Amanda POV's on:A madrugada varava, estava quase amanhecendo e eu não havia conseguido dormir. Estava tão ansiosa que sentia borboletas passearem no meu estômago, as mãos formigarem, a mente acelerada a pensar mil coisas... era uma sensação muito louca. Acho que Antônio sentia a mesma coisa, o homem rolou na cama, desceu para beber água mil vezes, trocou Olívia, a colocou no berço, trouxe para o nosso quarto, no berço de novo... e ainda parecia sobrar bastante tempo. Tempo esse que passou em piscar de olhos nos últimos, tão rápido que de dias se transformou em horas.
— Linda? — Antônio perguntou baixinho quebrando o silêncio — tá acordada?
— Sim... — disse me virando e ficando cara a cara com ele — tá ansioso? — disse juntando nossas mãos.
— Mais ou menos... — ele sorriu sem mostrar os dentes — e você?
— Também... — sorri.
— Uma ansiedade boa ou ruim? — ele acariciou minha mão.
— Boa! — disse de imediato o olhando nos olhos.
— Que alívio... — ele sorriu — pensei que quisesse fugir do casamento.
Gargalhei baixinho a cochichar:— a gente já tá casado no civil, não tem para onde fugir — colei meu nariz ao dele.
— Mas a benção significa muito mais! — ele me deu um selinho.
— E você, não vai fugir garotinho?
— Vou sim... — ele acarinhou meu rosto e eu semicerrei os olhos — para Angra dos Reis com uma loirinha e a cópia dela, mas em miniatura e de cabelos escuros... — abri um sorriso largo e o beijei.
Fomos para o espaço onde aconteceria nosso casamento, ainda bem cedinho. O lugar vasto e bem dividido, já estava sendo organizado quando chegamos por lá. As estruturas preparadas para nos arrumarmos também já estava a nossa espera, era um pouco mais afastado do local da festa, mas na mesma propriedade. Havíamos separado duas casas distintas e distantes, uma seria para as mulheres e outras para os homens. Tínhamos equipes para tudo, seria um dia de realeza para todos.
Algumas madrinhas e padrinhos viriam passar o dia conosco, outros, só viriam a cerimônia. Estava olhando de longe a paisagem linda que nos cercava e esperando a banheira terminar de se encher, quando minha mãe entrou no quarto devagar. Sorriu e fez um delicado carinho em meus ombros:— o que a minha menina tá pensando? — a mais velha beijou meu rosto afagando meus cabelos.
— Como acertamos na escolha do lugar, aqui é lindo! — sorri a abraçando.
— É lindo mesmo... — minha mãe escorregou as mãos por meus cabelos vagarosamente, beijando minha testa em seguida — tá feliz?
— Muito! — sorri, olhando-a — eu vou casar, mãe! — falei feliz sentindo os olhos molharem e vi que os dela também marejavam a brilhar.
— Eu tô tão feliz por você! — ela beijou minha testa novamente e me concedeu um abraço terno — achei uma coisa, filha... — ela acarinhou meu rosto — quem escreveu foi uma Amanda sonhadora, menor que a minha Amanda de hoje, com os cabelos um pouquinho mais escuros, bochechas fofas.... — ela tocou a ponta do meu nariz me fazendo sorrir — mas que tinha esses mesmos olhinhos! — a mais velha tirou do bolso do roupão um pequeno diário. Eu reconhecia bem, cheio de figuras coladas e desenhos feitos a mão em sua capa, aquele caderno eu havia ganhado de uma tia quando tinha pouco mais que 9 anos. Sempre cuidadosa e amorosa, minha mãe havia guardado por anos.
— Meu Deus! — disse pegando o pequeno caderno olhando-o calmante.
— Acho que você vai gostar de ler... — ela beijou meu rosto novamente e saiu me deixando sozinha.
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intense feelings
RomantizmTudo pode nos tocar a alma. Por um milésimos de segundos ou até nosso último segundo de vida. Depende da intensidade. #docshoe