O Soldado, O Poeta e o Rei [Em Revisão]

A marca

Takeshi narrando

O vento frio bate em meu rosto equanto tons rosados entre as nuvens começam a aparecer no céu. O dia já vai nascer
Me despeço da multidão voltando para a trilha, está difícil para andar, meu coração está pesado e me falta ar, uma enxaqueca atinge minha cabeça acompanhada de um mal estar não me deixando raciocinar direito.
Da linha debaixo dos meus olhos até toda minha bochecha está ardendo, como se eu tivesse feito um corte nada, mas nada fiz, nada que eu me lembre

– por que foi até lá? –soou a voz do Poeta atrás de mim

Meu corpo congela ao perceber que ele está aqui, eu não sei como reagir e nem oque dizer.

– do que está falando? –pergunto me desviando do assunto

– você sabe do que estou falando. Vire-se para mim, por que está de costas?

– não tenho peito para lhe olhar nos olhos. Fiz coisas erradas

Sinto que ele se aproxima de mim, mas a medida em que ia ficando mais perto, mais constrangido eu ficava. Chego ao ponto de cobrir meu rosto com as mãos tomado de tanto constrangimento, percebo a presença do Poeta na minha frente mas não me atrevo a levantar o rosto

– olhe para mim –disse ele

– eu não posso

– você pode. –com cuidado e gentileza ele tira minhas mãos do rosto– está tudo bem

– meu rosto arde...

– eu sei, você está rachado

– como assim?

– você se corrompeu com a festa, ela extraiu as coisas boas que há em você, estava te tornando frio, cego, não ia demorar para se tornar marionete nas mãos das criaturas que habitam nessas cidades

– tem como consertar? Não posso chegar diante dos meus amigos assim

– eles já desconfiam. E também não vão julgar você, pelo contrário, vão ajudar você

– eu sinto muito –digo com voz de choro

– está tudo bem, eu perdoo você –o mesmo toca suavemente meu rosto

– e essa marca?

– que marca?

– a que está em meu rosto

– a que estava em seu rosto. Não há mais marcas acusatórias em você, mas precisa contar a seus amigos oque andou fazendo

– certo. Muito obrigado

Retornando aos meus amigos pude vê-los de pé, eles me encaram assim como também eu os encaro congelafo no caminho. Meu coração está batendo muito rápido por tamanho nervoso e minhas mãos estão trêmulas