FREENBECKY EM CASOS DE "POLÍCIAS" PARTE 02

Capítulo 20

Irin parou em frente a um bistrô.

As duas sentaram-se em uma mesa, no fundo do pequeno salão, com vista para a rua.

Irin pediu um chá gelado e Freen um café.

O silêncio tomou conta do lugar.

Freen tentava puxar assunto, mas também estava nervosa.

Há muito tempo não ficava a sós com Irin.

- Me desculpe, por ter aborrecido você com aquela pergunta.

- Nossa! Você tá realmente pedindo desculpas? Esse tempo longe parece ter feito bem a você.

- Mais que droga, Irin!

Era a vez da detetive sair do sério.

- O que foi, Sarocha? Por que o estresse? Pedir desculpas não combina com você e você sabe disso.

- Quer saber de uma coisa? Dane-se! Isso não vai dar certo.

Freen levantou com tanta raiva que quase esbarrou na garçonete que estava chegando com o pedido.

- Sente-se, Sarocha! Isso é uma ordem.

Freen olhou para ela cheia de ódio.

Não conseguiu sair.

Estava presa entre a mesa e a garçonete que olhava assustada para as duas.

- Posso servi-las?

Perguntou a jovem sem saber o que fazer.

- Sim.

Disse Irin tentando manter uma calma que não existia.

- Por favor, detetive. Não torne isso mais difícil.

Freen, ainda de pé, apoiou os braços na mesa, baixou a cabeça e sentou novamente.

Freen procurou refúgio, olhando, através da vidraça, os carros que passavam na rua.

O clima ficou tenso e novamente o silêncio prevaleceu.

Uma angústia começou a tomar de conta, tanto da comandante, quanto da detetive.

Irin sentiu uma enorme vontade de chorar.

Lágrimas começaram a se formar em seus olhos.

Tomou o chá quase todo, num só gole.

Freen continuava imóvel, olhando para a rua.

Irin olhava para ela tentando conter as emoções.

Fez sinal para a atendente e pediu outro chá.

Apenas naquele momento, tanto Freen quanto Irin se deram conta que os sentimentos que tinham uma pela outra talvez ainda existissem.

Perdidos em meio a mágoa que uma sentia pela outra.

Era a primeira vez, em anos, que as duas estavam sozinhas de verdade.