Gárgula ( +18)

71- Vaticano

Em casa...

Eugène...

-Aí escolhi apenas um tiara ao invés de usar o véu, e vou ver com um pastor protestante; é bem melhor não tem essa coisa de provar que foi batizado , fez a primeira comunhão , crisma ... até porque sei que você foi mal mal , batizado. - Karen falava entre uma garfada e outra de seu bife grelhado com batatas assadas.

- Karen , fiquei sabendo que a perícia disse que o Esteban morreu antes de cair no rio. -Falei olhando bem para minha noiva para analisar sua reação.

Karen parou de comer por três segundos segurando o garfo no ar e em seguida falou:

- Acho que meu advogado disse algo sobre isso, mas não falou do que o Estevan morreu. - Karen falou bebendo um generoso gole de vinho tinto.

-Por que não me falou sobre esse assunto? por que não me falou sobre saber que o Esteban já estava morto antes de cair no rio? - Falei enquanto cortava um pedaço de carne .

-Eugène se está desconfiando de mim é só falar que terminamos, a base do casamento é a confiança, mas como posso ver , só eu estou preocupada com a cerimónia do nosso casamento. Enquanto eu penso em nosso futuro você está pensando no meu passado. Eu prefiro terminar, já estou cheia dessa coisa de só eu gostar e não ser correspondida no mesmo nível. - Karen levantou da mesa chorando , se mostrando ofendida com a minha desconfiança .

Eu me senti mal e abracei minha noiva enquanto ela chorava.

...

Assim que o sol nasceu resolvi pegar o meu Audi e ir até Juvisy e aproveitar e passar em Paris. Meu projeto já tinha por volta de 6 meses porém ninguém sabia que ele era meu , pois meu advogado é quem estava cuidando de tudo para mim , meu novo projeto era uma editora que iria trabalhar a princípio apenas com escritores iniciantes, aqueles que estão precisando de uma oportunidade e até teria oficina de redação, fotografia , edição, gráfica, desenhos gráficos, design e oficina de leitura.

Sim, eu sabia que a Karen não gostaria nada disso e até podia se sentir ameaçada com isso, mas ela estava lidando com escritores que já faziam sucesso e eu praticamente estava ensinando as pessoas serem escritores. Karen não deixaria isso passar em brancas nuvens então estava esperando meu contrato acabar para inauguração da Editora Nouveau Monde , bom eu sei que todos os livros que escrevi até Gárgula terá uma porcentágem indo para editora da Karen e que à anos atrás comprei 3% de 10% das cotas que Esteban colocou à venda, porém acho que essa é a melhor decisão a ser tomada no momento.

Assim que cheguei a Juvisy-Sur-Orge fui até o casarão que havia comprado, minha advogada já estava lá e a construtora já havia reformado boa parte do que combinamos, é claro que se tratava de uma casa centenária e eu não queria mudar nos o aspecto de palacete, encontra partida por dentro aproveitei para mudar bastante coisas já que a casa não era tombada como património histórico. Três quartos que seriam transformados em salas para as oficinas já estavam prontos inclusive o que seria transformado em oficina de leitura,  pensei em transformá-lo em uma biblioteca também e liberar um horário para receber escolas. O quintal era bem grande com um jardim lindo que não quis destruír , pelo menos não todo; contratei uma empresa que fazia aquelas casas com container para construir a sala onde ficaria à gráfica e a mesma ocuparia  uma parte do quital.

- Estou gostando bastante do resultado tá construtora, mas eu pedi para que tivessem cuidado com o jardim, falei que poderiam mexer apenas no terreno onde ficaria as salas dos containers e uma parte das tulipas foram pisoteadas, peça que tenham mais cuidado. Vou ligar para a fábrica mandar as impressoras e a máquina da gráfica. Agradeceria se pudesse estar aqui quando as máquinas chegarem. Sei que não é o seu trabalho mas como combinamos aquela taxa  no caso de eu precisar de algum serviço extraordinário ...