5 Primeiro amor

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Sim, eu casei com o meu primeiro namorado, e hoje não sei se tudo isso aconteceu por amor ou medo da solidão. Fica sozinha é muito bom durante o dia , durante a noite a graça vai acabando conforme o medo vem aparecendo, conforme os dias vão passando, a graça de ficar sozinha não faz mais tanto sentido.

Jean não era o primeiro cara que eu beijei, teve os carinhas da escola, mesmo tia Susan mandando Lara me vigiar.

Jean era mais compreensivo com algumas coisas do que a maior parte dos sujeitos que eu conhecia. Aceitava o fato de que eu era uma escritora , eu ganhava dinheiro com isso e esse era o meu emprego.

A editora às vezes ligava para mim fazendo algumas propostas mas eu não gostava de trabalhar sobre pressão gostava de escrever sobre coisas que eu gosto ou coisas que venha a minha cabeça como uma ideia que eu sei que vai dar certo, uma história que eu gostaria de ler.

Jean era muito compreensivo quando eu estava no período de criação. Eu havia transformado o quarto dos meus pais em um grande escritório, na verdade não era bem um escritório era mais um lugar de criação onde havia uma grade fonte de água, livro que eu gosto, vários bibelôs de fadas, duendes ,coisas que me deixavam calma e alguns puffs.

O fato de Jean trabalhar de dia também me ajudava muito, se bem que não totalmente já que as ideias não tem hora para vir , às vezes é no banho , quando estou lavando louça ou quando estou a caminho da padaria...

Muito dos meus livros de romance vieram durante os dois primeiros anos do meu casamento.

No terceiro ano de casamento mesmo com pressão da editora e propostas muito boas eu não fazia a mínima ideias sobre o que escrever.

Nas férias de Jean viajamos por várias praias do litoral da França, mas nem isso me deu alguma ideia, (engraçado que isso costumava funcionar bastante , geralmente voltava das férias com meu marido com pelo menos ideias para 2 livros).

Eu não gostava da pressão que a editora fazia para que eu escrevesse , gostava de escrever de maneira natural, a ideia parece e eu começo a escrever.

O problema era que eu sentia a obrigação de escrever algo já entregava pelo menos 2 livros por ano, desde os 18 anos .

Era quase desesperador, nunca havia acontecido aquilo comigo... eu passei semanas no escritório sem escrever uma linha e a pressão só aumentava quando eu pensava que eu não poderia escrever qualquer coisa depois de ter escrito Crônicas de Machado e Espada que se tornou um best-seller, a editora e os fãs não esperavam nada menos do que um livro tão bom quanto o anterior.

Jean foi até o escritório as três horas da madrugada com a cara que transparecia sono e sentou em um puff do meu lado.

- Amor são três da madrugada, o que você está fazendo? -Perguntou meu marido sonolento.

-Acho que a pergunta seria : o que eu não estou fazendo? Eu não estou escrevendo um livro. Estou assistindo filmes que possam me dá alguma inspiração. -Falei toda trabalhada na cafeína.

-Amor copiar filmes é plágio e plágio é crime , eu não quero ter que te prender . -O rapaz bocejou .

- Eu sei disso, não vou copiar, é bem assim : vejo um filme como Senhor dos anéis e tenho uma ideia para um livro onde o protagonista é um elfo.-Emma falou ainda prestando atenção no filme.

-Ah tem uma oportunidade de transferência para Paris, mas o capitão vai dá para quem conseguir prender o sujeito que está vendendo drogas para os jovens da universidade. - Jean falou sem quase conseguir abrir os olhos.

-E você está pensando em ir trabalhar em Paris? -A jovem perguntou agora realmente prestando atenção no que Jean estava falando.

-Eu só vou se você for, você sabe disso, você sabe o quanto eu valorizo o teu trabalho e espero que valorize o meu . Essa transferência é uma experiência nova e uma oportunidade que poucos ali vão ter. Eu nem cogitaria a transferência se seu emprego não fosse flexível. Não estou exigindo nada , só peço que pense no caso, pois você sabe que seu marido é o melhor policial de Nancy não é? -Jean falou sorrindo enquanto olhava Emma .

-E por isso é a inspiração para todos os heróis dos meus livros. - Falei sorrindo .




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