SandCastles - DocShoe

Que porra tá acontecendo? 😶

Antônio.

Eu sabia que Amanda estava brava comigo e não tiro os motivos dela, Rodrigo já vinha dando pequenas alfinetadas a semanas e eu engolindo sapos e mais sapos porque sei da importância dele na vida dela.

Mas no momento em que percebi que a namorada dele também estava achando estranho suas últimas movimentações não tive mais dúvida que o problema dele era pessoal contra mim ou contra esse novo relacionamento de Amanda.

Não aguentei me segurar, tive que demonstrar meu incômodo com a situação. Mas eu admiro ter passado do tom pra ocasião.

Ele merecia um chega pra lá? Sim. Mas não ali em público e tampouco por conta de uma coisa tão pequena.

- Amandinha, a gente pode conversar? — tentei iniciar uma conversa.

- Eu acho melhor não Antônio, amanhã quando você e eu estivermos com os ânimos menos alterados a gente conversa.

- Por favor... — praticamente implorei com o olhar, não poderia deixar ela ir embora sem me conseguir me explicar igual aconteceu da última vez.

Ela assentiu com a cabeça e logo sentou no sofá.

- Eu exagerei, admito. Me desculpa! Mas é que tem dias que eu tô percebendo o Rodrigo tentando alfinetar nossa relação ou até mesmo se colocando no meio de nós.

- Você tá exagerando. — ela pontuou.

Talvez eu estivesse mesmo, talvez... Mas algo me dizia que não.

- Pode ser que eu esteja linda, mas é o que eu tô sentindo. Ele quis insinuar que é mais importante na sua vida que eu — pensei e respirei fundo — não que eu esteja falando que estou no nível dele, mas eu sou seu namorado, sabe? Não é legal ouvir essa tipo de coisa — era a segunda vez que eu falava de namoro hoje e a reação dela era sempre a mesma, marasmo.

- Não existe essa de mais ou menos importante Antônio, cada um ocupa um lugar diferente na minha vida, então... — cortei sua fala

- Eu sei Amandinha, e é isso que eu tava tentando falar, mas talvez eu tenha me expressado errado.

- Talvez?? Você deu um piti, um verdadeiro show da Xuxa no meio do Giga por absolutamente nada e acha que talvez tenha se expressado errado? — ela falou indignada.

- Por absolutamente nada? — falei tão indignado quanto — Porra Amanda, eu acabei de explicar a você meus motivos pra ter me estressado, Dani também estava incomodada, era só ver a reação dela com a situação e digo mais, se isso acontecesse ao contrário, ele jamais defenderia você como você está fazendo aqui por ele, você mesma disse que ele nunca fez nada pela relação de vocês...

Nesse momento, vi Amanda levantar do sofá rapidamente virando de costas pra mim.

- Eu não acredito que você tá falando sobre a minha amizade com Rodrigo... Sinceramente eu te contei sobre isso confiando em você e não creio que você tem coragem de jogar uma coisa dolorosa dessa na minha cara na primeira oportunidade. Se você quer fazer isso dar certo, igual eu quero do fundo do meu coração que dê, comece separando as coisas e entendendo que seu lugar na minha vida que é diferente do lugar dele.
Estou contigo porque gosto de você, gosto mesmo.

- Você pode até gostar de mim Amanda, mas eu sou louco por você.

Ela respirou fundo, nitidamente estava procurando algo a dizer procurando uma solução pra aquilo.

Mas nada falou.

E o silencio dela me doeu.

- Acho que a gente precisa respirar um pouco, os dois. — ela enfim falou, passando a mão lentamente nos cabelos — a gente se fala depois, pode ser?

- Como você quiser! — falei já impaciente — e me levantei pra abrir a porta pra ela.

Eu a adorava, mas me incomoda muito o fato dela não parecer muito aberta ao diálogo imediato, já eu, ansioso que sou, sempre prefiro resolver as coisas na hora pra conseguir dormir em paz.

Então isso havia se tornado um grande problema entre nós, provavelmente o maior deles.

- Tchau Antônio!
- Tchau Amanda! Quando chegar em casa me avisa, por favor.
- Aviso sim.

Ela não avisou.

Liguei, ela não atendeu.

Mandei mensagem, ela não respondeu.

Talvez ela estivesse dormindo ou com a cabeça quente ainda por tudo o que aconteceu hoje.

Adormeci depois de um tempo, depois de assistir um filme pela metade.

Cerca de 3hr da manhã recebo uma ligação no meu celular, era Fred.

- Alô? — falei ainda sonolento.

- Papato? — Fred falou com uma voz meio trêmula — graças a Deus irmão, onde você está? — estranhei o tom de voz do meu amigo.

- Estou em casa irmão, tá tudo bem contigo? — falei preocupado.

- Estou bem, é que... não sei como vou te dizer isso, preciso que você fique calmo. — essa frase obviamente teve efeito contrário, eu fiquei extremamente nervoso.

- FRED QUE PORRA TÁ ACONTECENDO???? — falei praticamente gritando com ele.

- A Amanda cara, ela... ela sofreu um acidente grave de carro.