Amanda
Meu dia tinha sido a personalização de perfeição.
Eu amava a praia, minha conexão com o mar vinha desde muito pequena, já que eu costumava a ir com bastante frequência durante grande parte da minha vida, mas com a correria da vida adulta junto com a loucura e a responsabilidade que uma faculdade de medicina me trouxe essas pequenas coisas acabam ficando em 2º plano, então estar ali conectada com o mar novamente foi importante demais pra mim.
A companhia de Antônio era leve e divertida, quando estava com ele sentia que nada no mundo poderia me entristecer, ele tinha uma áurea boa, leve e bondosa.Ele me deixou em casa e eu logo me preparei pra dormir, estava exausta e todo domingo era meu dia de plantão da residência no hospital.
Meus plantões, cada vez mais frequentes, eram exaustivos e eu chegava em casa esgotada fisicamente, emocionalmente e psicologicamente.
Presenciar todos aqueles casos emergenciais na UTI diariamente era difícil, mas eu era movida a isso: ajudar a salvar vidas!Ali dentro do hospital aprendi a dar valor aos pequenos passos e as pequenas vitórias do dia-a-dia. Ver todas aquelas pessoas lutando por sua sobrevivência diariamente me fazia ser uma grande entusiasta da vida.
Via todo dia naquela UTI o quão a vida poderia ser frágil e o quão deveríamos valorizar aquelas coisas simples de nossa vidas, como por exemplo uma simples ida à praia, como aconteceu comigo ontem.
Vendo um bebê que nasceu prematuro a cerca de 3 meses conseguindo sair da UTI naquela manhã me fez prometer a mim mesma que a partir daquele dia, todas as sextas-feiras, dia que anteriormente eu usava como um dia de preguiça, seria usado para fazer algo que me fizesse feliz de verdade, valorizar esses momentos seria minha prioridade ali em diante.
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A segunda-feira chegou e eu dormi durante boa parte do dia, me recuperando do sono perdido na noite anterior de plantão.
Quando acordei resolvi ir até a academia, então rapidamente me vesti segui até lá.Encontrei Rodrigo assim que passei pela catraca adentrando na academia. Ele abriu um lindo sorriso e já veio com os braços abertos em minha direção
- Princesa!!!!! Que saudade de você. A quanto tempo não te vejo? — á exatamente uma semana, pensei — já parecem séculos — ele falou.
Meus momentos com Rodrigo tem ficado cada vez mais escassos desde que ele começou a namorar Dani, talvez isso seja uma consequência natural do distanciamento causado pelo namoro ou talvez seja uma consequência do meu próprio subconsciente tentando evitar que eu sofra ainda mais com essa situação toda.
- Já faz muito tempo mesmo. Como estão as coisas? — respondi a ele.
- Ficam melhores quando você está por perto princesa, estou realmente sentindo sua falta, que tal um jantar hoje lá na sua casa? Eu prometo que faço aquela massa que você ama — ele falou.Aceitei o convite de Rodrigo, porque apesar de estar tentando cortar esse laço doloroso, ainda sim não conseguia falar não á ele.
Quando ia saindo pra ir em direção ao andar superior, olhei de canto de olho e percebi Antônio ali dentro do cage, rodando como um peão no chão com João Vicente — não pude deixar de involuntariamente dar um sorriso de canto de boca — era engraçado perceber o paradoxo daquele homem tão doce ser na verdade um lutador de MMA que ganhava a vida socando a cara de pessoas.
Acenei a ele como uma forma de comprimento e ele abriu um sorriso em resposta.
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SandCastles - DocShoe
RomanceAntônio é um renomado lutador que acaba de se curar de um câncer e está tentando readaptar a vida sem restrições. Amanda é uma estudante de medicina sonhadora, doce romântica e completamente apaixonada pelo seu melhor amigo de infância: Rodrigo. Ser...