O dilema do almoço! 😬

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Amanda.

Acordei disposta depois que finalmente recebi a notícia que meu carro estava pronto e eu poderia buscar no mecânico.
Depois de buscá-lo decidi ir até a academia logo pela manhã, assim depois do expediente de trabalho poderia ir pra casa e relaxar e talvez rever um pouco o conteúdo da apresentação do meu TCC que já seria na próxima semana.

Assim que cheguei a academia já avistei o meu gatinho dando tudo de sí em um dos cages, quase que automaticamente parei do lado de fora e fiquei esperando um pouco até que ele tivesse um intervalinho para que eu conseguisse dar bom dia.
Assim que esse intervalo veio, ele andou em minha direção e fez um biquinho para que eu desse um selinho nele pelo buraco da grade do cage e assim fiz.

- Que milagre é esse você por aqui tão cedo? — ele perguntou entusiasmado — ficou com saudade de mim? — dessa vez falou rindo.

- Você se acha né garoto? Eu só acordei disposta hoje. — respondi dando de ombros.

- Ahhhhh, tá, mas se acordou disposta e nem dormiu comigo é porque sonhou comigo então. — ele falou levantando as sobrancelha rapidamente e eu revirei os olhos em resposta. — O que pretende fazer depois daqui? Almoça comigo hoje? A gente pode sair um pouco antes do 12:00, assim você consegue almoçar com calma e ainda chegar ao hospital a tempo. Topa?

- Claro que topo. Só vim te desejar um bom treino gatinho, vou subir. Até daqui a pouco então — selei meus lábios no dele pelo buraco da grade novamente.

- Beijo, minha linda! Bom treino pra você também. Até!

Quando ia me afastando do cage onde Antônio treinava, logo avisei Rodrigo dessa vez parecia estar com um humor melhor, já que assim que me viu abriu aquele sorriso deve que eu tanto gostava.

- Bom dia princesa!

- Oi Rod, tá tudo bem contigo? — falei enquanto ele me abraçava de forma apertada.

- Está sim, queria te pedir desculpas por aquele dia lá em cima, é que eu não estava em um bom dia. — ele falou quase que olhando pro chão.

Fiquei feliz que ele reconheceu e se desculpou por aquele momento no mínimo estranho...

- Mas está tudo bem agora? Você sabe que quando precisar conversar estou aqui né? Principalmente nos dias ruins, estou disponível para conselhos, elogios, puxões de orelha e até mesmo só pra ficar como ouvinte. — falei com um sorriso no canto da boca.

E era verdade mesmo, estaria aqui por ele sempre. Nosso vínculo é super forte desde criança e apesar de não estarmos na nossa melhor fase, ele ainda era o Rodrigo, meu melhor amigo.

- Eu sei disso, e fico muito grato. Eu também estou aqui por você Amandex, minha princesa — me falou me olhando no fundo dos olhos, sem quebrar o contato visual por nenhum segundo.

- Érrr, eu preciso ir Rod, beijo — falei cortando o contato visual desconfortável rapidamente e subindo rumo a musculação.

O que tinha sido aquilo? Aquele olhar era diferente. Não era o olhar que eu estava acostumada a receber dele enfim... — balancei a cabeça negativamente querendo dar fim naquele pensamento — deve ser coisa da minha cabeça, se concentra Amanda, para de ser louca e se concentra no treino.

Assim que acabei minha série de exercícios, desci rapidamente ao vestiário pra tomar um banho para ir almoçar com Antônio, que a esse horário provavelmente já estaria terminando o treino dele também.
O avistei terminando seu treino de artes marciais e percebi que ainda faltava fazer o alongamento pós treino, o que me daria um tempinho bom pra tomar uma ducha e ficar no mínimo apresentável para o almoço.

E assim fiz...

Quando terminei, reparei que Antônio ainda não tinha saído do vestiário, então resolvi sentar em um dos bancos pra esperá-lo.

- Princesa, você ainda por aqui? — ouvi a voz de Rodrigo atrás de mim — isso deve ser algum tipo de sinal, porque eu estava pensando em você agora, acredita? Que tal a gente relembrar os velhos tempos e ir naquela pastelaria que a gente ama? — falou sentando ao meu lado no banco e chegando cada vez mais perto.

- É que eu tô com saudade de você, então pensei em te levar lá agora, bora? — ele continuou.

- Rod, é que eu (...) — tentei falar mas logo ele me interrompeu.

- Por favor!!! Não aceito não como resposta — falou ainda mais perto, mas dessa vez segurando minhas mãos de forma firme, o que me fez olhar em sua direção.

Um silêncio constrangedor se instalou porque eu não conseguia raciocinar o que dizer naquele momento, quando ouvi uma voz atrás de mim:

- Já está pronta, Amandinha? Podemos ir?

Era Antônio, a voz firme dele me fez sair do transe quase que imediatamente e fez também com que Rodrigo soltasse minhas mãos de forma rápida e quase instantânea.

- Podemos, estou pronta sim! — falei olhando em direção a ele — Rod, me desculpa, é que eu já tinha marcado um almoço com Antônio, podemos marcar outro dia? — falei enquanto sentia o braço de Antônio em volta do meu ombro.

- Claro, desculpa — falou cortando o entusiasmo — me desculpa, não sabia que vocês iam sair de novo juntos...

De novo? O que ele quis dizer com de novo? Ele estava observando a quantidade de encontros que eu vinha tendo?

- É, parceiro, é isso que casais fazem— Antônio disse naquele bom humor característico dele — Vamos linda? Vamos acabar perdendo o horário. — eu assenti com a cabeça.

- Até mais Rod — falei, dando um abraço nele.
- Valeu cara! — foi a vez de Antônio se despedir.
- Tchau, divirtam-se! — Rodrigo respondeu tão baixo que quase não consegui ouvi-lo.

E assim eu e Antônio saímos abraçados até o estacionamento.

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Rodrigo.

Vi Amanda e Antônio se afastaram de forma lenta e fiquei parado os observando, era notável o meu descontentamento com a cena, mas o que eu poderia fazer né? Essa essa a realidade hoje e talvez não conseguisse mudá-la.

Senti duas mãos nas minhas costas e logo ouvi a voz de Dani.

- E não é que a minha cunhadinha finalmente desencalhou? E conseguiu fisgar logo um partidão né? Bonito, rico e super influente, tem tudo a ver com a gente amor. A amizade dele pode te fortalecer no meio da luta e ainda alavancar minha carreira... Até que a songa monga — olhei pra ela a fuzilando com o olhar — aí, desculpa, me expressei errado, até que a fofinha, não é tão boba o quanto eu achava viu? — falou ela com uma certa maldade na voz.

- Quantas vezes eu já disse pra você não chamar ela de songa monga Daniela? Você é inacreditável as vezes sabia? Além disso, ela não estava encalhada, que coisa chata toda vez essas piadinhas sem noção em relação a ela. Sério, as vezes você passa de todos os limites aceitáveis, é demais pra minha cabeça, até mais Dani! — falei de forma bruta e até um pouco grosseira.

- Desculpa amor, eu não quis dizer isso, eu só... — me afastei antes de consegui ouvir o restante de suas justificativas.

É, acho que pelo jeito aquele meu mau humor voltou...

SandCastles - DocShoeOnde histórias criam vida. Descubra agora