Capítulo 74

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Antônio POV's on:

Meu treino estava pesadíssimo e meu foco estava impecável, um competidor dedicado. Nas últimas semanas cheguei a participar como comentarista de algumas lutas e adorei, porém, agora eu estava apenas treinando. Eu já estava no peso necessário, agora devia apenas manter, meus treinos estavam intensos e muito disciplinados. Estava treinando duas vezes aos dia e alguns dias da semana ainda fazia musculação. Os dias eram intensos e produtivos, a parte ruim eram as noites e os períodos em que estava em casa. Minha casa de tantos anos, me parecia estranha, tudo extremamente organizado e em um silêncio ensurdecedor, era terrível. Sentia falta das coisinhas de Olívia pela casa, carinho, bebê conforto, fralda, mamadeira, seu chorinho cheio de dengo, a risadinha ao nos avistar chegando para buscá-la no berço... até da mala de Amanda que estava prestes a fazer aniversário no canto do quarto, me fazia falta. Tudo. Amanda e Olívia é o que alegra meus dias. Durante esses 19 dias, eu só sentia falta o tempo inteiro. E ainda faltava duas longas semanas para elas virem.

Estava na pausa do treino a paper com os meus colegas sobre as provocações nojentas do meu adversário, era um dos assuntos mais comentados, ainda mais depois que deixei claro que não revidaria, que única energia que gastaria com ele, seria no dia de nossa luta. Reclamava da má postura do homem, quando Cigano chegou atrasado, cumprimentou todos e se sentou ao meu lado. O homem sorriu de modo fofo e tocou meu ombro.

— Oh para aí — apontei para o homem — tá querendo alguma coisa né?

— Eu amo você, Sapatinho — falou fofo fazendo carinho no meu cabelo.

— Manda — tentei fugir, mas o homem me agarrou fazendo pirraça.

— Mano, meu carro me deixou na mão, eu tenho que pegar as crianças na escola, o tio sapato não quer me emprestar o carro? — ele sorriu fofo.

— Não — falei sorrindo.

— Pego eles na escola e volto para te buscar, e você almoça lá em casa... — falou sorrindo — Isa está preparando aquela feijoadinha.

— Você sabe que é o meu irmão, o que é meu é seu — falei abraçando-o e o homem gargalhou.

— Filho da puta interesseiro — sorriu.

Entreguei as chaves para Cigano e voltei ao treino. Finalizei meu circuito bem mais tarde do que esperado, tomei um banho e nem sinal do Cigano, já estava quase pedindo um carro por aplicativo quando o homem chegou. As crianças sentadas no carro sorriam animadas, ao me verem entrar, gritaram de imediato.

Não demoramos durante o almoço para não atrasarmos o treino da tarde. Mas antes de voltarmos, brinquei um pouco com as crianças, a Maria estava cheia de estrelas brilhantes e tatuagens da Barbie esperando uma cobaia para seu salão de beleza. Como de costume, eu e Cigano fomos os modelos da menina. A caminho da academia, deixamos o Bento na natação e a Maria no balé. Eu achava um graça aquelas escolas, as roupinhas todas iguais e os pingos de gente a dançar, tenho certeza que convencerei Amanda a colocar a nossa Olívia no balé quando ela estiver maiorzinha.

Já era noite quando estava voltando pra casa, Cigano queria chamar um Uber, mas me comprometi a deixá-lo em casa. No trajeto, liguei para a Amanda enquanto dirigia, ela não atendeu, apenas me mandou algumas mensagens dizendo que estava atolada de coisas, mas que me ligaria mais tarde. Junto com as mensagens uma foto de Olívia dormindo em seu ombro, apenas admirei a minha princesinha que parecia está maior e com as bochechas cada dia mais fofas.

— Que dia o tio Cigano vai ser cliente do salão da Olívia? — perguntei virando a tela do meu celular para o homem.

Ele sorriu bobo pegando o celular e olhando a foto:— ela é tão fofinha — admirou — a cara da mãe — gargalhou.

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