Entrega

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Pov Juliette...

- Chegamos! - Diz o motorista olhando para o enorme portão.

-  Suspiro - OK...

Desço do carro tentando raciocinar meu próximo plano, até porque, talvez a iniciativa de pagar mais de cem dólares em uma corrida de Uber tenha sido um tanto...impulsiva? Olho para a casa distante e a trilha enorme que precisa fazer para chegar lá e bufo frustrada, observo ao redor para imaginar algo que eu possa fazer e vejo o interfone.

- Tá Juliette, vamos lá, você tem duas alternativas. - coloco minhas mãos na cintura - Primeira: Tocar o interfone e destruir o restante da sua dignidade pedindo para que ela te receba, ou...pular esse portão e arriscar sua vida com a possibilidade de tomar um tiro dos seguranças ou da própria Sarah. - Digo para mim mesma - Bom, pelo menos se eu levar um tiro não vou ter morrido com uma humilhação na conciência e ainda me livro do TCC.

Me repreendo balançando a cabeça pela minha idéia idiota e opto pela mais prática, caminho até o interfone e faço três tentativas falhas de tocá-lo e respiro fundo apertando de vez esperando que alguém me responda.

- Diga! - Ouço sua voz e sinto meu corpo tencionar.

Não consigo dizer nada, sinto como se um nó tivesse sido feito no meu pescoço ou que meu cérebro tivesse esquecido as funções da fala, até que ouço-a suspirar

- Se tivesse escolhido fazer companhia para os móveis do meu apartamento tudo bem, mas para o portão em plena madrugada e nesse frio...

- Vo...você sabe que sou eu? - digo surpresa.

- Câmeras, Juliette!

- Vai me deixar entrar?

- Não deveria...

- Isso foi um sim? - sorrio.

Ouço o barulho do portão e dou um pulo para trás de susto, vejo o mesmo se abrir me dando passagem para trilha que dá até a casa e irritada coloco as mãos na cintura

- Galega desgramada...

Pov Sarah...

Estava voltando da adega no sotã da casa quando ouvi o interfone tocar, atendi sem saber quem era e pela falta de resposta, resolvi olhar nas câmeras...e pra quê? Vi a Juliette parada no meu portão e agora estou aqui, esperando ela aparecer na minha frente.

- Toc, Toc... - Diz colocando a cabeça no vão da porta após abrí-la um pouco.

- Entre! 

Juliette entra fechando a porta atrás de si, vejo-a ficar visivelmente surpresa ao admirar a casa enquanto se aproxima e aperto a taça de vinho enquanto observo a menina deslumbrar-se

- Nossa... - Diz olhando ao redor - Eu achei que fosse bem de vida, mas isso aqui? - me olha.

- O que veio fazer aqui? - Sou direta.

- Saber o porquê está há três dias sem aparecer na faculdade.

- Por sua causa, não é óbvio? - Arqueio a sobrancelha.

- Tá...Direta e reta. - diz desviando o olhar.

- Era só isso? Vou pedir que a levem para ca...

- NÃO! - cemicerro os olhos. - Quer dizer...não - diminui o tom - Viajei quase duas horas até aqui Sarah, por favor, vamos conversar?

Suspiro tomando em seguida todo o liquido da minha taça. Realmente, precisamos ter uma conversa, vamos ter uma conversa, mas não estou preparada para isso e acredito que nem ela

É vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora