14 - Aquele em que o caos começa

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3 atualizações em menos de 24hrs, que isso hein?! Aí vocês me perguntam, a autora tem dormido? Claro que não 😪


***


Estamos de volta à casa de Freen, mas ao chegarmos tivemos a péssima surpresa de encontrar o tempo chuvoso, tivemos sorte de o jatinho ter conseguido pousar sem problemas. Mas assim que pisamos em solo, aquela leveza e alegria que eu havia presenciado nos últimos dias, haviam desaparecido da bela atriz.

Durante o jantar que, não sendo surpresa para ninguém, foi sushi, ficamos em silêncio enquanto uma música clássica era reproduzida em alto volume pela Alexa. Ainda que todas as janelas e portas de vidro estivessem cobertas pelas persianas, e que não conseguíssemos escutar muito do ruído lá de fora, Freen continuava reativa e inquieta.

Por mais que eu tentasse, não conseguia ajudar em muita coisa, não tinha muito o que eu pudesse fazer.

Algum tempo depois, rolando de um lado para o outro em minha cama sem conseguir dormir, eu não consegui parar de pensar nela. Também tinha uma sensação esquisita na minha cama, parecia grande demais agora.

Consigo ouvir o som alto de uma trovoada do lado de fora e imediatamente me preocupo, crio coragem para levantar e caminho até o quarto de Freen. Bato delicadamente na porta, pois se ela estiver dormindo não quero que acorde, e coloco minha cabeça para dentro do cômodo. As luzes estão acesas, mas não a vejo na cama, apenas um pequeno montinho sob o edredom.

– Freen? – Sussurro. – Está acordada?

Vejo o pequeno montinho se movimentando, como resposta ela apenas descobriu parte de seu rosto, mais especificamente seus olhos de cachorrinho.

Meu peito se aperta.

Me aproximo da cama. – Se não se importar, eu posso ficar aqui até você dormir.

– Eu não me importo – Ela responde rapidamente e volta a cobrir sua cabeça.

Nesse momento, ela se parece com um ratinho acuado.

Aciono os controles na mesinha de cabeceira apagando as luzes, deixando apenas uma luz fraca acesa sobre a cabeceira da cama e rastejo para debaixo do edredom. Ali, além dela ter mantido todas as luzes do quarto acesas para inutilmente cobrir a cabeça, ela ainda manteve a lanterna de seu celular ligada.

– Você também tem medo de escuro? – Questiono sussurrando, como se minha voz fosse acordar alguém.

– Não.

– Então por que a lanterna?

Ela me olha e parece pensar por um minuto, apagando logo em seguida. Mas alguns segundos depois ela volta à acender, nos encaramos em silêncio embaixo do edredom.

– O que você costuma fazer em noites assim? – Sondo-a.

– Isso – Ela dá de ombros.

Posso ver que mesmo que ela não esteja fazendo nada e que sua estratégia seja a pior possível e bem inútil também, ela faz o melhor que pode.

– Poderia chamar o Heng para dormir com você – Sugiro. – Assim pelo menos não ficaria sozinha.

Ela bufa. – Eu não durmo com o Heng.

– Nunca? – Questiono com espanto.

Freen nega com a cabeça.

Meu cérebro parece ter ficado mais lento do que o normal, demoro muito para processar aquela informação.

– Vocês têm esse tipo de pacto de não fazer sexo antes do casamento? – Pergunto com curiosidade.

Não é uma pergunta que eu normalmente teria coragem de fazer para as pessoas, mas quando o assunto era Freen Sarocha, eu queria saber o quanto pudesse.

Duas Marcas - Freenbecky (GAP)Onde histórias criam vida. Descubra agora