Capítulo 71

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Amanda POV's on:

Não terminamos a nossa conversa. Quando subi, o Antônio estava no quarto de Olívia, ele olhava a garota que estava a dormir. Não interferi, apenas fui para o no nosso quarto. Não consegui dormir, mas também não chamei o Antônio, ele também não veio para o quarto, estava chateado. Não havíamos agido como adultos, deixamos a vontade de estar com a razão tomar conta do momento. Eu estava confusa, as palavras que Conan tinha dito na noite anterior em uma parte pareciam fazer sentido. Conheci Antônio lesionado, e sempre vi e acompanhei seu desejo de voltar a lutar, não poderia de jeito algum atrapalhar o que tanto o faz feliz. Mas também não poderia abster a minha própria felicidade, amo a medicina e me sinto realizada falando dela.

As poucas vezes que Olívia acordou durante a noite, Antônio estava por perto. Pegou a garota, ninou, deu mamadeira, trocou fralda.... Enquanto eu monitorava tudo pela babá eletrônica, esperando que ele me chamasse. Mas não aconteceu. Para evitar o clima chato que havia se instaurado desde a nossa conversa, não fui até lá, o deixei livre para quando quisesse falar. Apenas pelo amanhecer ele trouxe Olívia. Acordada, ela balançava os pezinhos segurando a chupeta com uma das mãozinhas. Parecia vigorada, enquanto eu e Antônio parecíamos zumbis, depois de uma noite longa e pensativa.

— Eu vou tomar um banho, tentei colocá-la pra dormir, mas não rolou. Ela não quer ficar sozinha... — falou se aproximando e me entregando a bebê.

— Bom dia, meu amor — falei recebendo a menina e lhe enchendo de beijos — dormiu bem minha princesa? — Antônio colocou o babador sobre a cama saindo.

Eu tomava um sol na sacada com a Olívia, quando o Antônio retornou da corrida que havia feito no quarteirão. O homem olhou nos duas se longe e subiu sem dizer uma palavra. Assim que Olívia pegou no sono, subi atrás de Antônio. Fechei a porta atrás de mim e cruzei os braços encarado o homem. Ele estava com uma toalha enrolada na cintura encarando o closet, analisava suas próprias roupas. Olhou pra mim por um certo tempo, depois estendeu uma camisa sobre o corpo analisando-a.

Ao notar que eu continuava parada o encarando, o homem perguntou:— que foi, Amanda?

— Eu que pergunto. Até quando vamos ficar nessa? — apontei pra ele e depois pra mim — vamos sentar e conversar como um casal de adultos? Ou vamos continuar de cara virada?

— Pensei que você já tivesse dito tudo e dado a sentença — falou calmamente — pareceu que você tinha bastante certeza da sua visão, e fim.

— Antônio, sem piadas por favor... — respirei fundo esfregando a mão na testa — sério, jogo limpo. Colocar as cartas na mesa e resolver no diálogo, vamos resolver nossas questões juntos. Eu tava irritada com o que Conan falou, pensei tudo do meu jeito e falei besteira, desculpa. Sério, não devia ter dito aquilo, me desculpa.

— Conan, falou? — arqueou a sobrancelha, largou a camisa cruzando os braços.

— É, mas não importa...  — me aproximei sentando na cama — eu quero que você me diga o que pensa, acha, deseja... você! Nós dois, como a dupla que a gente sempre foi.

Antônio se aproximou sentando na cama ao meu lado e respirou fundo olhando minhas mãos juntas:— fala — ele disso me olhando de canto.

— Eu já falei, quero ouvir você! — o olhei.

Antônio sorriu nervoso esfregando as mãos no rosto:— sinceramente? — perguntou e consenti com a cabeça — eu não sei! — ele falou prontamente — é a segunda oportunidade mais promissora da minha vida, eu tô sonhando com uma luta desde a minha primeira cirurgia a quase três anos, mas eu quero tá perto de vocês. A Olívia tá crescendo tão rápido, cada dia é uma coisinha nova, é fascinante acompanhar tudo — ele sorriu com os olhinhos brilhando — imagine o tanto de coisa que eu posso perder se eu ficar longe dela quase três meses? Eu não quero, Amanda! — ele abaixou os olhos tristonho — você disse que perder noites atrapalharia meus treinos, mas o que vai tirar todo o meu foco, é saber que eu tô longe de vocês, que vou chegar em casa e não vou sentir o cheirinho da minha filha, que não vou poder ficar simplesmente a madrugada toda admirando ela dormir... não funciono mais sem vocês duas.

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