Indiferença 🤷🏻‍♀️

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Aviso: Conteúdo +18 leve.

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Amanda.

Corri pra terminar meus prontuários antes que desse o meu horário de saída do hospital, quando faltava um pouco menos de 5 minutos para o fim do expediente fui desligando o computador e arrumando a mesa pra ir embora desse dia tão cansativo.

Assim que sai pela porta, estava pegando meu celular pra pedir um Uber pra ir pra casa quando ouço o som de uma buzina, olho pro outro lado da rua e lá está o carro de Antônio, ele abaixa o vidro e me chama com a mão, logo atravessei a rua e fui ao seu encontro.

Quando entrei no carro percebi que ele estava com a roupa de treino, o que me sinalizou que ele ainda não tinha feito seu 2º treino do dia.

- Gatinho, o que você tá fazendo aqui?

- Ué, vim te buscar. Fiz mal?

- Não, não é isso. É que tô surpresa, não imaginava que você viria até aqui. Você vai acabar me deixando
mal acostumada — falei rindo

- Essa é a intenção, linda! — me deu um longo beijo.

- Preciso passar em casa pra tomar um banho e trocar de roupa, tudo bem? — ele assentiu e seguimos caminho.

Chegando em casa, coloquei minha bolsa em cima da bancada e deixei um selinho em seus lábios.

- Já volto, fique a vontade. — sai correndo pra me arrumar.

Tomei um banho, coloquei uma legging preta e um cropped cinza, calcei um tênis de treino e peguei um casaco, já que na hora de vir embora normalmente o tempo já está bem mais gelado.
Cheguei na sala e vi Antônio parado observando as fotos espalhadas pelos porta-retratos pela sala.

- Estou pronta! — disse cortando a concentração dele nas foto.

- Você tá linda! — disse me fazendo dar uma voltinha — e me puxando pra um beijo quente. Aquele beijo tinha uma conotação diferente.

O clima entre nós estava ficando cada vez mais quente e eu já não estava com tanto autocontrole pra resistir as tentações como antes resistia.

A mão dele foi descendo em sentido a minha bunda e eu deslizei as minhas mãos por debaixo da camiseta dele, minhas unhas passeavam por aquelas costas musculosas como se fossem caminhos que precisavam ser abertos e ele se arrepiava com cada toque meu.
Quando sua mão chegou até a minha bunda, eu logo senti o apertão que ele deu na polpa com a mão cheia, não consegui me segurar e acabei arfando na boca dele, o que o fez abrir um sorriso safado nos lábios.

- Precisamos ir — falei cortando o beijo antes que me faltasse ar e perdêssemos o juízo ali mesmo, no meio da sala do meu apartamento.

Ele estava tão ofegante quanto eu e pediu um copo d'água pra acalmar os ânimos antes de rir.

Quando chegamos na academia, colocamos nossas bolsas nos armários dos respectivos vestiários e logo fomos subindo até o andar onde ficava os aparelhos de musculação, acabei tropeçando em um degrau e me segurando em Antônio antes que batesse com a boca no degrau, o que provavelmente me faria perder alguns dentes...

- Eita Porra!!!! — falei alto chamando atenção da maioria das pessoas que ali estavam — enquanto isso eu e Antônio não conseguimos segurar a gargalhada da situação constrangedora que acabei de evitar.

Acabamos de subir as escadas com os braços ainda dados e rindo bastante da situação quando avistamos Rodrigo e Victor, seu melhor amigo, fazendo levantamento de peso.

Fiquei surpresa ao vê-lo ali, já que ele não costumava a frequentar a academia naquele horário. Meu sorriso foi morrendo aos poucos e tive a sensação de ver o sorriso de Antônio morrer um pouco também.

- Oiii Vitinho, oi Rod! — falei com um sorriso em direção a ele.

- Eai rapaziada! — Antônio também os cumprimentou.

- Fala, galera! — Victor respondeu.

E Rodrigo nada falou, apenas acenou.
Acenou como se fôssemos meros desconhecidos.

Essa com certeza não era a reação natural que eu esperava de Rodrigo, já que em tempos normais ele abriria o maior dos sorrisos e me abraçaria como se eu fosse a pessoa favorita dele no mundo, mas pra falar a verdade nem sei mais o que é a nossa relação "normal", visto que estávamos cada dia mais distantes e eu mal sabia da vida dele mais.

Confesso que doeu ver uma certa indiferença nele, mas como sou especialista em afogar sentimentos, coloquei meu fone de ouvido, dei play em uma ótima playlist e fiz meu treino como se nada tivesse acontecido, mesmo que aquilo estivesse me matando por dentro. E só Deus sabe o quanto estava.

SandCastles - DocShoeOnde histórias criam vida. Descubra agora