O verbo

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– você nunca nos mostrou –rebati

– vocês estavam sendo preparados para este dia

– por que nos mandou em missão? –perguntou Meraki

– quando vão me apresentar Takeshi? –perguntou ele enquanto ainda andávamos,al mas Takeshi parou Jô meio meio caminho um pouco assustado

– como sabe meu nome? –perguntou ele

– ah, eu sei de tudo. Sei até da terrível guerra que assolou sua vila e que você encontrou refúgio nos meus aventureiros e que também vocês conheceram o Poeta

– também conhece o Poeta? –perguntou Meraki ainda mais confuso

– mas é claro! Somos da mesma família

– vocês são irmãos, primos...? –perguntou Takeshi

– você não entenderia –disse o Soldado com um sorriso no rosto

Chegamos no centro do campo. Há várias casas espalhadas e crianças brincando por toda parte. Vimos também aos arredores dentro da cerca várias plantações e árvores com bons frutos; no lado direito vemos um Soldado treinando seus aprendizes a usarem uma espada e do outro lado vem mulhares carregando cestas repletas de laranjas e tomates.
Ao perceberem que o Soldado chegou, todos sorriram de felicidade e com sinal de respeito e reverencia curvaram-se.

Ele nos levou até sua casa e pôs a mulher lá, ela se sentou na cadeira enquanto o Soldado voltava de algum cômodo da casa com um pano molhado de remédio para passar em suas feridas. Percebemos que suas feições estão caídas, ombros caídos e cabeça baixa, sua respiração está pesada e mesmo que seus olhos estejam olhando para baixo podemos perceber o quão distante eles estão. Ela morde os lábios na intenção de segurar o choro.

Ela está muito triste

O Soldado levanta seu rosto pelo queixo, seu olhar penetrante e compassivo faz lágrimas rolarem pelo rosto levemente enrugado da mulher, ele sopra em sua face secando imediatamente suas lágrimas. Ele a abraça e a mulher no mesmo tempo solta toda sua dor no choro. Ela urra e chora como criança, entre soluços ela diz o quanto seu coração dói, as lágrimas continuam escorrendo molhando toda camisa do Soldado.
A sensação que me causa é indescritível, Meraki virou de costas para esta cena comovido com a dor dela mulher

Os olhos de Takeshi transbordaram empatia e compaixão, ele se pôs no lugar dela, queria fazer algo para ajuda-la mas não sabia como.
Aos poucos a mulher se acalmou, o Soldado a separou de seus braços e levemente soprou em seu rosto secando imediatamente suas lágrimas. As feições tristes da mulher sumiram, ela suspirou aliviada enquanto um sentimento de gratidão percorre por todo seu peito transparecendo no brilho dos seus olhos

– muito obrigada! –exclamou ela maravilhada com o ocorrido

– nunca mais passará por isso novamente. Poderá ficar aqui conosco caso não queria reconstruir sua vida na cidade

– eu não quero incomodar

– não seria um incômodo. Eu insisto, por favor aceite o convite.

A mulher com um sorriso no rosto concorda aceita o convite. O Soldado chamou algumas mulheres para alojar a mulher mulher em uma casa e cuidarem dela, pois ela precisa de muito apoio emocional e carinho de todos.
Meraki, eu e Takeshi saímos da casa com o Soldado, ele passeia conosco por todo campo nos perguntando sobre nossa jornada e de como conhecemos Takeshi.

Contamos tudo a ele sem esquecer de nenhum detalhe, os olhos do Soldado tem um brilho inexplicável de admiração e seu sorriso iluminado aparece toda vez que alguém se empolga para contar uma parte da história.

O Soldado, O Poeta e o Rei [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora