Capítulo 80

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Antônio POV's on:

10 segundos. Um tempo que consideramos ínfimo, rápido, insignificante, veloz... um piscar de olhos. Ou melhor, cinquenta piscadas de olhos. Durante a vida, já esperei por um espaço de tempo bem maior, mas a ansiedade naquele período, o transformava em um tempo congelado, contado vagarosamente com um conta gotas.

Eu caminhava eufórico com o coração prestes a explodir dentro meu peito, mas toda aquela agitação parecia contida a mim, já que depois da queda de meu adversário, tudo ao meu redor parecia passar lentamente. Tudo.

Os gritos.

Os olhares.

E principalmente.

O tempo!

E como quando apertamos um botão tirando o filme do mudo e do slow motion, aconteceu quando escutei o apito do juíz dando como finalizado o combate. Tudo parecia ter saído do transe, as vozes em um coro de comemoração tomaram conta de todo espaço, me trazendo a sensação de mundo real. Meu técnico, minha equipe, minha família, meus amigos, meus fãs... todo mundo ali presente vibrava. Sim, a vitória era minha. Em uma luta de 5 rounds, eu havia vencido na metade do terceiro com um nocaute milimetricamente bem executado. Não tive outra reação a não ser chorar. Cair ajoelhado no octógono deixando que as lágrimas caíssem. Eu estava realizado, feliz, grato. Era uma das melhores sensações que já senti. E o melhor, eu também sentia cada vibração vinda das pessoas que torciam por mim.

Agradeci a Deus enquanto me debruçava em lágrimas com a cabeça afundada no chão do octógono. Senti o abraço coletivo da minha equipe, todos estavam ao meu redor gritando eufóricos enquanto me balançava. E ao erguer um pouco o rosto, avistei a minha ancoragem na plateia. Linda com seu vestido vermelho, com os cabelos loiros e ondulados jogados sobre os ombros, a minha mulher chorava emocionada. Minha mãe e meus amigos pulavam abraçando-a. Amanda mal conseguia gritar do tanto que estava emocionada e feliz. Assim como eu, a loira só conseguia chorar.

Em todas as pausas da luta, olhei em sua direção, me acalmava vê-la. Sempre atenta e apreensiva, ela não tirava seus olhos nenhum momento de mim. Agora, tranquila com a vitória, permitiu-se tapar os olhos com as mãos tentando controlar o choro de alegria. Era daquela loira de pouquinho mais de um 1,60 que vinha toda a minha força.

Enquanto os paramédicos ajudavam o Jake a se sentar, lhe prestando um primeiro atendimento. Eu subi na grade do octógono para conseguir enxergar melhor todos e receber os aplausos da minha torcida. Contentes e uniformizados, eles vibravam por mim. Cigano cutucou a loira apontando para a grade, mostrando onde eu estava. Ao me avistar, Amanda sorriu fazendo um coração com as mãos gritando que me amava. Sorri de volta mandando uma sequência de beijos para minha noiva.

— Eu te amo... — disse olhando-a — é nosso, princesa! — falei contente e acenei para os demais gritando feliz.

— Meu campeão! — ela sussurrou com os olhos brilhando. Eu a amo de um jeito imensurável.

Eu beijei a tatuagem que fica na parte interna do meu braço, a mesma que fizemos juntos, que melhor representa nós dois. Ela sorriu ainda mais vendo a cena, enchendo os olhos de lágrimas e fez o mesmo que eu, depositou um beijo sobre o tecido que cobria seu o braço no local exato que sua tatuagem se encontra.

Desci da grade, e sair da gaiola indo de encontro a minha mulher. Abri os braços e a loira saltou agarrando meu pescoço. Abracei forte seu corpo, enchendo seu rosto de beijos.

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