45 - Aquele do aniversário (parte I)

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O último capítulo ficou maior do que deveria, então foi dividido.

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Um mês se passou e Saint havia feito exatamente o que disse que faria, apesar de estar receosa, não estava surpresa. Por pior que ele fosse, mesmo em suas chantagens, ele sempre cumpriu o que prometeu. Entregou todo o material que a viúva do escória havia encontrado para os investigadores.

Envolvendo o nome de uma das maiores produtoras da atualidade, que era a Idol Factory, óbvio que o caso não ficou em sigilo por muito tempo. Logo só se falava nisso nos jornais e mídias de todo tipo, a informação que tinham é que já haviam sido identificadas mais de cem vítimas. Mas principalmente, mais trinta envolvidos além de Sipat. Os nomes das vítimas não foram divulgados para sua própria segurança, mas os nomes dos responsáveis começaram a ganhar notoriedade e encabeçar as colunas informativas por todo canto.

Não seria um caso fácil, havia muita gente poderosa envolvida e as vítimas continuavam escondidas com medo da retaliação que as atingiria, da mesma forma que já havia se escondido antes pelo mesmo motivo. Eu obviamente temia pelo que poderia acontecer com elas, especialmente Freen, mas pela primeira vez eu senti orgulho porque algo estava sendo feito.

Freen e Mind deram entrevistas e participaram de eventos públicos incentivando vítimas de todos os tipos de opressão a não terem medo, que apesar de as vezes ser lenta e falha, ainda precisamos acreditar que a justiça existe.

A casa nova que Freen havia comprado ficou pronta, tivemos que contratar uma empresa de consultoria para nos ajudar a mobiliar, já que tudo o que aquela bela atriz conseguiu pensar foi em um sofá amarelo, é claro, e um enorme tapete felpudo para a sala. Eu também não era exatamente uma especialista no assunto. A casa nova também ficava localizada em um condomínio, mas dessa vez não era nenhum condomínio de luxo, era um condomínio familiar e com espaços enormes entre uma casa e outra. Não se via muito famosos andando pelas ruas, mas pessoas comuns passeando com seus cachorros e crianças andando de bicicleta.

Fomos visitar meus pais, já que parte da mudança também envolvia a minha mudança, e minhas coisas estavam todas aqui. Por mais que eu passasse todo o meu tempo lá, nunca realmente pareceu definitivo, até esse momento, me senti estranha.

– Você não vai levar aquilo? – Ouço a voz de Freen atrás de mim, enquanto eu enrolava mais que o normal para dobrar minhas roupas.

Olho na direção em que seu dedo está apontado, para o teto sobre a minha cama. Me praguejo mentalmente mais um milhão de vezes por ainda não ter arrancado aquele poster dali.

– Eu não preciso mais dele – garanto, deixando um beijo rápido em seus lábios. – Posso dormir olhando pra você.

– E o que vai colocar no nosso teto?

– Não precisamos colocar nada no teto.

Minha resposta não parece suficiente para ela, já que ainda encara o teto com as sobrancelhas arqueadas, mais uma vez eu não tenho ideia do que ela está pensando.

Volto a arrumar minhas coisas, nunca tinha me dado conta da quantidade de coisas que eu tinha até precisar empacotar tudo.

– Nesse ritmo não vai terminar nunca – a voz do baba soa pelo espaço da porta entreaberta.

Encostado sob o batente com os braços cruzados, ele me encarava com diversão.

Dou de ombros. – Eu não preciso levar tudo também, não é como se eu nunca mais fosse voltar aqui.

– O quê? – Agora ele parecia sério. – De jeito nenhum, esperamos muito tempo por esse momento. Vai ser como viver uma segunda lua de mel.

– Tem razão, – papai se aproxima, passando seu braço por sobre os ombros do baba. – foram longos anos, querida. Junte suas coisas.

Duas Marcas - Freenbecky (GAP)Onde histórias criam vida. Descubra agora