Jornada

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A tarde eu estava sentada na grama do jardim tomando um pouco de sol, O Poeta me chama no jardim dizendo que Meraki queria nos contar algo importante e estava me esperando na cozinha.
Curiosa me levanto do chão acompanhando o Poeta até a cozinha onde Takeshi também está lá, sentado em uma cadeira com os braços cruzados enquanto Meraki está de pé, respirando fundo enquanto brinca com suas mãos, parece nervoso com algo

Decido não me sentar, fico de pé ao lado de Takeshi para ouvir oque ele tem a dizer

– agora que todos estão aqui eu gostaria de lhes confessar algo –ele engole logo logo após suspirar– eu nunca contei a vocês sobre meu passado porque... –uma pequena pausa é feita em sua fala– eu era um assassino. Eu matava pessoas, das perversas às inocentes, muitas vezes sem motivo algum sob a ordem do meu antigo comandante. Eu me lembro da sensação que tive ao tirar a vida de alguém pela primeira vez, lembro dos gritos agoniantes de dor, lembro do sangue que ficava em minha espada... E o pior de tudo é que eu me lembro de ter gostado. A sensação do poder, o prazer de saber que a vida da pessoa estava inteiramente em minha mão – a vezes de Meraki começa a falar por conta do choro que está preso em sua garganta– entre vocês dois, eu sou o pior, eu não queria ter ido tão longe mais eu fui, eu me arrependo de tudo isso e a um dia atrás durante uma madrugada, eu era atormentado pelos gritos dos familiares das pessoas que assassinei, até mesmo pelos seus próprios gritos, a visão dos corpos jamais sairá da minha cabeça. Se vocês quiserem seguir a missão sem mim, eu vou entender, mas eu imploro a vocês o seu perdão. Por favor me perdoem

Os olhos de Meraki começaram a diversos vermelhos e lágrimas brotaram em suas pálpebras inferiores, mas ele não as permitiu que caíssem. Ele morde seus lábios trêmulos, sua respiração está curta dando pequenos soluços, é nítido que ele está tentando ser forte.
Takeshi e eu nos entre olhamos assustados enquanto nossas mentes privessam essa informação tão impactante, pois nunca iríamos imaginar que Meraki teria feito algo assim

No mesmo instante, como se nossas mentes estivessem conectadas, Takeshi se levanta seguindo meus passos indo na direção de Meraki, ao mesmo tempo nós o tomamos em um abraço e só então que ele se permite chorar. Algumas lágrimas pingam em meus ombros, provavelmente no de Takeshi também, Meraki repetidas vezes diz que sente muito enquanto nós o abraçamos com mais força

– nós não vamos abandonar você, Meraki –disse Takeshi

– nós agora somos uma família, ninguém fica para trás

– eu realmente sinto muito –diz Meraki chorando

– está tudo bem, nós te perdoamos –digo ao mesmo– o passado é passado, coisas novas vão acontecer, e você é um novo Meraki. Essa missão vai continuar com você fazendo parte dela, não vamos te abandonar

Nos separamos do abraço deuxamdo Meraki enxugar seu rosto, seus olhos se direcionam para o Poeta, que está parado perto da janela nos observando com um sorriso iluminado

- muito obrigado –agradeceu Takeshi

O Poeta nada disse, apenas inclinou sua cabeça um pouco para frente em resposta ao agradecimento de Takeshi.

Dois meses depois

O tempo passou depressa aqui no jardim do Poeta, já faz dois meses que estamos aqui, dois meses de descanso, cura, e fortalecimento de laços.
Todos nós estamos voltando de horta do Poeta com as cestas cheias de frutas quando o vimos ao longe, ele nos chama do mesmo lugar que ele está para irmos até ele.
Ao chegar lá, colocamos as cestas no chão para ouvir oque ele tem a dizer

O Soldado, O Poeta e o Rei [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora