O último pedido

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Pude ver que Meraki ficou tenso com essa informação, mas se manteve firme diante de nós. 
Certa altura da noite, Uriel nos disse para entrarmos pois estava ficando cada vez mais frio

Dentro de casa os meninos foram para cama, Uriel também, mas eu fiquei sentada na sala por um tempo.
Um vento invadiu a janela fazendo meu cabelo mexer

– com o que está tão preocupada? –perguntou o Poeta aparecendo na minha frente

– eu estou com medo... acho que eu nunca estive tão assustada quanto estou agora –me esforço para engolir o choro– estou morrendo de medo

– seja forte e corajosa, não tema e não desanime. Eu estou com você

– ainda não estou acostumada mesmo sabendo que deveria estar. Mas cada vez que entramos em um reino novo, coisas novas acontecem e isso me assusta

– Adalia, não fui eu que lhe ordenei? Seja forte e corajosa, eu estou com você. Nunca estará sozinha

Me tranquilizo por sua garantia, acredito que se não fosse o Poeta, não chegaríamos até aqui

– obrigada –constrangida agradeço o mesmo

– nós vamos conseguir –o mesmo sorri

Na ponta dos pés vou até o quarto onde durmo com os meninos, Takeshi e Meraki estão em seu décimo sonho, pego em minha mochila o caderno que o Poeta me deixou ficar, volto para a sala e acendo uma vela para iluminar as páginas que irei escrever. Dentro do diário há a caneta que veio de seu jardim
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É uma noite fria e a preocupação me assola. O medo quer me parar e me fazer desistir de continuar, mas ele apareceu. O Poeta, aquela pessoa laminada que sempre está aqui para nos ajudar.
Não é sempre que o conseguimos ver e não é sempre que o ouvimos é sentimos, mas ele é maus real para mim do que qualquer outra pessoa. A certeza de sua existência queima em meu coração e ela queima qualquer dúvida de que ele realmente esteja aqui
Tenho medo de machuca-lo como machuquei Lion, espero que isso não aconteça, eu estou indo bem
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Manhã seguinte

Ao raiar do dia, Uriel me acorda para trocar os curativos. Vejo que está cicatrizando bem, talvez até mais rápido que o normal.
Novamente ele passa aquele musgo verde nos pontos, não arde mais, apenas sinto uma coceira irritando por dentro da minha pele. Tenho por a mão para coçar mas Uriel me repreende

– tire a mão –disse ele afastado minha mão da minha perna

– mas está coçando –digo agoniada

– sinal de que está cicatrizado. Evite coçar

– bom dia –disse Meraki aparecendo na sala alongando seu corpo– alguém viu Takeshi?

– ele está lá fora, disse que precisava de ar porque teve um pesadelo esta noite

Urieeeeel, estou passando! –soou uma voz estridente do lado de fora

– oh, o mercador! –o mesmo entrega tudo nas mãos de Meraki– aqui, enrole a perna de Adalia para mim, preciso comprar umas coisas

O Soldado, O Poeta e o Rei [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora