13 - Aquele em que vai do céu ao inferno

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Vocês não estão pra brincadeira mesmo, então tomem aqui mais um capítulo!!!❤

***

Vejo algo cruzar seus olhos, enquanto ainda estão fixos nos meus. Sem dizer nada, ela começa a afastar os cobertores para se levantar da cama.

– Aonde você vai? – Questiono confusa.

– Para a sala.

– Por que?

– Vamos precisar de um sofá – Ela explica.

Fecho os olhos, me arrependendo de ter proposto aquilo.

Sinto-me mal por me aproveitar da situação, o que eu quero não tem absolutamente nenhuma relação com trabalho, mas ela diferente de mim continua sendo profissional. Eu só quero ter aquela sensação novamente, mesmo não sabendo explicar o que é.

– Não precisamos de um sofá – Digo, fazendo sinal para que ela volte para a cama. – Vamos fingir que isso é um sofá, ok?

– Mas é uma cama.

Eu suspiro. – Então feche os olhos.

Ela se senta novamente, encostada na cabeceira e com suas pernas esticadas. Assim como instruí, ela fecha os seus olhos.

Me aproximo dela, estou tão perto de seu rosto que consigo ver cada detalhe de sua pele clara, consigo ver até as quase imperceptíveis sardas sob seus olhos, ela é perfeita mesmo sem nenhum resquício de maquiagem. O cheiro que emana dela, mesmo que ela não tenha usado nenhum perfume ao sair do banho, ainda é atraentemente bom e indescritível, algo como flores e frutas de verão.

– Só imagine que estamos em um sofá – Peço num sussurro, próximo ao seu rosto.

Seus olhos se abrem e encontram os meus, ela assente com a cabeça. Parece tão calma e tranquila, enquanto eu sinto meu coração acelerado e os batimentos ecoarem em minha cabeça. Meu corpo esquenta exponencialmente, tenho quase certeza de que meu rosto está corado agora.

Começo a dizer meu texto, enquanto seus olhos estão focados nos meus, por vezes eu me perco no personagem e desço meu olhar para seus lábios. Ela está séria, não se mexe nem um centímetro sequer. Começo a me preocupar e interrompo a cena.

– Tudo bem? – Pergunto.

– Sim.

– Posso continuar?

– Até onde você vai?

– Até o final – Afirmo.

Vejo-a engolir em seco, meus olhos analisam cada micro reação dela, por mais que eu tente não consigo desviar minha atenção.

– Mas ainda não saiu totalmente – Ela justifica insegura, tocando os lábios com a ponta dos dedos.

– Tudo bem, eu não vou te machucar – Prometo.

Eu não conseguia pensar em mais nada, talvez nesse momento eu realmente não fosse mais a Becky, as sensações e a ousadia que me dominam são totalmente da personagem. Assim como o desejo de continuar.

Freen fecha os olhos e balança a cabeça rapidamente, então quando volta a me olhar, consigo ver suas pupilas dilatando e toda a insegurança desaparecendo. Vejo que ela também resolveu entrar no personagem, agora nos desfazemos de todas as barreiras das atrizes, somos apenas eu e ela, Sam e Mon.

Volto a dizer meu texto sem me importar com as pequenas pausas, estou impaciente, então falo de forma corrida e arrastada ao mesmo tempo. Faço minhas ameaças no meu melhor tom provocativo, chego a me aproximar para falar mais perto de seu ouvido em alguns momentos, vejo-a reagir a isso.

Duas Marcas - Freenbecky (GAP)Onde histórias criam vida. Descubra agora