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Voltamos para casa e aguardamos o baba chegar, eu queria ter ido para o hospital na mesma hora em que recebi sua mensagem. Mas novamente isso não adiantaria de nada, eu ainda não posso ver o meu pai. Cada segundo de espera parecia uma eternidade, torturante.
Quando ouço o barulho da porta se abrindo, corro para lá imediatamente.
– É uma infecção – Baba suspira. – Era um risco que corríamos, as chances de acontecer eram enormes.
– E agora? – Questiono sentindo o chão sumir de sob meus pés.
– Já entraram com os antibióticos, mas a febre não está cedendo. Uma infecção desse nível em um paciente que acabou de passar por uma cirurgia de reparação no fígado é de alto risco.
Eu não entendo quase nada do que ele está me dizendo, mas as palavras "alto risco" ecoam em minha mente.
Fico em silêncio, sem saber o que dizer, sem saber o que fazer. Ao mesmo tempo que milhares de pensamentos cruzam a minha cabeça agora, parece um grande vazio ali.
– Eu vou tomar um banho e volto para lá.
Baba beija minha cabeça e toca gentilmente o ombro de Freen, antes de seguir para seu quarto.
Ela se aproxima de mim e acaricia meu braço, só consigo mirar o vazio. Está tudo uma confusão agora, sinto como se estivesse à beira de um precipício, a um palmo de cair, mas talvez um palmo não seja tanto assim.
Mais tarde naquela noite, com a febre ainda alta e papai correndo o risco de entrar em estado de sepse, finalmente baba permite que eu vá até o hospital. Eu queria ter feito isso há muito tempo, mas o fato de ele ter permitido que eu viesse é um mal sinal, não me faz sentir melhor.
Mesmo que eu não possa entrar na UTI, ele vai tentar fazer com que eu veja o papai através de uma porta de vidro. Eu tenho a sensação ruim de que isso esteja acontecendo para que eu possa me despedir, e essa sensação cruza meu corpo como uma nuvem escura encobrindo tudo de bom que eu conheço. O mundo parece um lugar ruim agora, fora e dentro de mim.
Freen e eu estamos na sala de espera, eu balanço minha perna sem controle.
Até que vejo o baba, vestido com seu jaleco branco, vindo em nossa direção pelo corredor.
Me levanto rapidamente e troco um breve olhar com Freen, que me oferece um sorriso de incentivo. Vou ao encontro dele contando meus passos, como se a cada passo que eu desse estava mais perto da despedida, não estou pronta para me despedir.
Caminhamos juntos e em silêncio pelos corredores e escadas, até chegarmos ao local do nosso objetivo, as paredes claras e o cheiro característico de limpeza excessiva. Tudo faz minha cabeça girar.
'Não chore, Rebecca, aguente firme.'
Digo a mim mesma repetidas vezes, preciso ser forte.
Não posso desabar na frente do baba, se eu estou mal, nem posso imaginar como ele está. É o amor da vida dele, a pessoa com quem ele dividiu metade de uma vida. Mas pensar nisso também não está me ajudando a manter o controle.
Respiro fundo e me viro para a porta, com meus olhos ainda mirando o chão, preciso criar coragem para olhar para cima. Quando finalmente faço, consigo ver o leito mais à frente, dentro do quarto. Reconheço seus cabelos levemente grisalhos e curtos, mas quase não sou capaz de ver seu rosto atrás da máscara de oxigênio, vejo o papai ligado a várias máquinas ao mesmo tempo.
Meu peito se aperta, não consigo olhar por muito tempo, desvio o olhar de volta para o chão quando sinto meus olhos arderem.
'Aguente.'
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Duas Marcas - Freenbecky (GAP)
FanfictionE se GAP a história de Sam e Mon tivesse acontecido em um outro contexto? Rebecca era apenas uma criança que vivia em um orfanato, quando teve a chance de viver a melhor experiência de sua vida. Um estúdio local estava produzindo uma série sobre lar...