Festa da morte pt.2

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Nossos sorriso mostraram-se um para o outro depois desse beijo, nos sentamos no chão, conversamos e rimos sobre os males e bem da vida tendo a visão do céu estrelado, visão essa que a janela aberta permitia-nos ter essa visão, ele viu uma estrela brilhante e deu a ela o meu nome, porque segundo ele, eu brilho feito ela. Ele estava tentando me fazer rir para esquecer do que me afligia e realmente deu certo, eu me esqueci completamente de tudo ao meu redor e aquele momento foi mágico

E então aconteceu

Ele segura meu rosto e me puxa novamente para um beijo e foi o beijo mais doce que dei na minha vida... como se eu tivesse tido a oportunidadede beijar alguém além de Kairo, e nós paramos no beijo até que em um ato de implicância eu mordi seu pescoço achando que fosse incomodá-lo.

(Mas que mal eu fiz!)

Ele gostou e eu pedi desculpas pelo mal que fiz mas ele me devolveu a mordida e irritada eu devolvi a mesma, até que na vez de sua devolução, ele desce mais a mordida que, agora se transformou em beijos

Todo meu corpo se arrepiou, a sensação é inexplicável e eu não queria parar, ao perceber, tudo havia se aprofundado, incluindo o beijo seguido de carícias ilícitas que eu sabia que não deveria experimentar.
E por volta das quatro da manhã, e não paramos com isso, estávamos ardendo e eu não conseguia pensar em outra coisa além de aproveitar o momento

Então aconteceu algo estranho que não consigo descrever. Quando ele me olhou percebi algo diferente em seu olhar, não era mais o olhar apaixonado, nem mesmo o intenso olhar do desejo embora estivesse transbordando ao ponto de suas pupilas dilatarem por tamanho êxtase, mas era algo que fez meu corpo tremer e minha espinha gelar, era um olhar maligno do qual me trouxe um incomodo terrível. E isso vai ficar na minha memória e não vou conseguir esquecer por mais que eu queira. Eu encaro esses olhos maléficos por alguns segundos estranhando o mesmo mas as sensações que Kairo me causava me distraíram e eu ignorei esse fato, e até preferi ignorar as palavras daquela garota sorrindo criaturas que fazem as pessoas serem marionetes, estava completamente entregue ao momento.

O momento terminou, confessei que o amava ainda anestesiada das sensações prazerosas que ele me causou. Não percebemos que o dia havia amanhecido mas eu não tinha pressa de ir embora mesmo sabendo que eu precisava ir. Ele me levou de volta e dessa vez não fiquei perdida na trilha. Ao chegar em casa e fechar a porta, o encanto terminou, caí em completo choro como se tivesse acabado de acordar de um estado de transe.
Abracei meu corpo cujo anos atrás eu jurei a Lion que não deixaria que ele fosse manchado, mas manchei, não permitiria que ele fosse tocado, mas permiti, não trocaria minha futura responsabilidade por um momento, mas troquei

Por mais que não tenhamos consumado todo o ato e termos ficado apenas nas carícias, beijos e toques, eu me sentia suja e nesse momento agora sentada no chão em que me encontro, me sinto um lixo e eu não vou me perdoar por ter quebrado meu juramento

Eu chorei, chorei e chorei, agora é manhã de domingo e Lion passará aqui para falar comigo, meu corpo está cansado, minha alma em desespero e meu espírito destruído, não tenho forças para levantar do chão por tamanho constrangimento. Foi como se eu tivesse jogado todas as nossas conversas da madrugada, todas as experiências, todas as revelações e tudo que eu já havia experimentado de suas orientações e sabedoria no lixo, mesmo eu não tendo planejado isso e de fato nenhum dos dois tinha essa intenção

Horas antes de ir os céus brilharam as estrelas e trovões soaram do mesmo, eles estavam me avisando que minha ida àquela festa não iria acabar muito bem, eu jurei e teimei dizendo que sabia me controlar, mas agora os céus são testemunhas de que eu só provei que eu estava errada
O beijo doce do qual eu havia experimentado se tornou amargo para mim e agora me encontro correndo para a cachoeira, pulo dentro da água passando a mão em meu corpo  tentando tirar seus toques do meu corpo, tentando tirar a macha que eu mesma causei, tentando reverter as coisas.

Ao terminar, volto para casa cabisbaixa e com os olhos inchados de tanto chorar

– bom dia, criança –diz Lion parado em minha frente

Levanto minha cabeça para olhar para o mesmo e que em questão de segundos desvio o olhar por causa da vergonha

– você está bem?

– sim

– passei em sua casa agora pouco mas você não estava, pelo seu estado enxarcado vejo que estava na cachoeira

– sim –digo desviando o olhar em sempre mantendo a cabeça baixa

‐ Adalia, olhe para mim –o mesmo pega meu rosto e o levanta analisando calmamente meus olhos– você realmente está bem?

– por que essa pergunta?

– porque estou vendo diversas manchas em você

– onde? –pergunto limpando meu rosto

– não é em seu rosto físico. É no seu espírito

Meu coração acelerou, corro para longe dele e entro desesperante dentro de casa.
O incrível é que eu sinto enorme vontade de fazer de novo e as conversas que eu tinha com Lion eu não terei mais, não tenho ânimo de ouvir suas palavras ou fazer qualquer atividade que me prepare para resgatar exilados. Era algo que eu amava fazer, mas não me sinto digna suficiente de ser como os soldados e nrm de ficar diante de Lion já que minha dignidade ficou do lado de fora da cerca

...

Os dias foram passando e eu não saí de casa para absolutamente nada.
Lion vem até minha porta e insiste para que eu abra, e as vezes quero abrir, até me levantei para abrir, mas paro ao por a mão na maçaneta hesito em abrir a porta por estar aflita. Como vou olhar para ele?
Lentamente deslizo minhas costas pela porta enquanto as lágrimas salgadas escorriam até o canto da minha boca

– Adalia, me responda. Me deixe entrar. Eu posso resolver seu problema, apenas me diga oque aconteceu -sua voz soa abafada do lado de fora da porta

– eu não posso –sussurrei

Depois de muito insistir ele vai embora.

Dias depois

Não frequento mais a festa e também não vejo Kairo faz quatro dias.

Durante a noite enquanto todos dormem fico vagando pelo vilarejo silencioso onde os grilos cantam e a coruja cujo canto causa un pouco de medo.

– você me deixou esperando plantado aqui por quatro dias -disse Kairo parado na trilha na qual eu não tinha notado que estava perto

– me deixe em paz, Kairo

– eu me preocupei com você, achei que tivessem pego você ou algo do tipo. Eu fiz algo que você não queria?

– não, e esse é o problema. Eu não posso te ver porque eu sinto vontade de fazer tudo oque a gente fez naquela noite e não posso decepcionar Lion ainda mais

– então por que não vem comigo? Adalia, eu gosto de você e eu sei que você também gosta de mim. Qual o problema nisso?

– Lion notou que estou manchada, Kairo. Você é do povo além da cerca e e sou do povo da terra do sol, não somos compatíveis, ele me avisou que isso me mancharia por misturarmos as raças eu não posso mais fazer isso. Eu traí a confiança dele

– não dá para desfazer oque já foi feito –o mesmo sai da trilha e vem até mim alisando meus ombros– só por hoje, depois você terá a opção de nunca mais voltar se quiser, mas deixa eu matar a saudade que está perfurando meu peito

– mas não vamos fazer tudo oque fizemos na noite passada

– você se arrepende?

– eu não sei... Eu sinto muitas coisas ao mesmo tempo

– vem, vamos distrair a cabeça –diz me puxando para a trilha

O Soldado, O Poeta e o Rei [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora