Antônio.
Senti como se aquela frase do Fred desse um estalo de lucidez na minha cabeça.
Como eu quero que fique tudo bem na minha vida sendo que eu ainda não consegui resolver a maior das minhas pendências?
Sai do apartamento de Amanda e em segundos já estava dentro do meu carro seguindo meio que sem rumo por aquela cidade, sabendo que no fundo eu sabia exatamente para onde minha cabeça estava mandando eu ir.
Depois de dirigir por vários e vários quilômetros cidade a dentro, finalmente parei em frente a aquele gigantesco, luxuoso e velho conhecido condomínio e fiquei por algum tempo imóvel dentro do carro refletindo sobre tudo o que vem se passando na minha vida durante esse momento conturbado e chegando mais uma vez a conclusão que sim, eu precisava tentar definir tudo agora mais do que qualquer outra coisa na vida...
Eu precisava de uma vez por todas resolver de verdade tudo o que eu reprimi de forma interna durante todo o último ano.
Respirei fundo pela última vez e logo após isso resolvi agir, abri a janela do carro e dei início a uma conversa com o porteiro que estava de plantão, aquele rosto familiar não mentia, era o mesmo porteiro que me atendia a anos atrás...
- Senhor Sapato! Que bom revê-lo. — o simpático senhor disse.
- Como senhor esta, seu Agenor? Quanto tempo que não o vejo. — falei lembrando-me do nome dele.
- Bem, meu patrão. Vi sua última luta, fiquei feliz em ver que você tá de volta a ativa. Você está bem?
- Estou bem, muito obrigado pela torcida seu Agenor. — falei dando um sorriso em sua direção, sorriso que foi retribuído de forma singela.
Ele continuou a olhar em minha direção talvez percebendo um pouco da minha ansiedade perante ao que eu tinha vindo fazer aqui.
- Casa dos Campanna? — indagou me tirando do meu mundinho interno.
- Isso, por favor... — o respondi.
- Um minuto que vou anunciar a chegada do senhor... — ele falou enquanto interfonava.
Aquele minuto mais pareceu intermináveis horas.
- Pronto senhor Sapato, entrada autorizada. Você sabe o caminho, né? — indagou.
Eu sabia, sabia aquele caminho ao ponto de poder chegar lá de olhos vendados.
- Sei sim, muito obrigado, foi um prazer rever o senhor, seu Agenor. — me despedi dele já dando partida no carro.
Segui com o carro dentro daquele condomínio e a sensação que eu tinha era que o ar queimava em meus pulmões ao ponto de eu ter que diminuir minha frequência respiratória porque eu estava tão ofegante que podia sentir que o ar não estava chegando corretamente neles.
A ansiedade tomou conta de mim de um jeito que fazia tempo que não tomava e o isso me preocupava muito, porque só eu sei como eu fico quando deixo a ansiedade ser parte predominante em mim.
Ao chegar na fachada da casa, desci do carro rapidamente e toquei a campainha.
Era agora ou nunca, né? Então "vambora"...
Instantes depois a porta se abriu e Maria Julia estava lá parada me olhando com os olhos mais surpresos que já vi.
- Júnior! Eu definitivamente não esperava você aqui, que bela e grata surpresa. — ela começou dizendo.
Aquela era a casa dos seus pais, o lugar onde ela sempre ficava quanto estava no Brasil, resolvi aparecer por aqui meio que na cara e na coragem, sem garantia nenhuma que a encontraria, mas algo me dizia que ela estaria aqui e eu precisava arriscar...
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SandCastles - DocShoe
RomanceAntônio é um renomado lutador que acaba de se curar de um câncer e está tentando readaptar a vida sem restrições. Amanda é uma estudante de medicina sonhadora, doce romântica e completamente apaixonada pelo seu melhor amigo de infância: Rodrigo. Ser...