Oi! 👋🏼

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Antônio.

(...)

Cheguei em frente ao meu portão, estacionei o meu carro e respirei fundo antes de descer do carro sabendo que a vida seria diferente agora.

Coloquei a senha da porta e a abri, acendi a luz da sala e fechei a porta.

Me virei e tudo o que eu ouvi foi uma voz:

- Oi!

Automaticamente senti um gelado no sangue que provavelmente foi o que me ocasionou a tremedeira nas pernas.

Eu só posso estar alucinando ou sonhando ou será possível mesmo que Amanda está mesmo parada na minha frente na minha sala?

- Aman... Amanda? — meu coração estava mais acelerado mais do que carro de fórmula 1 na última curva da corrida.

- Eu não consegui, Antônio. Eu não consegui entrar naquele avião e deixar você, eu nunca vou conseguir deixar você. — ela disse com as lágrimas já descendo como cascatas pelas bochechas rosadas.

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Amanda.

Algumas horas antes...

- Atenção passageiros do vôo AA1601 com destino a São Paulo e conexões, embarque imediato pelo portão 16. Por favor, manter o passaporte e sua passagem em mãos, obrigada.

E eu me levantei, respirei fundo mais uma vez, tomei uma dose de coragem e andei em frente, pronta para seguir o meu caminho e dar boas vindas ao meu destino.

Passei por aquele portão e estou pronta pra abraçar a felicidade.

(...)

Enquanto eu entrava no corredor que dava acesso a aeronave foi-se formando uma fila gigantesca, provavelmente por conta da lotação do voo havia poucos lugares para guardar as bagagens de mão nos compartimentos acima, o que quase sempre ocasionava um congestionamento na entrada no avião.

Como a gravidez está me deixando um pouco enjoada demais, cansada demais e estressada demais, resolvi então voltar até a sala de embarque e conversar com a comissária para aguardar sentada até que a fila pra entrar no avião diminua.

- A senhora — é sério mesmo que ela me chamou de senhora? — tem direito a entrada prioritária por conta da gestação, a senhora — de novo esse diacho de senhora —  pode me acompanhar até o início da fila se quiser — a simpática moça falou.

- Acredito que não vá adiantar muita coisa, meu assento é um dos últimos já que eu preciso ficar mais próxima do banheiro para algum eventual imprevisto, então de qualquer maneira vou ter que esperar todo mundo conseguir se sentar pra conseguir passar pelo corredor inteiro, então acho melhor aguardar sentada por aqui mesmo, mas muito obrigada. — respondi a ela.

- Tudo nem senhora, como quiser. — ela sorria de maneira tão gentil que eu quase esquecia que ela continuava a me chamar de senhora.

Fiquei ali sentada por mais alguns minutos e um peso enorme pareceu pousar sobre os meus ombros, era uma espécie de queimação no estômago, um aperto no peito, acho pela primeira vez pude entender o que Antônio tentava dizer quando alegava estar tendo uma sensação de claustrofobia, mesmo não estando trancado em lugar nenhum.

SandCastles - DocShoeOnde histórias criam vida. Descubra agora