Tigerheat

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Que dia estressante! Passei o dia pensando no que Karol me disse, tentei sondar alguns alunos próximos de Lumena porém não consegui nada de útil para tirar aquela mulher do meu caminho. "Tá, Se engana que está fazendo isso por você..."

A voz do Gil aparece como meu subconsciente e o repreendo mentalmente. Nem conheço aquela menina, por que a ajudaria? Estou  fazendo isso para não ter mais que cruzar com a Karol pelo campos e ser chantageada...afinal, ela sabe de coisas que já fiz e sei muito bem quando ela usa isso contra mim. Suspiro indo até o banheiro perto da quadra, quase ninguém vem aqui e aproveito disso para ter alguns minutos de paz entre os intervalos das aulas, entro para usar uma das cabines e ouço passos, me pergunto de quem será pois todos que eu saiba estão em sala de aula e tenho minha resposta ao abrir a porta e ver Juliette arrumando apressadamente suas coisas

- Pretendendo fugir da minha aula, Srta.Freire? - vejo seu corpo se erijecer

- Ah...O...Oi, Sra.Andrade! - diz desviando seu olhar.

- Não respondeu minha pergunta!

- É que...não estou muito bem.

- Posso saber o por que?

- Hã...dor de cabeça, cólica, sabe como é - vejo seus lábios tremerem.

- Hum...sei bem. - estreito meus olhos a analisando.

Fico ao seu lado para lavar minhas mãos e ela permanece de costas para o espelho, observo o cumprimento do seu cabelo notando os fios bem cuidado da menina, enxugo minhas mãos enquanto Juliette permance intacta e muda

- Perdeu a língua ou esqueceu como se anda, Novata? - Ironizo.

- Ah...- se vira para mim - Então tudo bem pra você eu ir?

- Eu sou a professora, Não sou eu quem sairá perdendo.

Pisco para ela e me afasto saindo do banheiro para ir lecionar em sua sala, não escuto seus passos e deduzo que ela ficou para trás.

- Sentem-se!

Digo assim que piso em sala de aula vendo todos os alunos de imediato obedecerem meu comando, sorrio de lado sentindo o leve prazer em ter o comando em mãos...o que me faz lembrar um dos motivos de eu ter escolhido está profissão. Não gosto de perder o controle, de não dar a última palavra e por mais que nem sempre tenha sido assim...é uma Sarah que projetei exatamente para essa nova fase, e essa levarei até o fim. Me perco nos meus pensamentos e volto para realidade ao notar Juliette entrar sorrateiramente se sentando em um lugar de difícil acesso a minha visão

Juliette On...

Eu não sabia onde me agarrar para que meu corpo continuasse de pé, apenas me encostei sobre a pia e assim fiquei durante toda permanência de Sarah. "Você tem cérebro de mingau Juliette, só pode", por que não sai correndo e arrumei minhas coisas há mil quadras daqui? Não, eu preciso fazer alguma bobagem, senão não sou eu. Tentei desconversar inventando um mau estar, porém meu nervosismo gritou em letras garrafais vermelhas que eu estava  mentindo "ela não é besta, minha filha". Por fim ela se deu por vencida em entender que eu simplesmente queria ir embora, mas antes de ir soltou a frase que ficou martelando minha cabeça e me fez entrar nesta sala sorrateiramente...porém...senti seu olhar a todo momento em mim.

"Eu sou a professora, não sou eu quem sairá perdendo"

- O que aconteceu com você, heim? - sussurra Carla.

- Dor de barriga! - Cuspo a mentira que nem minha cara me ajuda transmitir o contrário.

- Sarah não para de te olhar...

É vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora