66 Nas asas do Amor

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Ficamos naquele café até tarde discutindo sobre o lançamento do livro e quando enfim chegamos em um consenso já passavam das 23:00 horas. Eugène me ofereceu carona mas eu agradeci falando que como não morava longe iria com meu patinete elétrico mesmo. 

A noite estava estrelada e um vento fresco soprava em Paris deixando a noite muito agradável, o trajeto da catedral até meu apartamento  estava estranhamente calmo, na verdade calmo de mais se tratando de Paris.

Subi em meu patinete e comecei  a guiá-lo com tranquilidade , mas comecei a sentir a terrível sensação de está sendo seguida e isso me fez acelerar  o patinete. Eu não via nada atrás de mim mas a sensação  de está sendo perseguida não me abandonava... Já estava entrando em pânico quando vi por segundos passar em frente do luzeiro noturno  Pierre Durand com suas enormes  asas  o que fez meu coração disparar ainda mais , porém ao mesmo tempo veio uma sensação de alívio  por  não ser nada de mau .

Fui para  um lugar mais calmo em uma rua mais escura e  na esperança de vê-lo mesmo por segundos. Esperei por alguns minutos e quando já  pensava em   ir embora , pois aquele era um lugar um tanto perigoso, a gàrgula  se pôs a minha frente.

-Você quase me mata do coração. que susto.

Pierre sorriu e sem  dizer uma palavra abriu suas  imponentes asas de mármore  , revelando sua magnifica envergadura. Com graça  me estendeu seu braço , dando dois passos para frente  segurei e sua mão e Pierre nos ergueu suavemente no ar  começando o voo noturno que tanto amo  sobre  Paris .

Abaixo de nós a cidade luz , com suas ruas estreitas e seus telhados antigos. Eu olhava para baixo maravilhada. 

-Eu nunca vou cansar disso.- Sussurrei .

-Paris é uma cidade cheia de segredo e se revela de maneiras diferentes para aqueles que a amam. Tenho sido o guardião silencioso dessa cidade por séculos e posso afirmar que Paris tem uma beleza atemporal que me cativou desde  o primeiro momento que coloquei os olhos nela .

Pierre deu um rasante no Rio Sena e ficamos a centímetros da água, estendi meu braço passando o dedo indicador no Rio  enquanto voávamos velozmente.

-Quero que veja Paris com meus olhos . Quero compartilhar toda essa beleza com a pessoa que trouxe luz aminha existência.

Era por volta de  uma hora da madrugada quando voávamos suavemente  sobre os  telhados de Paris quando  algo chamou  atenção da gárgula, em um beco escuro um bandido estava tentando assaltar uma mulher indefesa.

-Você viu o que está acontecendo ali em baixo? - Perguntei preocupada.

Pierre assentiu com a cabeça e  me deixou gentilmente  no parapeito de um edifício   onde segundo ele eu estaria segura  e falou em tom solene:

-Fique aqui eu irei ajuda-la .

Segundos depois Pierre Durand estava voando em direção ao beco, movendo -se silenciosamente como uma sombra. 

Meu coração acelerou, eu temia por Pierre  e pela mulher.

Quando chegou no local, o bandido estava ameaçando a mulher  com o que parecia uma faca e não feliz  com sua carteira e celular o bandido agora queria abusar da mulher.

Pierre surgiu das sombras, sua presença imponente e suas asas estendidas fez com que o bandido recuasse.

-Solte-a imediatamente .- Ele ordenou com voz firme. 

O bandido atordoado com avisão da gárgula, soltou a mulher e recuou deixando a faca cair e com ela a carteira e o celular . A mulher agradecida começou a chorar de alívio.

- Você é um anjo que Deus mandou para me ajudar, muito obrigada.

Pierre ajudou a mulher se levantar  sorrindo gentilmente. 

- Vá para casa , as ruas não são seguras a essa hora. 

A mulher correu para longe do beco quando Pierre fez menção de  voltar para o alto do prédio mas  dois policiais atiraram nele  o que me fez entrar em desespero. Comecei abri a porta de incêndio do prédio e  a correr pelas escadas , eu precisava fazer alguma coisa.  Quando   consegui sair do prédio vi que apenas um policial estava atirando o outro estava paralisado pelo medo . Vi que o policial que atirava se tratava de  Jean meu ex marido . 

- Jeaaaan  nãaaao !- Gritei desesperada enquanto  o policial descarregava  a munição de sua pistola em Pierre que se defendia fazendo uma das asas de escudo.








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