La Diabla

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Quando Camila chegou a casa se encontrou com Dinah no sofá assistindo Cisne Negro. Deixou a mochila no chão e apoiou o pé na mesa do centro, suspirando audivelmente. Dinah apesar do pouco tempo, havia criado um laço de amizade muito forte com Camila, e quase podia dizer que conhecia os gestos da garota.

- Um dia difícil? – Camila imediatamente encarou a amiga. Ela estava tentando esquecer o que Lauren provocava nela, e Dinah utilizando as mesmas palavras que a garota não ajudava em nada.

- Você nem imagina! – respondeu passando as mãos no rosto, tentando limpar a frustração. A loira desligou a televisão e se virou para Camila, encarando-a com um balde de pipoca no colo.

- Dispara! – disse animada. Camila respirou fundo. Ela precisava tirar as dúvidas dela com alguém, e quem melhor do que a amiga para isso?

- Ok, mas antes prometa não me julgar. Espera, você é católica? – Dinah franziu o cenho ante a pergunta.

- Você está participando de algum ritual macabro?  - perguntou alarmada. Camila riu e se sentiu mais relaxada.

- Não, idiota! Apenas... você tem nojo de homossexuais? – disse mordendo os lábios. Dinah arregalou os olhos e depois gargalhou.

- Que maluquice é essa? Lógico que não! Por quê? Não me diga que você sim...- perguntou com receio.

- Quê? Não! Claro que não...

-Então?...

- Lembra-se daquela garota que eu te falei ontem?

- A Megan Fox do café?

- Exatamente... adivinha quem é minha monitora no trabalho de economia? – Camila assentiu e mordeu o lábio novamente.

- Mas como?

- Pelo jeito é a aluna preferida do professor Burton. Estuda Relações Internacionais e Ciências Políticas, além de ser ótima em Economia. Então... ele pediu que ela me ajudasse e ela aceitou. Começamos hoje, na sala que o professor tem na biblioteca. Estudamos a tarde toda e por varias vezes eu me senti nervosa.

- Nervosa em que sentido? Espera, o que isso tem a ver como nojo de homossexuais? – perguntou claramente confusa.

- Eu... Dinah eu... acho que eu me sinto atraída por ela. – Dinah arregalou os olhos novamente.

- Atraída tipo... - Camila assentiu.- Uau, isso é realmente surpreendente, e não, não tenho nojo de homossexuais, até porque já passei pela experiência. Mas o que você sente?

- Não sei, hoje, por exemplo, na saída, um garoto se esbarrou nela e ela teve que se apoiar na porta para não cair em cima de mim, mas ficou muito próxima e eu pude sentir seu hálito em minha boca. E por aquela fração de segundos eu desejei que ela me beijasse. Mierda, eu até imaginei a cena! Mas aí ela se afastou e eu me senti decepcionada... Depois, quando estávamos estudando, varias vezes a peguei me olhando, tipo com desejo... Não sei explicar! Agh, e o que é pior, ou melhor, não sei...

Camila falava rápido de mais e gesticulando o tempo todo, e Dinah estava ficando nervosa.

- Ela pegou um pacote de bolacha e dividimos enquanto conversávamos, mas aí ficou sujo o canto da boca e eu limpei. Quando eu senti os lábios dela eu morri de vontade de beijá-la novamente, e isso nunca aconteceu comigo, Dinah. Eu jurava que ainda estava apaixonada pelo meu ex!

- E? ... - Dinah perguntou movendo as mãos com ansiedade.

- E quê?

- Você a beijou?

- Não, você ligou e eu me afastei correndo!

- O quê? – Dinah gritou exasperada. - Por que você não a beijou sua idiota? A única forma de saber se essa atração é real, seria beijando-a!

L A U R E N Where stories live. Discover now