Amanda.
(...)
- Agora sim podemos conversar! — disse a ele.
- Eu ainda não acredito que você tá aqui, foi tão difícil pra mim ter a sensação que tinha te perdido de vez, sabia? — ele disse mexendo em meus cabelos.
- Eu sei como é, eu senti exatamente a mesma coisa quando você terminou comigo e ainda trocou de país. — tinha um pouco de sarcasmo na minha voz, admito.
- Mas eu sofri daqui muito também, pode acreditar.
- Eu sei que sim. — falei alisando o seu peitoral — A Ceci me contou.
- A Ceci o que??? Aquela filha dá mãe bola de sacola, amiga da onça — ele falou incrédulo sem acreditar que ela tinha me dito aquilo.
- É, ela me contou. Mas em defesa da fofoca e da Ceci, a conversa que tive com ela foi primordial pra eu desistir de ir embora.
- Sério? Então esquece o que eu disse, Santa Cecília, vou dar até um aumento de salário pra ela. — ele disse me arrancando gargalhadas.
- Sério. E eu vi nos seus olhos também, no dia em que eu cheguei aqui.
- Nossa, eu quase desmaiei de nervoso quando eu te vi aquele dia, tá? Minhas pernas tremiam mais que vara verde.
- Amor, eu estava prestes a te contar que eu estava grávida, eu estava quase tendo uma síncope — falei rindo dele.
- Eu não sei o que é síncope, mas gostei da palavra, vou adotar e usar sempre, síncope. — ele falou me roubando um beijo e ficamos em silêncio por alguns minutos.
Era um silêncio agradável, um silêncio gostoso, um silêncio confortável.
- E como a gente fica a partir de agora? — perguntou
- Eu não sei... Que tal a gente ir levando um dia de cada vez? Sem fazer tantos planos? Eu vou ficar aqui até o dia da sua luta e a gente vai acertando os ponteiros conforme o tempo vai passando, o que você acha?
Ele respirou fundo, provavelmente pensando no que eu tinha acabado de falar.
- É que eu fico meio assim... Eu não gosto dessa sensação de incerteza, sabe?
- Como assim, amor? — falei direcionando meus olhos até ele.
- Não sei explicar, você sabe que eu sou ansioso e imediatista e você falando assim da a impressão que amanhã você pode desistir de tudo e voltar pro Brasil.
Franzi o cenho ao vê-lo dizer algo assim.
- Antônio, isso não vai acontecer. Você me conhece, sabe que eu sou uma pessoa racional, eu penso muito bem antes de tomar qualquer atitude na minha vida e agora que tenho a Luna, penso ainda mais porque as minhas atitudes vão refletir diretamente nela, então quanto a isso você não precisa se preocupar, se eu decidir voltar, vai ser muito pensado e avisado com antecedência.
- Eu tenho medo... — ele me respondeu.
- Medo do que?
- Medo de você perceber que é feliz por lá.
- E eu sou feliz lá, mas também sou feliz aqui com você e com a nossa pequena família de 4!
- 4? — ele perguntou com o cenho franzido.
- Eu, você, Luna e o Jubileu.
Ele desamarrou a fisionomia na hora, sorrindo ao me ouvir falar sobre o meu melhor amigo Jubileu.
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SandCastles - DocShoe
RomanceAntônio é um renomado lutador que acaba de se curar de um câncer e está tentando readaptar a vida sem restrições. Amanda é uma estudante de medicina sonhadora, doce romântica e completamente apaixonada pelo seu melhor amigo de infância: Rodrigo. Ser...