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Aviso: Esse capítulo pode causar queda de pressão aos mais sensíveis.
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Dessa vez eu trouxe mais que uma mala de mão comigo, talvez eu tenha até exagerado, pra ser sincera. Quando estou de volta ao meu quarto de hotel, começo a arrumar minhas coisas, me preparando para fazer o check-out.
Não era um hotel ruim, na verdade era um dos mais bem avaliados daqui, e também era próximo ao estúdio da Idol Factory. Mas por mais irritante que Freen fosse, dessa vez ela tinha razão, não poderia continuar num lugar que não me oferecia o mínimo de segurança. Apesar de eu não ter uma popularidade tão elevada quanto a dela, ainda era uma figura pública, corria alguns riscos por conta disso. Isso nunca havia sido uma preocupação para mim antes, mas agora é.
Agora estou desfazendo minhas malas em um hotel mais caro, em um quarto que possui três ambientes integrados, e que fica à vinte quilômetros de distância da Idol Factory. Acabo de transformar meu percurso de dez minutos todos os dias, para ir e para voltar, em uma viagem de uma hora de ida e uma hora para voltar.
Pelo menos, agora me sinto um pouco mais tranquila. Não sei qual é a relação com o espaço, mas mesmo assim, com um quarto do triplo do tamanho do anterior, estou, sim, me sentindo mais segura. Além do mais, esse quarto agora possuí uma banheira enorme de hidromassagem. Então é isso que decido fazer primeiro.
Despejo os sais de banho e ligo a hidromassagem, até que a superfície da água esteja completamente tomada por uma densa camada de espuma e bolhas de sabão. A água está perfeitamente quente, no limite da temperatura que provavelmente ficaria insuportável para um ser humano normal estar. Mas é como eu gosto.
Apesar da temperatura do quarto estar sempre com o ar condicionado ajustado em poucos graus, eu gosto de banhos quentes.
Consigo relaxar todos os meus músculos, deixando minha cabeça cair sobre o apoio lateral da borda e fechando meus olhos por alguns minutos.
– Não é seguro.
O grito que escapa da minha garganta tenho certeza de que pode ser ouvido a dois quarteirões de distância. Salto involuntariamente na água, fazendo com que parte da espuma seja derramada pelo chão do banheiro.
Meu corpo treme convulsivamente dentro da água, por baixo de toda aquela camada de bolhas, levo as mãos instintivamente ao peito de forma protetora, não que ela pudesse ver alguma coisa de onde estava.
Freen está parada sob o batente da porta do banheiro com olhos alarmados e braços cruzados.
– Por que está gritando? – Ela diz irritada.
Isso faz minha raiva crescer instantaneamente.
– Mas que porra você está fazendo aqui!? – Eu grito para ela.
Ela balança a cabeça negativamente. – Que boca suja você tem, princesinha.
– Vai embora daqui! – Grito ainda mais alto.
Freen estende suas mãos em sinal de rendição e então deixa o banheiro, encostando a porta atrás de si.
Nem me dou ao trabalho de enxaguar a espuma do corpo, apenas me enrolo com uma toalha qualquer e saio do banheiro à passos duros na intenção de ligar para a recepção e descarregar todas as palavras de baixo calão que conheço.
– Não é seguro.
Eu escorrego com os pés molhados e descalços sobre o piso de madeira e caio deitada no chão, eu grito. Mas dessa vez não foi pelo segundo susto seguido, nem pela dor que agora se espalha por todo meu corpo, foi por raiva.
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Duas Marcas - Freenbecky (GAP)
FanficE se GAP a história de Sam e Mon tivesse acontecido em um outro contexto? Rebecca era apenas uma criança que vivia em um orfanato, quando teve a chance de viver a melhor experiência de sua vida. Um estúdio local estava produzindo uma série sobre lar...