44 Mau feitio

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Os dias estavam passando e eu ainda não havia conseguido nenhuma desculpa para ir ao porão na próxima lua cheia

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Os dias estavam passando e eu ainda não havia conseguido nenhuma desculpa para ir ao porão na próxima lua cheia. Fui para o curso e tive um mini infarto quando vi uma empilhadeira levando Durand em modo estátua para uma sala ao lado da que fazemos o curso de restauração.

Fui até o arcebispo e perguntei:

- O que está acontecendo estão todos ficando loucos?

- Na verdade fui obrigado a fazer isso, os repórteres estavam me  pressionando e ameaçando a ir a autoridades superiores. O Vaticano já sabia de tudo que tinha acontecido e achou melhor eu ispor a estátua do quê ficar esse burburinho que poderia levantar ainda mais teorias do quê   já tem em volta da escultura. - O arcebispo sussurrou pois as pessoas que faziam curso já estavam dando seu ar de sabedoria enquanto olhavam a escultura sendo colocada no centro da sala; falavam sobre o estilo, idade e conservação da escultura, mais nada se comparado ao sorriso de Doc ao ver o gárgula .

- Sua benção senhor arcebispo, não será surpresa para ninguém o fato de que iremos limpar e restaurar o gárgula da família Leroy. 

O arcebispo deu sua bênção a Eugène e  fomos até à sala onde ficavam  os materiais para podemos começar o trabalho. Assim que começamos a aula Eugène Doc começou a falar:

- Olhando a escultura podemos ver que ela passou por uma limpeza não tem muito tempo e também foi feito uma pequena restauração. Devo dizer que sem dúvida nenhuma é a maior estátua de gárgula que já vi.  Vamos começar a trabalhar porque em uma semana o gárgula de Leroy , estará em exposição e hoje mesmo teremos jornalistas que virão para ver o gárgula e entrevistar o maior restaurador da França : Eu .

- O bom é que além de bonito ele é humilde. - Louise sussurrou em meu ouvido. - Terei que estudar mais sobre a história da sua família, agora que o gárgula ficará exposto a visitação.

- Você não me engana, sei muito bem que não é a primeira vez que vê essa escultura.

- Você tem razão, já vi o desenho  alguma vez em um livro antigo.  Agora tenho que ir, você tem muito  à fazer e eu também. - Louise falou indo em direção a porta principal.

...

No mesmo dia  fui até a Maison Caron porém não encontrei nenhuma das irmãs Carons  então voltei para casa e quando abri a porta do apartamento dei de cara com a matriarca da família Leroy ,Alis de Leroy.

- Emma Müller de Leroy. - A matriarca me chamou pelo nome completo fazendo sempre questão de me lembrar que eu era uma Leroy.

- Senhora Alis. - Falei sem graça porque de toda a família do meu marido ela seria a última pessoa que eu não esperava ver , porém pensando bem seria a pessoa mais provável.

- Você já chegou. - Meu marido falou sorridente. - A    Alis passou aqui para ver como estávamos após essa bagunça com o ladrão da escultura amarrado no poste de frente de casa. Eu falei para grand-mère para ficar ...

- Petit-fils , como já te falei,  apenas estou de passagem, tenho que ir a casa de Gabrielle Roux .- Alis interrompeu  Jean  que  estava sentado com ela à mesa  tomando  café   .

- Ela ainda está viva? - Jean perguntou assustado e sua avó o repreendeu:

- Jean Carlos de Leroy, onde estão seus modos?

Nossa até eu esqueço que meu marido se chama Jean Carlos...

- Désolé grand-mère  . - Meu marido se desculpou como se fosse uma criança.

-Emma meu amor,  la fora está um tanto frio vou fazer um café para você também só um instante. 

Antes que eu fizesse menção de falar que não precisava, Jean se levantou e foi  em direção a cozinha e eu  sem graça  sorri para Alis  que  só esperou meu esposo virar as costas   para  dizer:

- Eu realmente não me importo se você irá ficar o resto de sua vida com o meu neto ou irá terminar com ele amanhã desde que ninguém machuque o Jean. Meu neto estava protegido em nossa cidade natal, mais o destino quis que ele inventasse de vir para Paris. Sei que você sabe que a lenda é verdadeira e as probabilidades de Pierre Durand querer se vingar  em meu neto é muito grande, não deixe que isso aconteça.

- Eu não sei do que a senhora está falando. - Menti.

- Sabe sim , você foi enfeitiçada por Pierre Durand como todas as outras foram. - A senhora Leroy falou se segurando para não gritar.

Sentei-me ao lado de Alis  e falei:

- Por que não acaba com tudo isso e conta para todos que vocês não são Leroy e sim Durand?  A senhora sabe tanto quanto eu que Maya já estava grávida de Durand . Que Jean parecer com o duque de Leroy é apenas uma coincidência. É que é muito mais bonito falar que é descendente de  um nobre do quê de um bastardo não é?

- Você não tem provas, nem mesmo Maya ousou escrever isso em seu diário.  - Alis falou  com ódio.

- Pronto seu café com 3   adoçantes. - Jean me entregou o café e sua avó sorriu  gentilmente e falou:

- O café está maravilhoso e a conversa melhor ainda  mas como eu havia dito, estou aqui apenas de passagem. Fico muito feliz em saber que  estão bem, mas ficaria ainda mais feliz se soubesse que seria bisavó. - A matriarca da família Leroy falou  me olhando  e sorrindo  gentilmente  sem   demonstrar nem de longe  o mau feitio de outrora ,  depois se despediu de mim e do neto como se nada tivesse acontecido e seguiu seu caminho.

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