1 mês depois - Amanda POV 🗓️

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Amanda.

Fazia 1 mês que Antônio tinha ido embora e eu ainda sentia falta dele todos os dias da minha vida.

Era inevitável me pegar pensando nele enquanto fazia coisas simples, como cozinhar e principalmente ir até a academia, cada cantinho daquele lugar me lembra ele, especialmente o último cage, aquele que ele treinada todos os dias.

A verdade é que não existia fórmula mágica pra esquecer Antônio, então só me restou ser forte e aguentar firme a falta que ele me fazia na esperança que um dia eu não sentisse mais nada. Eu estava tentando dar o meu melhor, mesmo estando na minha pior fase.

Mergulhei de cabeça no hospital e nos meus pacientes, vivi aquele último mês quase que no piloto automático, já que isso me ajudava a desfocar da falta que ele me fazia, então me dediquei totalmente.

Obviamente tamanha dedicação fez com que a minha saúde ficasse um pouco mais debilitada e a minha imunidade ficasse cada vez mais baixa, então vinha tendo alguns probleminhas, algumas quedinhas de pressão, mas nada que um soro intravenoso não resolvesse rapidinho.

Me matriculei em uma pós graduação que começaria no próximo mês e eu estou radiante com isso, desde que entrei na faculdade, sonhava em me pós graduar em UTI cardiorrespiratória.

Trabalhar com a correria da UTI me fazia bem, acho que ver tanta gente lutando por suas vidas deitados naqueles leitos me fez ser uma grande entusiasta da vida. Acho que ali eu descobri e coloquei pra fora uma Amanda que estava adormecida dentro de mim.

Tudo o que eu mais quero e tudo o que mais importa na vida hoje é trabalhar cada vez mais e crescer cada dia mais dentro da minha profissão.

Nada era mais importante pra mim do que isso, absolutamente NADA!

Hoje era mais um exaustivo e corrido dia dentro daquele hospital, fui até a cafeteria buscar um cafézote pra continuar a minha jornada diária de prontuários pra atualizar, enquanto aguardava a máquina expressa terminar de passar meu café, ouvi uma voz familiar atrás de mim...

- Amandinha! Quanto tempo...

- Meu Deus, Beta. Que saudade, amiga! Como você está? — falei a abraçando forte.

Minha vida social foi praticamente inexistente nesse último mês, então fazia um tempo que não via Roberta, aliás fazia um tempo que eu não via qualquer amigo...

Tenho inclusive evitado ligações de Rodrigo, sei que sou uma péssima amiga por isso, mas eu estava bem assim, dedicada 100% ao trabalho.

- Estou bem. E você? — ela respondeu

- Bem, graças a Deus.

- Bora jantar comigo hoje? Botar o papo em dia, nós duas? — ela falou empolgada.

Eu estava a bastante tempo sem me distrair fora do hospital, então jantar com uma amiga definitivamente iria ser bom pra mim.

- Vamos lá pra casa? Estou precisando mesmo tomar um vinhozinho pra relaxar. — respondi a ela.

- 19h então a gente se encontra na portaria. Beijo.

Me despedi de Roberta e segui até a minha sala, voltando a atualizar meus prontuários.

Ao fim da tarde fui fazer minha última ronda nos quartos dos pacientes antes de ir embora e apesar da correria, foi um dia tranquilo, sem muitas intercorrências a serem feitas.

Me troquei e logo encontrei Beta já me esperando na recepção.

Chegamos na minha casa e logo pedimos comida Tailandesa pra comermos enquanto tomávamos um vinho.

SandCastles - DocShoeOnde histórias criam vida. Descubra agora