Escolhas

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POV Sarah...


Sai do apartamento de Juliette com um misto de sentimentos, o que se tornou algo comum e corriqueiro desde que ela entrou na minha vida, é uma mistura de raiva pelo ocorrido com Bill, e agora, uma sensação de que meu corpo pode pegar fogo a qualquer momento. Entro dentro do carro, coloco o cinto e ligo o ar condicionado no máximo que eu posso, inspiro o ar para dentro dos meus pulmões e solto levemente tentando mandar para o meu corpo a mensagem de que ele precisa se acalmar, mas minha intimidade pulsando dentro da calcinha parece ter vida própria pois ignora qualquer tipo de comando que meu cérebro tenta enviar, e tento continuar despistando meu corpo ligando o carro para sair daqui.


Eu e Juliette nunca fomos além de beijos ou carícias, não consigo me soltar pelo simples fato de nunca ter feito isso, as vezes me sinto burra, despreparada e com receio de errar. Sei que ambas nunca se relacionaram com mulheres ,talvez isso nos faça não esperar muita coisa quando esse momento chegar, o que pela Juliette já poderia ter acontecido há muito tempo, mas ela espera o momento que eu chegue no mesmo ponto que ela e isso de uma certa forma aquece algo aqui dentro que não sei explicar. não sei quando vou estar preparada para toques tão íntimos sendo que não a deixo sequer tocar na minha cintura, e é inevitável não pensar no motivo pelo qual carrego esse trauma, mas agradeço ao toque do celular que começa e me arranca dos pensamentos que estavam por vir me fazendo atender sem ver quem é.

Ligação ON...

- Sarah! 

- Oi minha filha, como você está?  - ouço a voz doce atrás da ligação e sinto meus batimentos acelerarem.

- Mã...mãe? como conseguiu meu número? que número é esse que está usando para me ligar? eu já não te falei que precisa esperar eu entrar em contato? é arriscado. 

- Calma minha filha, você não sabe quem está aqui comigo - automaticamente sinto meu peito apertar -  você sabe que aquilo que aconteceu não foi sua culpa filha, não precisa ficar fugindo, e seu ex marido está aqui, ele apareceu e quer nos ajudar. - diz entusiasmada. 

Assim que ouço suas palavras automaticamente piso no freio parando o carro bruscamente quase no meio da pista, sinto meus pelos se arrepiarem, minha garganta secar e por alguns instantes minha voz parece ter fugido antes de mim.

- Mãe...o que está dizendo?

- Ela que dizer que vocês estão seguras comigo, meu amor - sua voz ecoa na ligação, e sinto vontade de vomitar. 

- Seu desgraçado...como a encontrou? - digo entredentes.

- Por um acaso do destino, você acredita? - ironiza - um dos meus seguranças daquela época que já está aposentado a encontrou no mercado, tem noção? ainda temos contato, então ele me contou que viu minha sogra e bom, o restante você já sabe. 

- Deixa ela em paz, se você fizer alguma coisa com ela...eu...

- Calma meu amor, sabe que não sou capaz de fazer algo - me interrompe - eu e ela estávamos aqui falando sobre sua vinda para o Brasil, o que você  acha? - sinto a ameaça em seu tom de voz.

- Nunca! - digo me exaltando - você não será capaz de tocar em alguém que estendeu as mãos para você quando estava na merda, ou você se esqueceu do empréstimo que ela fez por você para que tirasse a sua empresa do buraco? ela sempre esteve com você, porque nunca soube o lixo que você era pra mim. 

- Xeque mate meu bem, você de fato não está errada. mas essa ligação é apenas para te mostrar que estou mais próximo da nossa família, e que posso fazer visitas sempre que eu puder, afinal, sou muito bem vindo aqui. 

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