Capítulo 24

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Antônio POV's on:

Passamos pouco tempos juntos aquele dia, apenas os horários iniciais da manhã. Eu gravaria um podcast, depois algumas reuniões sobre a possibilidade do PFL no Brasil. A Amanda daria início ao curso presencial, depois ela teria algumas reuniões para fechar parcerias e trabalhos. Graças a Deus, ela estava conseguindo fechar ótimos e variáveis trabalhos, coisas que ela queria muito. Eu estava muito feliz em presenciar suas novas conquistas.

Cheguei ao apartamento dela durante a noite. Amanda estava usando um roupão cor de rosa com o celular na mão. Seu semblante não parecia tão contente. Os pés inquietos a balançar sobre o sofá, a mão vazia a mexer nos cabelos. Eu conhecia bem aquilo, ela estava ansiosa:— Oi?! — disse chamando sua atenção momentânea enquanto fechava a porta atrás de mim.

— Oi — ela disse me olhando rápido e voltando os olhos para o aparelho celular. Sua respiração pesada pode ser notada do outro lado da sala.

— Aconteceu alguma coisa? — falei me aproximando e beijando sua fronte.

— O mesmo de sempre... — ela disse irritada — matérias desnecessárias e tendenciosas — Amanda me entregou o celular saindo do ambiente. Ela caminhou em passos firmes em direção a cozinha. Comecei a ler os prints no aparelho seguindo-a até o outro cômodo. Chegando lá, Amanda encheu um copo com água dando um grande gole e jogando o restante do líquido na pia. Inquieta, pousou as mãos na bancada e respirou fundo olhando para o teto como se tentasse não chorar.

— Amor, não liga pra isso... — disse tocando levemente seu ombro — eu sei que chateia, a mídia é podre... mas não podemos deixar isso nos ferir.

— Eu não consigo — ela disse irritada — você sabe que eu costumo não ligar para opniões e pensamento alheios, mas ler esse tanto de patifaria, essas mentiras... — ela apontou para o celular — não tem como não ligar, não tem como seguir ignorando essas coisas... Não tem como! — Amanda esfregou as mãos uma na outra, cruzando os braços enquanto girava o corpo, recostando as cotas na bancada — ficam a expor pessoas que estão no nosso convívio. Eu escolhi de certa forma ser pública, meus amigos, minha família... Não! — Amanda falou rápido nervosa, lhe fazendo falhar a voz — se isso já me chateia, imagina a minha família vendo isso? — pausou tentando recuperar a respiração — Eles sabem que não é nada do que tá escrito aí, mas o tanto de comentários maldosos e piadas que devem receber... É horrível de pensar! E não podem nem rebater nada, aguentam tudo para preservar a gente.

— Amanda, eu te entendo.... Amor, eu tô nesse meio a anos eu sei como é horrível, como é chato tudo isso... eu ja passei por essas coisa e tô passando, é nosso nome que tá aí — respirei fundo — você faz ideia como eu fico por dentro lendo tudo isso? Mas rebater não adianta, não temos muito o fazer.

Amanda ficou quieta voltando para a sala e eu fiz o mesmo. Ela esfregou a mão sobre a testa me olhando:— a gente sabe que tem como amenizar isso...

— Amanda... — tentei falar, mas ela respirou fundo me cortando.

— É egotista da nossa parte viver um conto de fadas feliz nos bastidores, sacrificando a paz dos outros. Isso não é só sobre os meus, é o seu entorno também... ou você esqueceu do quase namoro da Paulinha chegando ao fim porque as matérias afirmavam que vocês estavam em viagem romântica pela Bahia? E ela nem tinha como dizer que você tinha namorada, eles não seguiram juntos porque é segredo nosso relacionamento — eu continuava quieto deixando-a desabafar — vamos ficar assim mais quanto tempo? — ela cruzou os braços — temos motivos? Temos, mas pra ser sincera, eu tenho achado que o preço que está custando aos outros não vale mais a pena.

— Não vale a pena a gente tá junto? — disse franzindo o cenho e arqueando a sobrancelha.

— Pelo amor de Deus — ela disse respirando fundo —  não vale a pena escondermos! A gente tá junto e se forem pra falar, que pelo menos falem do que é real.

intense feelingsOnde histórias criam vida. Descubra agora