O dia pode sim ser abalado

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A espera no elevador foi torturante, não deixei um segundo de cogitar diversas possibilidades do que fazer caso Rodolfo esteja acordado a minha espera, de me perguntar como vai ser ao abrir a porta do andar que está quase se aproximando,mas,ao mesmo tempo que está angústia e ansiedade me afligem, meu coração está calmo,ainda sob o efeito dos toques de Juliette,do calor do seu corpo no meu,do seu olhar percorrendo cada centímetro da minha alma,do meu ser. Ter sido enxergada por ela está noite,ter sido tocada,ter sido...ter sido tantas coisas por essa menina me faz ter a certeza do que seja o que for que me encontre dentro daquele apartamento eu posso encarar,e se eu não conseguir, eu estou feliz,estou em paz,eu a tive por algumas horas e apesar de não ter sido suficiente, minha alma está acariciada. está abraçada.

Me vejo de frente ao objeto de madeira rústica e suspiro fundo,tomando coragem para abrir a porta e assim faço, não escondo a surpresa com um misto de alívio em observar a casa totalmente escura,mesmo assim,olho ao redor esperando-o sair de qualquer buraco para que possa me confrontar e ao ter certeza de que ele não está neste cômodo, me dirijo ao quarto.


- Ó...funcionou! - sussurro assim que me deparo com o homem ainda esticado e inconsciente em minha cama.


E se eu colocar finalmente um fim nisso tudo? E se eu for até a cozinha pegar qualquer coisa que me ajude a parar de viver refém do meu passado,dos meus receios,todos causados por este ser deitado em meu colchão. Mas eu não posso fazer isso,não assim,não posso me prejudicar por ele,é isso o que ele quer...me destruir,e hoje sinto que tenho algo pelo o que lutar,que não estou de fato sozinha. vou em passos cautelosos até meu closet,retiro minhas roupas colocando-as dobradas em cima da poltrona e vejo minha pequena bolsa com meu celular ao lado,o pego e me escondo mais no fundo do espaço consideravelmente grande,e disco alguns números.


Pov Juliette...

Estou há alguns incontáveis minutos ainda de roupão após sair do banho deitada nesses lençóis com o cheiro de Sarah, meu corpo ainda em êxtase, vibrando pelo contato sincero e recíproco do seu corpo,mas a verdade é que não se trata apenas do sexo,mas das suas palavras,do seu olhar,pela primeira vez em meses  ela verdadeiramente se abriu comigo,confiou em mim mesmo depois do que fiz naquela festa,ela se desarmou e me trouxe uma Sarah que eu ainda não conhecia: E eu amei,amei cada pedacinho daquela mulher diante de mim como amei todas as suas versões, mesmo assustada,mesmo intrigada,mesmo machucada, eu amei e amo todas as suas versões,todos os seus lados,todos os seus trejeitos,e senti verdade em seus olhos,senti clareza em sua voz,e agora me vejo aqui,completamente e novamente rendida a cada célula daquela mulher. sou tirada dos meus pensamentos com o celular tocando, aposto se tratar de Carla que percebeu meu sumiço e deseja xingar até minha última geração por ter ido embora da festa,ou até mesmo Camilla visto que se trata da aniversariante...

- Deus,me ajude...- digo mordendo o lábio inferior enquanto alcanço meu celular na cabeceira,e o sentimento de receio dá lugar a felicidade em ver seu nome na tela.

Ligação On...

- Achou que fosse o bicho papão querendo anunciar que está indo te pegar,menina? - brinca,e sorrio com seu tom de voz apesar de estar quase sussurrando.

- Se fosse ele querendo me pegar eu diria que estou bem esgotada porque já fizeram isso muito bem feito há uma hora atrás. - Ela cantarola do outro lado e sorriu imaginando que junto a este ato ela com certeza revirou os olhos.

- As vezes esqueço dessa sua língua afiada.

- Você não pode mais dizer que não gosta,não é mesmo?

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⏰ Última atualização: Jul 02 ⏰

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