Marionete

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Entro na trilha com ele que me leva direto para a festa. Lá ele me tira do meio da música alta e da multidão me levando diretamente para sua casa.
Ao chegar ele me toma em um abraço apertado e diz em meu ouvido que vai ficar tudo bem.
Depois nos sentamos no chão e ele tentou me distrair, quando me senti melhor voltei para festa e ele de início me deixou esperando perto da fogueira enquanto foi pegar uma bebida para nós

Olho para o céu vendo as nuvens saindo da frente da lua e sua luz invade o ambiente, então os raios lunares tocaram as folhagens das árvores e eu pude ver o que aquela garota me disse.
Criaturas enormes estavam controlando aquelas pessoas, são pretos como a noite, posso dizer que são sombras, mas sua vasta escuridão se move em seu corpos vazio mesmo eles estando parados no mesmo lugar. Seus olhos vermelhos brilham diante da escuridão, não possuem boca ou nariz, apenas olhos vermelhos que não se parecem muito com olhos, mas sim com dois pontos de luz

O medo me paralisar, o grito trava em minha garganta e meus olhos ficam marejados, minhas pernas ficam fracas e falham fazendo-me pensar que meus joelhos vão cair no chão. Meus olhos se arregalaram ao avistar essas criaturas, minhas mãos ficam trêmulas e aparentemente tudo aí meu redor ficou em câmera lenta e apenas essas coisas estavam normais. Estou cercada delas, porque não há uma pessoa nesse local que não tenha cordas amarradas em seus braços, mãos, pescoço e tudo mais. Kairo aparece na minha frente com uma expressão de preocupação, ao olhar para ele pude ver que ele também é controlado por essas coisas e essa coisa que domina Kairo está me encarando.

Dou passos lentos para trás ainda mantendo meus olhos assustados na criatura, ela me acompanha com o olhar e então eu viro para o lado oposto e começo a correr para longe da festa na tentativa de voltar para casa.
Corro desesperadamente enquanto as lágrimas caem, tento achar a trilha mas não consigo acha-la, eu me perdi e não sei onde estou, agora nem a festa e nem minha casa.
Toda trilha que entro dá em lugar nenhum, quando foi que voltar para casa se tornou tão difícil?
O cansaço me atinge minutos depois, sento no chão com as mãos no rosto e começo a chorar amargamente como criança, meu peito dói, é uma dor tão absurda que não consigo suportar

Manhã seguinte

Não percebi que o sono havia tomando conta do meu corpo, acabei dormindo na porta de um bosque desconhecido, acordei com torcicolo e com dor nas costas. Um grito chama meu nome, olho ao redor vendo Kairo correndo a minha procura e, ao me ver, vem direto na minha direção

– Adalia! O que aconteceu? Por onde você andou? Você passou a noite aqui? Por que você fugiu daquele jeito?

– cadê? –digo olhando para cima e para seu corpo– onde estão aquelas coisas?

– que coisas? Adalia, você me deixou muito preocupado

– Kairo –digo com voz de choro– eu quero ir para casa

– já passa das seis da manhã. Tem certeza que é seguro voltar?

– eu não sei... Como eu cheguei a esse ponto? Eu não devia ter vindo

– o que você viu? O que são essas coisas que você disse?

– eu não sei, eram seres do mal que controlavam vocês e... E aí eles estavam usando as pessoas como se elas fossem marionetes, será que elas sabem disso?

– Adalia, o que você viu é resultado do álcool. Você bebeu demais e ficou bêbada

– eu sei oque eu vi. Isso não foi álcool. Porque desde que chegamos eu não coloquei uma gota de bebida na boca

O Soldado, O Poeta e o Rei [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora