pergunto mais nada — ele fez bico enquanto eu sorria — falando nisso, é... eu voltei sentir dores no meu joelho que pode ser, amor?

Gargalhei:— eu amo tanto você — disse caminhando até o sofá onde me sentei — pode ser muita coisa, querido. Como anda os treinos? Tá pegando pesado?

— Sim, só ontem e hoje que fomos leve por causa da dor.

— Certo — pensei um pouco — a dorzinha é em um lugar específico? Já falou com fisio sobre essa dor?

Antônio voluteou a câmera apontando-a para o joelho:— ainda não — ele passou uma das mãos no joelho — é bem aqui, princesa.

— Olha, dores nessa região, normalmente é lesõesinha meniscal — ele virou a câmera pousando o rosto no encosto do sofá — tem que ir no fisio ou ortopedista pra averiguar. O quanto antes, amor.

— Poxa, será possível Amandinha? — ele fez bico me olhando — tu acha que é lesão de novo?

— Não estou dizendo que é, mas tem possibilidades. Você tem que ver o quanto antes.

Ele respirou fundo:— vou ver isso.

Demorei a dormir aquela noite. Eu estava com insônia e Antônio também. Não desligamos a ligação pra nada, tomamos banho a papear, jantamos, assistimos o mesmo filme, conversamos mais um pouco... Quando finalmente peguei no sono, eu nem fazia ideia das horas.

Acordei na manhã seguinte cheia de preguiça, olhei o relógio e já beirava o meio-dia. Olhei o celular e o Antônio já tinha mandando mensagens de bom dia e zoações por eu ter pego no sono no meio de nossa conversa. Minha gravação seria só a tarde, e já era quase tarde.

Tomei um banho e pedi uma salada para o almoço, não consegui comer. Eu ainda sentia alguns enjoos de vez em quando. Estava com uma alimentação bastante saudável e restrita, estava uma grávida exemplar. Mas hoje, talvez eu e Olívia desejássemos algo diferente, algo menos saudável. Liguei para Bel pedindo companhia para o almoço, ela aceitou de imediato.

Fomos a um restaurante perto de onde seria as minhas gravações. Paramos na porta e antes de entrar Bel sorriu questionando-me:— que cara é essa, mulher?

— Belzita, eu quero comer outra coisa — disse olhando ao nosso redor.

— Nada de salada ou almoço normal, entendi. Um japa?

— Também não — minha boca começará a salivar assim que pensei o que queria comer — eu queria um hambúrguer com bastante cheddar, uma porção de batata frita e um copo de suco de limão — respirei fundo — eu não consigo comer outra coisa que não seja isso.

— Isso é desejo? — a morena sorriu — o Sapato vai me matar se souber que estou deixando vocês duas sem almoço.

— Eu tô com desejo, vou ficar deprimida se não comer — Bel apenas balançou a cabeça me puxando pelo braço — eu tô triste Isabel, eu tô com vontade de chorar só de pensar em comer outra coisa.

— Calma, querida — seguimos a caminhar juntas, Bel olhou para os dois lados da via e me puxou pela mão atravessando a rua.

— Estamos indo para o estúdio? — questionei confusa.

— Não, eu conheço um hamburgueria aqui pertinho. Lá  vende hambúrguer artesanal, você vai gostar e matar o desejo.

Acho que trabalhei mais contente aquela tarde, meu primeiro desejo de grávida estava realizado e a gravação foi bastante tranquila. Voltei pra casa um pouco tarde, mas alegre. Não consegui falar com o Antônio durante o dia, tentei falar com ele no caminho para casa e sem sucesso. Ele havia evaporado.

Depois do banho, recebi uma mensagem de texto dele pedindo desculpas por não retornar as chamadas e explicando que teve um dia corrido. Ele estava a caminho academia, e falou que conversaríamos pela manhã. Estranhei seu comportamento, mas não questionei nada. Apenas dei o espaço que ele parecia precisar.

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Oiie pessoal! Como vocês estão? 🤍
Os últimos dias foram badalados, né?
Estava com esse capítulo pronto a alguns dias, resolvi postar hoje e aproveitar para já batermos um papo.
Ainda estou pensando se é viável ou não continuar escrevendo, estou tentando me entender comigo... Mas gostaria de um retorno de vocês, ouvi-los, saber a opinião de vocês.
Ainda sentem o desejo de ler a história ou não?

intense feelingsOnde histórias criam vida. Descubra agora