38 - Aquele das fotos reveladas

5.1K 428 158
                                    

Nota: Que fique claro que qualquer semelhança de Duas Marcas com os recentes acontecimentos reais não passam de meras coincidências, e que a autora se exime da responsabilidade e alega não ter parte com o sobrenatural... Mentira, copiaram a fic na cara dura e estamos entrando com processo contra a Idol Factory por plágio.

Boa leitura! ❤

***

– Culpado.

Vejo a cor sumir da face de Heng, sua boca se abre, mas ele não emite nenhum som. De algum canto do outro lado da sala ouço o choro alto de alguém, de uma mulher, mas não posso identificar de quem, e estou petrificada demais agora para olhar. Meus olhos estão fixos no homem que não fez absolutamente nada de errado além de proteger uma amiga.

O juiz segue falando sua sentença, mas agora eu já não ouço nada além de um zumbido, tudo fica em câmera lenta e minha visão parece escurecer, meu foco se torna menor. Vejo-o se levantar lentamente, seu rosto pálido ainda em choque, seus lábios entreabertos, Heng apenas se permite ser algemado como um criminoso, sem conseguir reagir ou processar o que acaba de acontecer.

Agora estão levando-o para fora da sala.

– Não! – Eu grito.

É só o que eu consigo fazer.

Segundos antes de desaparecer, seu olhar encontra o meu, vejo o medo em seus olhos, vejo a injustiça, vejo tristeza, vejo mágoa, vejo raiva, mas não arrependimento.

Eu pego meu celular e ligo para o contato que conheço de cor, com um fio de esperança de que dessa vez serei atendida. Mas assim que a chamada cai na caixa postal, eu também caio na real. Ela não vai me atender, assim como não vai responder minhas mensagens. Eu não sei onde ela está, outra vez.

Volto para casa, para a nossa casa vazia e escura, que deveria ser segura, mas eu não me sinto mais segura em parte alguma. Desligo todos os aparelhos eletrônicos da casa, acendo velas e desligo todo o fornecimento de energia também, nenhuma corrente elétrica passando pela fiação, qualquer coisa aqui poderia ser uma ameaça em potencial.

Suas fotos íntimas e vídeos estão espalhados por todos os sites de notícias e fofocas, e por todas as redes sociais, estão por toda parte. Mas ela não está em parte alguma.

Ver ou não ver é sempre o meu maior dilema, ao mesmo tempo em que preciso saber a proporção que isso tomou, me mata por dentro um pouco mais cada vez que vejo algo relacionado. Me sinto mais impotente do que nunca, me sinto fria, mas não posso dizer que me sinto vazia, estou tão cheia de raiva. Eu sinto uma raiva crescente me dominando dos pés à cabeça, não uma raiva quente e impulsiva, uma raiva fria, calculada e perigosa, tudo o que eu sou agora é raiva.

Meu coração está acelerado.

Estou suando frio.

Em algum lugar ao longe ouço batidas na porta, tento ignorar, mas o som começa a ficar mais forte e mais alto. Mais irritante, mais insistente.

Acordo num salto.

Ainda entorpecida, eu olho de um lado para o outro, a claridade do dia invade o quarto por todas as janelas através das finas cortinas de linho.

– O que foi? – A outra mulher na cama questiona ainda sem abrir os olhos e com a voz abafada, provavelmente tendo despertado com o meu susto.

– Nada, meu amor – Tranquilizo-a, acariciando seu braço suavemente.

Ainda estou tomando consciência e ainda estou tentando diferir o que era sonho e o que é realidade, quando ouço batidas fortes na porta do quarto.

Freen dessa vez parece ouvir também e abre os olhos.

Duas Marcas - Freenbecky (GAP)Onde histórias criam vida. Descubra agora