Caminhos

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Acordamos antes mesmo dos primeiros raios de sol saírem. Pela janela podemos ver o tom rosado entre as nuvens que ainda estão escondidas entre as montanhas, o sol em breve vai nascer e nós jutamente com ele precisamos sair.

O Poeta nos entregou roupas novas. Calças de linho e blusas brancas de manga comprida, porém, aparentemente não esquentaram, pois o tecido é fino e leve. O Poeta entregou a mim um corset de couro preto, mas não nos entregou nossos sapatos e também não deixou que colocássemos os novos calçados antigos.
Os meninos se retiraram do quarto para que eu me vestisse primeiro e, tendo eu terminado, ambos entraram juntos para se vestirem.

Caminhando até a cozinha vimos uma mesa posta, há pães fugemando da bandeja de prata indicando que acabaram de sair do forno, com os bolos não são diferentes e nem mesmo com os chás que já estão postos nas xícaras. Também há grandes morangos e amoras em uma pequena cesta e na outra há tangerinas e maçãs.

– sentem-se para comer, ainda estou preparando a mochila de vocês –disse o Poeta

Assim fizemos, confesso que comemos além da conta nos deliciando daquela refeição pela última vez, pois não sabemos quando teremos um café decente novamente.
Ao terminarmos de comer, o Poeta vai até Seu quarto, e volta a nós com três anéis de ouro, três capas avermrlhadas e três espadas, ele as põe no chão e o colar em cima da mesa, a capa, dobrada nas costas da cadeira mais próxima a ele. Ele novamente volta para seu quarto, e segundoa depois volta com três arco e flecha e três botas de couro preta novinhas, o couro brilhava, parecia que havia acabado de ter sido feita

Foi até a mesa pegando os três anéis, pediu para que entendessemos a mão direita para que ele o colocasse

– este anel é a aliança que faço com vocês de nunca os abandonar

Assim que os anéis foram postos em nosso dedo anelar, ele se fundiu a nossa pele e se transformou em uma pequena linha dourada, como já fizesse parte de nosso corpo. Assustados nós encaramos esse ocorrido, ele não deixou de ser um anel, mas não sairá de nossos dedos

– que incrível! –exclamou Takeshi

– esta aliança não sai, e nunca sairá. Vocês podem se esquecer dela, mas eu jamais me esquecerei –ele pega as capas que estão dobradas nas costas da cadeira e a põe em nós sem pressa alguma– isso vai proteger vocês do frio, umidade, e também estão debaixo da minha cobertura. Agora podem calçar as botas

Nos sentamos na cadeira pondo as botas em nosso pés, elas são macias e confortáveis, como se estivéssemos pisando na grama ou em algodão

– essas botas são para vocês suportarem o ide. A comida de vocês está pronta –o Poeta pega as mochilas e as entrega em nossas mãos, não são as nossas, são novas –eu substitui a bagagem velha pela nova, mas as coisas de Enos ainda estão com vocês

Em seguida ele nos leva até a porta, os primeiros raios solares já estão aparecendo e refletindo entre a folhagem das árvores tendo destino a grama verde do solo.
Na porta, olhando ao redor e alem do campo de flores, nós três respiramos fundo para aceitar essa nova etapa que se inicia

– não tenham medo, eu vou estar com vocês. Vão e voem

– obrigado por tudo, Poeta –agradeceu Takeshi– sou eternamente grato por toda a ajuda que nos deu

– não há por quê agradecer. Fiquem longe de trilhas desconhecidas e não deixem seu coração olhar para trás, foque na trilha a frente. E nunca se esqueçam, vocês nunca estão sozinhos, sempre estarei com vocês

Depois de sua deixa na fala, seguimos em frente indo para além do campo de flores. No fim delas, enquanto a última florzinha violeta balançava com a brisa suave, todos nós juntos olhamos para trás compartilhando o mesmo pensamento e medo. "Vou sentir saudade" "estou com medo". Em um ato de coragem dei um passo para fora da trilha  Takeshi e Meraki também fizeram isso e, então, dos início a nossa nova jornada

Seguindo sempre em frente nesta trilha repleta de pedrinhas sentimos que o clima estava mudando, estava ficando cada vez mais quente, talvez agora seja onze da manhã e o sol já está acabando conosco.
Paramos um pouco no meio do caminho para beber um pouco de água, Meraki se lançou no chão passando a mão em sua testa enxugando o suor que escorria da mesma

– por que fomos mandados para uma missão no meio do verão? –reclamou ele– está tão quente

– nós vamos conseguir, sobrevivemos ao calor antes de acharmos o Poeta, podemos sobreviver a esse –disse Takeshi

– onde será que começará nossa missão? Quem devemos resgatar? E qual cidade teremos que invadir? –perguntei

– talvez a gente passe por uma cidade perdida ou o Poeta nos diga –disse Meraki

– mas como? Já estamos distantes da casa dele

– ele disse que sempre estaria conosco –refletiu Takeshi olhando para seu dedo anelar onde está o anel– eu nao sei como, mas se ele disse, ele fará

– bem, vamos indo –se levantou Meraki– precisamos descobrir qual será nossa primeira missão. Me pergunto se o homem ruivo virá também

– talvez quando quase morrermos ele apareça. Isso não é uma reclamação, mas um fato, e eu até gosto disso –falei

– qual criatura teremos que lutar agora? Um gobelim? –perguntou Takesi

– foi justamente uma luta contra gobelins que nos pôs em uma pré missão –disse Meraki enquanto andávamos– agora estamos aqui

– talvez devêssemos achar outro gobelim para então saber nossa missão –digo com um ar descontraído

– você é muito engraçada –disse Meraki ironicamente

Em alguma parte da trilha pelo lado direito, cujo caminho que se seguissemos iríamos nos perder, não tão distante assim, escutamos um urro que nos fez parar e olhar para a direção assustados. É um gobelim, e não está tão distante de nós

– você e sua boca, hein –disse Meraki em um tom mais baixo

Continuamos andando para longe da direção que veio o barulho até chegarmos em um cenário diferente.
Vimos um campo aberto onde a grama cerde brilha com o yoque da Sul solar. Mais a fundo do mesmo, vemos uma entrada ou a saída de um reino feito pelas árvores do local, ela tem um formato oval e do outro lado posso ver um campo aberto.

Sinto meu coração confortável com isso, em outras palavras, estou em paz, e os meninos também, decidimos então passar pela entrada vendo então que se trata de um vilarejo bem espaçoso, uma cidade na verdade
Começamos a andar no meio daquele vilarejo vendo o povo que nele habita, eles são apreciados conosco se não fosse a coloração diferente de seus cabelos. Todos tem uma mecha amarela e a cor de seus olhos são verde esmeralda, bem reluzente. Eles não parecem se importar com a gente aqui porque continuavam seguindo seu destino e com seus afazeres.

Mais a frente vejo uma mulher estendendo roupas do lado de fora de sua cerca branca, seu quintal é cercado por uma cerca baixa

– com licença, pode me dizer onde estou? –me aproximo da mesma

– você não parece ser daqui –disse a mulher analisando meu rosto– o que quer em frya?

– frya? Você sabe que reino é esse? –me dirijo a Takeshi que se aproximava de nós

O Soldado, O Poeta e o Rei [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora