Quer namorar comigo? 💘

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Amanda.

Minha cabeça girava de forma violenta, estava zonza e não tinha muita noção de onde estava e nem por quanto tempo estive ali, mas assim que abri meus olhos vi uma cena que acalentou o meu coração: Antônio e Rodrigo juntos abraçados na minha frente!

Assim que o abraço terminou ambos voltaram os olhares pra mim e vi ali dois olhares de puro amor em minha direção.

- Linda!
- Princesa!
Ambos falaram ao mesmo tempo.

Vieram os dois em minha direção e cada um foi para um lado do leito e seguraram cada um em uma mão praticamente ao mesmo tempo. Voltei meu olhar para os dois e pude enxergar lagrimas nos olhos de ambos.

- Que bom que você tá aqui, meu amor. Consegue me ouvir? — Antônio perguntou e eu assenti como resposta.

- Você está bem? — Rodrigo perguntou logo em seguida e eu assenti novamente.

Rodrigo saiu do quarto logo em seguida pra procurar um médico pra avisar que eu finalmente tinha aberto os olhos.

Quando olhei pra Antônio, lá estava ele, lindo vestia um jeans de lavagem clara, uma camiseta branca e o tênis branco que eu amava. Ele estava com os olhos lagrimejados, sentou-se e deu um beijo a costa da minha mão.

- Você não imagina a minha felicidade em ver você com esses olhinhos abertos. Eu esperei muito por isso Amandinha, todos os dias!

Foi involuntário o sorriso em minha boca, até tentei falar, mas minha voz saia tão baixa que mal conseguia me ouvir:

- O que aconteceu? — perguntei um pouco confusa.

- Você sofreu um acidente meu amor, mas não vamos falar sobre isso agora, tudo bem? Você acabou de acordar, está muito fraca ainda. Quando você estiver melhor falamos sobre isso e vamos esclarecer tudo, tá? Eu prometo. — assenti com a cabeça mais uma vez.

Eu não me lembrava de quase nada sobre o tal acidente, a minha última lembrança foi Lari me contando sobre a infidelidade de Dani e logo após um farol alto, provavelmente de um carro desgovernado vindo em minha direção.

Meu Deus, a Lari, como será que ela esta? — pensei comigo mesma.

- Cadê a Lari? — perguntei pra Antonio ainda com a voz baixa.

- Puta merda, tô tão feliz em te ver que esqueci de avisar pra ela que você acordou. Pera aí amor, eu preciso ligar pra ela agora mesmo. — ele falou enquanto pegava o celular no bolso.

Antes que ele pudesse discar, um homem negro, alto e com óculos estiloso entrou na sala acompanhado de Rodrigo. Antônio desistiu de ligar e apenas começou a digitar algo, o que eu acredito ser mensagem uma pra Lari.

- Amanda, boa tarde! Fico feliz que você tenha acordado da sedação.
Meu nome é Fernando e eu sou seu médico, provavelmente os rapazes ainda não te atualizaram do seu quadro clínico, certo? Fiquei sabendo que você é médica, então tenho certeza que você vai entender os termos médicos direitinho. — ele começou dizendo — a senhorita deu entrada no hospital a 13 dias atrás com um TCE moderado e uma PIC um pouco alta. Devido a gravidade do acidente, você foi submetida a uma cirurgia acromioclavicular e uma pequena atroplastia de cotovelo no seu braço esquerdo, por isso ele está totalmente imobilizado.

Tudo o que passava na minha cabeça era: Puta que pariu, eu quase morri, foi isso mesmo? E sim, era basicamente isso, sofrer um TCE moderado com aumento de PIC era no mínimo preocupante, o que me fazia ser muito grata por estar viva e bem.

- Sua sedação foi sendo diminuída nos últimos 4 dias, até ser totalmente interrompida ontem de madrugada, então por conta do pouco tempo da retirada do medicamento, é provável que você sinta enjoo e eventualmente acabe vomitando, certo? Pode ficar tranquila que não é gravidez, é só efeito da sedação — ele falou dando risada e eu assenti com a cabeça, eu sabia como tudo isso funcionava.

- Você consegue falar comigo? — ele continuou — enquanto observava os olhares atentos do loiro e do moreno ao meu lado.

- Acho que sim, Dr. — falei.

- Suas cordas vocais estão um pouco desidratadas por conta do tempo de internação, por isso sua voz está tão baixa, mas aos poucos vai voltando ao normal, tudo bem? — novamente eu assenti — preciso continuar a ronda por todos os pacientes, qualquer dúvida ou qualquer dor e intercorrência é só apertar esse botão vermelho ao seu lado que logo chega uma equipe médica de plantão aqui. Até mais Amanda.

- Obrigada Doutor. — Antônio falou, sentando-se na poltrona ao meu lado me fazendo virar a cabeça em sua direção.

Antes que eu pudesse tentar falar alto, ouço o barulho da porta, viro minha cabeça lentamente em direção a ela e lá está Larissa, com seus cabelos pretos e longos, uma calça jeans e uma jaqueta preta, e um rosto assustado, quando os olhos dela me encontraram, ela já chorava copiosamente.

- Graças a Deus! — ela repetia incontáveis vezes enquanto se debruçava e colocava a cabeça em meu peito — desculpa amiga, me desculpa. Me perdoa, por favor.

- Eiiii, fica calma! Eu to aqui, eu to bem. — falei tentando tranquiliza-la.

- Mas poderia não estar e seria tudo culpa minha, me perdoa, por favor.

- Para com isso — falei passando meus braços em volta dela — a culpa não foi sua, tá tudo bem, eu te amo Larinha!

- Eu te amo muito Amandex, muito!

Não consegui evitar um sorriso, quando vi Fred entrar pela porta.

- Você está oficialmente proibida de dar esse susto na gente de novo, você tá me ouvindo? — ele falava enquanto beijava minha testa.

- Sim senhor. — o respondi com um um sorriso no rosto.

A tarde foi passando e aos poucos as pessoas foram entrando e saindo do quarto, incluindo meus pais e meu irmão, o que me fez ficar extremamente feliz, eu sentia muita falta deles.

Fiz minha primeira refeição e olha, nunca pensei que agradeceria tanto em comer uma sopa de batatas rala e sem gosto, típica de hospital. Mas eu estava grata que aquela parecia a melhor sopa do mundo.

Antônio não me largou em nenhum instante do dia, sempre ali, prestativo, comunicativo e preocupado.

Hoje ele seria o responsável por passar a noite comigo e eu não poderia estar mais feliz com isso. vê-lo assim que abri os olhos me trouxe uma sensação de conforto, mesmo não estando assimilando tudo o que tinha acontecido comigo e o motivo de eu estar em um leito de hospital.

Que sorte minha tê-lo em minha vida, que sorte a minha ter encontrado ele e que sorte a minha que o coração dele me pertencesse.

Eu nunca havia me sentido amada de verdade até conhecer Antônio e eu não poderia esperar mais um dia pra chamá-lo oficialmente de meu.

- Gatinho, poderia vir aqui, por favor? — o chamei.

- Claro linda, tá tudo bem? Precisa que eu chame um médico? Tá com dor? — ele perguntava com preocupação na voz.

- Não, está tudo bem. Aliás, está tudo ótimo desde que você apareceu. Antônio, eu sei que talvez agora não seja uma boa hora. Mas tem uma coisa que eu preciso saber...

- Claro, linda. O que você quiser... — ele disse passando a mão em meus cabelos.

- Antônio, você — respirei fundo — você quer namorar comigo?

SandCastles - DocShoeOnde histórias criam vida. Descubra agora