Ex......

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Pov Sarah...

Entre todas as possibilidades que pensei,nenhuma delas chegou perto do que estou presenciando nesse exato momento. Sinto a Sarah de anos atrás encostar no meu ombro como se tivesse tentando me tirar do transe em um pedido silencioso para que eu corresse, para que buscasse ajuda, ou para que fechasse os olhos e acreditasse que estava tendo apenas um pesadelo depois de me beliscar e abri-los novamente. Mas não existem opções, é real, e vê-lo se aproximando com seu costumeiro sorriso cínico comprova isso.

- Meu amor...- Ouvir sua voz agora tão nítida e perto é como um soco no meu estômago. - Eu disse que um dia a encontraria.

- O...o que faz aqui? - tento não vacilar com minha voz,mas falho miserávelmente.

- Não está óbvio? - sorri esnobe - Você demorou tanto para se decidir,para entender que eu estava falando sério, que eu precisei tomar essa atitude por você.

- Eu estava indo até você...- digo entredentes.

-  Por que não me leva até seu apartamento e conversamos melhor? -  propõe -  Acredito que temos muito o que conversar.

Não digo nada,meu corpo parece estar ineter, no automático. Giro nos calcanhares para sair daqui enquanto meus olhos percorrem milimetricamente cada canto desse lugar a procura de alguma saída, mas sua presença incisiva ao meu lado faz com que meu corpo se sinta impotente,acuado.

Rodolfo chama o elevador que não demora a se abrir,e meus olhos tentam esconderem a surpresa quando me deparo com Gil que não consegue esconder o choque em seus olhos em ver o homem que agora segura em minha cintura me puxando para ele para que Gil tenha espaço para sair. Olho em seus olhos em súplica para que ele não converse comigo, para que siga seu caminho e ele parece entender,porquê se arrasta lentamente da cabine a qual eu e Rodolfo entramos e assim que as portas se fecham deixando para trás a única pessoa que sabe tudo o que está começando a acontecer percebo que tudo pode recomeçar novamente.

- É...você tem bom gosto. - diz admirando a sala enquanto fecho a porta.

- Como me encontrou?

- Confesso que estava com dificuldades, você foi esperta em usar um número com o código de área de outro país, mandei meus homens vasculharem cada canto de Paris, porém ,sem sucesso. Tentava te rastrear,mas não consegui um hacker sequer que fosse eficiente o suficiente para quebrar os códigos que você colocou - ele dá uma pausa de segundos - mas quando as coisas precisam acontecer, meu bem...não tem como fugir,como recusar. Foi lindo minha reação quando o mundo da educação e empresarial explodiram quando finalmente descobriram a identidade da dona da maior faculdade do país que tanto mantinha preferência em esconder sua identidade, suas fotos espalhadas em todos os sites e redes sociais, os magnatas alvoroçados com a notícia, os jovens curiosos espalhando para o restante do mundo que a professora mais peversa, gélida e quase desumana era na verdade a fundadora de tudo o que eles pisam e usufruem naquele lugar. - diz tentando se aproximar, e me afasto mais.

- Eu estava indo até você, não precisava vir até aqui.

-  E por que não? Por que não viria conhecer o lugar onde minha mulher se restabeleceu e virou uma das mulheres mais respeitadas e poderosas do país e isso, até onde todos achavam,sendo apenas uma professora? - seus olhos levemente cemicerram,e vejo seus dedos se fecharem acariciando levemente sua palma da mão direita - a não ser claro,que tivesse me escondendo algo.

- Não diga besteiras - ando um pouco agitada pelo cômodo - tudo o que fiz foi para me proteger,me proteger de ser encontrada por você,de ser arrastada novamente para aquela vida cheia de medos,de receios, de cobranças a qual você me condicionava. - sinto minha garganta doer pelas palavras que queriam sair falhadas,mas a forço saírem seguras e firmes,mesmo meus olhos que começando a se encherem de lágrimas denunciando o contrário.

É vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora