A Festa, parte II 🥳

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Antônio.

Assim que cheguei ao prédio de Amanda, Larissa me autorizou a subir e quando me olhei no espelho do elevador não consegui segurar o riso ao me ver fantasiado de aviador bem estilo Top Gun, a risada era genuína, visto que eu me sentia ridículo e com vontade de socar João por me fazer passar por essa situação constrangedora.

Toquei a campainha e ouvi um grito:
- A porta tá aberta, pode entrar — era a voz de Lari.

Entrei e me sentei, pegando o celular pra dar uma olhada nas mensagens enquanto esperava as donzelas ficarem prontas... Cerca de 20 minutos depois ouvi uns passos no andar de cima.

- Promete que não vai rir de mim? — ouvi a voz de Amanda vinda do 2º andar do apartamento.
- E por que eu daria risada de você Amandinha? — respondi.
- Eu tô me sentindo patética vestida assim, mas pronto ou não, lá vou eu...

Ela desceu as escadas e o mundo todo parou a minha volta e de novo veio a sensação de estar tudo em câmera lenta.

Ela estava linda...
Deslumbrante...
Provavelmente a pessoa mais bonita que eu já vi na vida. Nada consegui falar, fiquei hipnotizado, ela parecia uma miragem vindo em minha direção, e então a única coisa que saiu da minha boca foi:
- UAL!

Ela me olhou envergonhada, provavelmente entendendo o quão impactado eu estava.

- Voce é o Antônio Maverick ou seria Antônio Goose? — ela disse com aquele sorriso que eu conhecia bem. — Você está lindo Sapatinho, adorei a fantasia.

Gargalhei e fiquei surpreso com o fato dela conhecer o filme e reconhecer a minha fantasia.

- Obrigado Amandinha e você, estou... é, totalmente sem palavras — falei olhando profundamente em seus olhos.

Senti o rosto dela corar imediatamente após as minhas palavras e então tentando cortar o silêncio eu disse:
- Vamos, senhorita? Ela assentiu. Enrolamos nossos braços e saímos rumo a festa.

Assim que chegamos ao local da festa, depois de um papo descontraído durante o caminho — aliás, o que era normal com Amanda, já que todos os nossas conversas eram extremamente agradáveis — já avistamos João Vicente vestido como uma versão brasileira de Jack Sparrow, o que me rendeu uma boa e alta gargalhada.

- "Olá, você me parece meio familiar. Eu já o ameacei?" — ele chegou dizendo a frase típica de seu personagem no filme e tirando a espada da cintura.

- "Para que lutar se podemos negociar?" — respondi ainda fazendo referência ao filme.

Rimos e nos abraçamos. João ainda cumprimentou a Amanda com um abraço seguido de um beijo nas costas de suas mãos — o que me fez franzir o cenho.

Nos sentamos em uma das mesas e ficamos observando as fantasias dos convidados e era impressionante a variedade, havia Mário e Luigy, personagens de La Casa de Papel, Sereia, Jason, Harley Quinn e todos os super-heróis possíveis, mas nada e nem ninguém se comparava a linda Cinderella sentada ao meu lado.

Minutos depois vimos a chegada de Lari e Fred vestidos de Peter Pan e Sininho, o que eu achei cômico e um pouco brega também e logo atrás apareceu Rodrigo e Dani, vestidos de príncipe e coelhinha da playboy, respectivamente. Ambos os casais se sentaram conosco na mesa.

- Olha só, você de princesa e ele de príncipe — apontando pra Amanda — e Rodrigo, foi pura coincidência ou vocês combinaram? — João soltou ao se aproximar da nossa mesa.

E era verdade, só agora eu tinha reparado que eles estavam com fantasias que se complementavam.

- Pura coincidência — ela comentou quase que cortando a fala de João.
- Ela é a minha princesa, cara! — disse Rodrigo com um sorriso no canto dos lábios causando um certo desconforto inesperado em mim é um olhar de estranhamento vindo de Dani.

A noite foi passando e fui percebendo uma Amanda cada vez mais calada e que parecia estar avoada, com a cabeça distante.

- Está tudo bem Amandinha? Quer ir embora?
- Não, está tudo ótimo. Estou adorando a festa. Você quer dançar? — ela sugeriu.
- Olha, eu não sei dançar não, mas o que você me pede sorrindo que eu não faço chorando, né? — falei-me levantando e indo em direção a pista junto com ela.

Durante nossa dança pude observar Amanda com uma felicidade genuína no rosto, a sensação é que nada no mundo importasse mais pra ela do que aquela dança e aquele momento comigo.

- Eu amo essa música Sapatinho — ela disse enquanto ouvíamos These Eyes do New West.

"Cause' all of the small things that you do"
Porque todas as pequenas coisas que você faz

"Are what remind me why I fell for you"
São o que me lembram porque eu me apaixonei por você

"And when we're apart and I'm missing you"
E quando estamos separados e eu sinto sua falta

"I close my eyes and all I see is you"
Eu fecho meus olhos e tudo que vejo é você

"And the small things you do"
E as pequenas coisas que você faz

Ela reluzia como o sol enquanto cantarolava aquela música, era como se ela tivesse um imã que me forçava a chegar cada vez mais perto.
Senti o seu perfume em seu pescoço e não consegui me concentrar em mais nada além disso.

- Posso de confessar uma coisa? — ela perguntou me olhando profundamente nos olhos.

SandCastles - DocShoeOnde histórias criam vida. Descubra agora