Capítulo 50

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Amanda POV's on:

Estava deitada com a cabeça no colo da minha mãe, enquanto recebia um cafuné. Dona Wilma havia se despedido e embarcada pela manhã. Já minha mãe, voltaria para casa no fim da tarde. A sensação que eu tinha é que eu já estava sentindo falta de seu colo. Quase não nos víamos, então as despedidas sempre eram doídas.

— Querem café? Acabei de passar — escutamos a voz distante que vinha da cozinha.

— Já descemos, querido! — gritei de volta, fechando os olhos quase cochilando.

— Mentindo, Amanda Alice? — minha mãe perguntou sorrindo, ao ver meus olhos piscando devagar. Uma de suas mãos macias, tocaram meu rosto com carinho.

— Tenho que aproveitar esse cafuné, já tô com saudade — fiz bico beijando sua mão que estava próxima a meu rosto.

— Daqui a 10 dias estamos juntas de novo, minha menina — falou de forma doce beijando meus cabelos — ou a senhorita não vai passar o natal conosco?

— Temos que analisar isso, mãe... — falei acarinhando sua mão — eu e o Antônio não queríamos passar o natal separados, queríamos dar um jeito de juntar todo mundo. Aqui no Rio, ou na Bahia, ou em João Pessoa, não sabemos onde... Mas eu queria estar com vocês e com ele. O Antônio a mesma coisa. Ele sempre passa os natais com a dona Wilma — respirei fundo — não podemos viajar pra tantos lugares , meu médico não vai liberar tanta agitação. E o natal é um dia só.

— Eu sei que sempre passamos os natais juntinhos, e se não achar uma alternativa pra juntar todo mundo, não se preocupa com a gente... — ela sorriu — quero que faça o que vai doer menos no seu coraçãozinho. O Antônio também é sua família agora, filha. Tem que estar com o seu mari... namora... — ela pensou um pouco tentando rotular — com a pessoa que você ama.

Gargalhei com sua confusão:— isso — entrelacei nossas mãos dando um sorriso para ela — vamos dar um jeito, mãe.

— Não quero que fique se preocupando com isso, só segue seu coração. Tenho certeza que nós ou o Antônio vamos entender — ela beijou minha testa afagando os fios do meu cabelo — eu amo você, Amanda Alice.

— Eu também, mãe. Amo muito — sorri a puxando para o abraço.

— Agora me diz o que realmente está passando nessa cabecinha... — ela tocou com a ponta do dedo indicador na minha testa — anda muito pensativa.

Sorri:— será que a gente vai dar conta, mãe?

— Do que, minha querida?

— De um bebê — falei olhando-a, minha mãe de imediato abriu um sorriso soltando um riso de alívio.

— Você comandava uma UTI, doutora Amanda Alice, está com medo de um bebezinho?

— É diferente... — falei confusa — eu vou preparar alguém para o mundo.

— Você é uma grande mulher e o Antônio um grande homem, Olívia estará em ótimas mãos. Você vai acertar, errar, errar, acertar de novo... só não pode colocar nada acima do amor e respeito. Seu coração vai mostrar o caminho — ela sorriu — você já é um boa mãe, desde quando treinava com o Lucas lá atrás.

Gargalhei:— formação de ponta!

Aproveitei o máximo que pude. No fim da tarde, eu e Antônio levamos minha mãe até o aeroporto. Foi inevitável, nós as duas choramos feito criança. Mas fiquei grata pelos dias que ela passou conosco.

Ao chegarmos em casa Antônio se jogou no soja colocando a cabeça em meu colo:— Oi princesa do papai — falou acariciando minha barriga — quanto tempo para Olívia interagir comigo? — ele me perguntou a sorrir.

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