A casa agora está vazia, aparentemente deram por encerrada a falsa festa, entendi tarde demais que era tudo uma encenação para fazer fotos que provavelmente virariam notícia de sites de fofoca no dia seguinte. Embora eu tenha vivido boa parte da minha vida nesse meio, eu ainda não compreendo muito bem as coisas que acontecem do lado da fama, todos os dias algo novo me surpreende.
Restando apenas Freen, Tee, Jim, Kade e eu, estamos agora comendo sushi sentadas sobre o tapete persa da sala reservada da casa cenográfica de Freen. Decidi apelidar a casa assim, por ser exatamente o que ela parece para mim.
Depois de olhar com mais calma, eu me lembro delas também, de vê-las na série e também naquele dia da visitação.
Passado aquela tensão do primeiro momento, elas relaxaram completamente com a minha presença, percebo que em momento algum elas tiveram a intenção de me tratarem mal. Só são extremamente protetoras com a amiga delas, com o pouco que eu sei sobre como os outros atores a tratam, consigo entender os motivos delas. Mas agora que entenderam que não represento nenhuma ameaça, me receberam de braços abertos. Até mais do que isso, me receberam como membro honorário desse estranho grupo.
– Nos conte sobre você, Becky – Jim pede. – Queremos saber tudo.
Kade balança a cabeça animadamente concordando.
Freen me lança um olhar de incentivo.
Apesar de eu já me sentir mais confortável perto delas, ainda me sinto um pouco tímida, mais uma vez eu sou a novata.
– Eu não tenho muito o que contar, eu acho – Digo brincando com os hashis em minhas mãos.
– Eu duvido – Tee interveio. – Você disse que foi adotada, certo?
– Oh, sim – Sorrio ao pensar na minha família. – Pouco antes do orfanato encerrar as atividades, todas as crianças seriam transferidas para outras casas lares, mas eu tive a sorte de ficar em um lar temporário com dois homens incríveis. Eles não pensaram duas vezes em me adotar.
– Provavelmente foi aí que seu rastro se esfriou – Tee ponderou. – Quando fomos em busca da papelada do orfanato, só conseguimos os documentos de transferência, não havia nada sobre adoções.
Eu sorrio ao pensar nisso.
– Vocês se empenharam mesmo – Digo.
– Claro que sim – Freen garante.
– Tanto que Tee escolheu cursar direito como o pai, mas com foco na vara da família, mais especificamente atuando em casos de adoção – Jim explica.
– E a Ab ainda contribui financeiramente com todos os orfanatos que receberam as crianças transferidas – Acrescenta Kade.
Eu olho para ela com ainda mais admiração, sem saber que isso era possível, Freen desvia sua atenção para a comida que ela se esforçava para comer.
– Acredito que aquele dia tenha marcado todas nós – Jim afirma.
– Mais pessoas do que imagina – Eu concordo. – Na verdade, um dos homens que me adotou, eu também conheci naquele dia.
– Armstrong – O rosto de Freen se acendeu repentinamente, à medida com que compreendia. – O diretor Ben Armstrong?
Eu assinto com a cabeça.
– Você é filha do Ben? – Jim quase grita, levando suas mãos à boca.
– Sim, e Osman Kurt – Concordo sorrindo.
Todas estão maravilhadas, por seus comentários eu percebo o tamanho do carinho que elas ainda tinham por ele, que dirigia aquela série na época. Elas se referem a ele como uma figura paterna para o elenco, aparentemente o papai sempre foi um pai, mesmo antes de ser.
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Duas Marcas - Freenbecky (GAP)
FanfictionE se GAP a história de Sam e Mon tivesse acontecido em um outro contexto? Rebecca era apenas uma criança que vivia em um orfanato, quando teve a chance de viver a melhor experiência de sua vida. Um estúdio local estava produzindo uma série sobre lar...