*62 Karen

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Vi ao lado do meu noivo e do capitão Lohan um guindaste levantar o carro do Esteban.

O vento era frio na beira  do rio Sena em Corbeil, algumas pessoas tentavam saber o que estava acontecendo. Eugène  colocou sua jaqueta jeans sobre meus ombros enquanto eu olhava as faces curiosas das pessoas em volta da fita de bloqueio, foi quando eu vi  um rosto conhecido, o único rosto que eu realmente não queria ver aquela noite:

- Louise...

Eu não pensei muito, fui até  onde ela estava e a puxei pelo cabelo, a vagabunda para se defendeu me arranhando da orelha até o pescoço enquanto eu gritava:

- Vagabunda, foi por sua causa que o Esteban morreu, ele estava indo para sua casa quando caiu no rio , eu tenho certeza, na época que era a amante de  Esteban você morava aqui.

Senti uma das unhas de gel de Louise entrar  em meu pescoço. Dava para ver em seu olhar, que ela tinha tanta raiva de mim quanto eu tinha dela.

- Foi você, você quem matou o Esteban, muito estranho ele ter morrido exatamente depois ter comprado um apartamento em Paris para mim . Ele só estava com você por causa do seu dinheiro; precisava do dinheiro para levantar a editora.

Enquanto a vaca gritava e rolavamos no chão de Corbeil; Eugène tentava me tirar de cima da historiadora e o capitão Lohan tentava segurar a cretina que gritava.

- Você tirou tudo de mim, matou o  amor da minha vida, roubou a ideia do meu livro e deu para Emma, só para você saber eu já  estava com Estevão antes dele começar a te namorar, nunca foi amor sempre foi interesse.

A briga parou quando o Porsche de Esteban foi aberto , soltei os tufos de cabelos de Louise que estavam em minhas mãos, me virei em direção ao veículo, pedi para quê Eugène me solta-se e corri em direção ao carro; Louise tentou fazer o mesmo mas foi impedida pelo capitão que a segurou, ele pediu para quê duas policiais a levar-se para fora da fita de bloqueio.

Depois de anos não havia sobrado muita coisa do defunto:  apenas ossos  , sapatos, carteira, um relógio de ouro e um pouco de roupa. Os peixes trabalharam muito bem se alimentando da carne daquela víbora, espero que não tenham morrido com tanto veneno.

Respirei fundo , após reconhecer os itens de Esteban e devo confessar que foi muito bom vê-lo naquela condição após ter feito tudo o que fez comigo, mas abracei meu noivo chorando pois não cairia bem um sorriso de satisfação em meus lábios naquele momento; pedi para o capitão que me deixasse ir embora e me retirei do local no carro de Eugène.

Eu não queria ficar sozinha e muito menos ir para o apartamento onde morei com uma Esteban, então liguei para Emma e avisei que dormiria na casa de Eugène.

...

Dentro do carro de Eugène...

-Sério que não está sentindo a unha postiça fincada em seu pescoço?

- Eugène, posso te afirmar sem dúvida alguma que isso dói bem menos do que a punhalada que levei no meu coração do Esteban.

- Vida, é melhor te levar para um hospital, com certeza vai precisar dar ponto.

- Eu só preciso de um alicate  e de um kit de primeiros socorros,  tenho certeza que não vou morrer por causa disso.

...

Depois de chegarmos ao palacete que Eugène comprou por uma pechincha pois estava abandonado a pelo menos meio século e que depois de uma bela restauração ficou esplêndido, fui tomar um banho e só estão tirei a unha de gel de Louise do meu pescoço . Esterilizei tudo, e tive que encarar uma enxurrada de sangue que jorrou logo após a retirada da unha.

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