Tee caminhava rápido pelos corredores do distrito.
Nunca um telefonema a deixou tão irritada.
Fez sinal para Irin pelo vidro da janela e recebeu um ok para entrar na sala.
Irin falava no telefone, enquanto observava Tee que passava forte a mão nos cabelos, como se quisesse arrancá-lo.
Irin desligou e também não parecia muito satisfeita.
- Você primeiro, capitã. O que houve?
- Acabei de receber um telefonema da diretora Armstrong.
- Aconteceu alguma coisa com a nossa filha?
- Não. Ela tá bem.
- Nossa! Tee. Por favor, não me assuste.
- Ela prestou uma queixa contra uma de nossas detetives.
Irin fechou os olhos e respirou fundo.
- Por que será que você não está surpresa?
- Porque eu pedi que aquela desgraçada da Sarocha fosse até lá.
- Então, já tiveram contato?
- Sim. Hoje cedo.
- E como foi?
Tee perguntou angustiada.
Apesar de não admitir, queria que a história com Freen se resolvesse e tudo voltasse a ser como antes.
Irin levantou, tocando levemente o braço de Tee, tentando tranquilizá-la.
- Foi uma conversa tensa, mas eu ainda sei lidar com ela.
- O que faço em relação a queixa da diretora?
- Nada. Pode deixar que eu resolvo.
- Sabe que não pode misturar os problemas que tem com ela no trabalho, não sabe?
Antes que Irin pudesse responder a porta abriu de repente.
- Opa! Espero não ter atrapalhado.
Freen entrou rapidamente, com seu sorriso cínico e um ar debochado.
- Mas que droga! Freen. Você não sabe bater na porta antes de entrar?
Freen continuou sorrindo.
- Perdoe-me, comandante. Não sabia que estava em um momento familiar.
- Você não muda mesmo não é, Freen?
Dessa vez era Tee quem falava.
- Tee!!! Há quanto tempo!! Não percebi que você estava aí.
- É... capitã Tee, detetive.
- Que seja, não vim falar com você.
Freen sentou na cadeira enquanto Tee olhava para Irin quase explodindo de raiva.
- Por favor! Deixe-nos a sós, capitã Tee.
- Eu deixo sim, mas quero você na minha sala detetive. Temos um assunto pra resolver.
Freen fez apenas um gesto de "tchauzinho" para Tee enquanto ela saía da sala.
- Foi vê a diretora Armstrong?
Perguntou Irin, tentando manter a calma.
- Ela já ligou reclamando?
- O que fez pra deixá-la tão irritada? Recebi uma ligação do escritório de advocacia que representa a diretora. Me cobraram explicações sobre um suposto abuso de autoridade cometido, adivinha por quem?
- Por quem?
Perguntou Freen com a cara mais cínica.
Irin saiu do sério e bateu forte na mesa.
- Vai mesmo continuar com esse joguinho?
Freen não se assustou com a pancada.
Queria irritar a comandante e estava conseguindo.Olhou Irin dentro dos olhos e disse:
- Você me pediu pra investigar, é o que fui fazer.
- Você entrou na sala dela sem pedir permissão, foi arrogante e...
- E aquela mulher não passa de uma menina mimada.
Freen cruzou os braços, irritada.
- Você vai voltar lá, Sarocha e também vai pedir desculpas.
- Quem me deve desculpas é ela.
- Escuta bem o que eu vou dizer. Se ela prestar uma queixa formal contra você eu não vou poder fazer nada pra te segurar aqui. Essa já é a segunda vez que recebo uma reclamação. Você pode perder seu emprego.
Irin estava com os nervos à flor da pele.
Mas, o fato dela ser a comandante não intimidava Freen.
E se tinha uma coisa que a detetive Sarocha sabia fazer muito bem, era como tirar alguém do sério.
Freen usava isso como estratégia.
Sempre dizia que a raiva, fazia as pessoas agirem sem pensar.
Tudo que tinha que fazer era esperar as atitudes precipitadas que vinham depois.
- É sério, Irin?
- Acha que eu tô brincando?
Dessa vez quem encarava era Irin.
- Não lembro de você ser tão chata. Virou comandante e agora ficou metida?
- Você escolhe, detetive. Ou vai lá e pede desculpas ou dê adeus pra sua carreira.
- Eu vou até aquela mulherzinha mimada, só não garanto que pedirei desculpas. Mas, só vou com uma condição.
- Qual condição, detetive?
- Vou fazer do meu jeito. Quero carta branca e ninguém no meu pé. E esse "ninguém" serve para você e para a capitã traí...para a capitã Tee.
- Se você passar dos limites de novo, eu mesma vou prestar uma queixa e aí você já sabe.
Freen deu um sorriso de vitória, levantou da cadeira e antes de sair disse:
- Você fica mais sexy quando tá com raiva.
Ela fechou a porta bem à tempo de evitar que alguma coisa a atingisse.
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FREENBECKY EM CASOS DE "POLÍCIAS" PARTE 02
FanfictionDepois de um tempo fora da cidade, a detetive Freen Sarocha está de volta ao seu antigo Distrito de Polícia. Inteligente, rebelde e sedutora, ela terá que enfrentar, além de um novo caso, sua nova chefe (que também é sua ex). • Existem 2 perfis com...