O caminho

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Isso tirou um sorriso do meu rosto mas ainda sim preferi me manter em silêncio o caminho inteiro.
Passamos uma boa parte do tempo em silêncio, atravessamos colinas e passamos por trilhas rochosas nos altos montes muito estreitas, e para chegar até o Poeta de acordo com as instruções de Enos, é necessário passar pelo vale das rochas, não tem nada perigoso ou assustador aqui, esse lugar tem esse nome por conta das grandes rochas que o rodeiam, até o caminho tem fragmentos das grandes montanhas rochas que caíram aqui em baixo

Hora aquele lugar rangia e outra algumas pedrinhas caíam em nossas cabeças oque causava um pouco de dor, estávamos com medo de algum pedregulho se soltar e cair em cima da gente mas felizmente conseguimos passar com segurança alcançando o outro lado onde tem pasto verde, altos carvalhos e sons de animais duvidosos que só aparecem durante a noite mas que não fariam nada contra nós, pois são muito assustados e eles tem mais medo de nós do que a gente deles

Andando mais a frente nós vimos um riacho que corria água potável, por precaução, repomos a água nos cantis que já estavam quase acabando porque havíamos bebido bastante durante todo esse caminho, atravessamos esse rio a pé, porque ele é raso e a água bate em nossa cintura
Com metade de nossos corpos molhados demos continuidade a caminhada, Meraki aparentemente estava entendido então inventou de sair por aí cantarolando na nossa frente

- por favor, pare, está maltratando meus ouvidos -o provoquei

- idiota -o mesma revira os olhos- estou entendiado, não sei o que posso fazer

- calar a boca e andar? -sugeriu Takeshi

- só isso não tem graça

- acredito que você tenha variações de humor, uma hora está para baixo, outra hora você tem pico de energia e sai por aí saltitando pouco faltando conversar com coelhos -digo ao mesmo

- os coelhos não falam -o mesmo pega o mapa nas mãos e olha ao redor- seguindo as instruções de Enos, O Poeta dica depois do vale dos Skull's

- então é caminho

- sim. Enos ainda nos deu mais comida e mais descanso nos indicando o poeta

- parando para pensar, passamos por muita coisa para chegar até aqui -disse Takeshi- Adalia foi controlada por Kontrolluri, lutamos contra sereias, Huazei e Adalia sobreviveram a ladrões e ainda me salvaram, conversavam com o pode de Solarin e ela ainda ganhou lembrancinha, fora outras coisas. Além de termos sobrevivido a floresta das almas

- essa foi a pior -digo

- e como se sente, novata aventureira? Não é demais para uma iniciante? -perguntou Meraki a mim

- eu sou forte, estou pronta para tudo depois do que passei

Chegamos até o rio largo onde há canoas na margem. Takeshi fez uma troca com o homen que cuida das canoas, deu a ele boa comida mas não toda em troca de uma canoa, pois a aparência do homem é deplorável e está claro que ele passa necessidade.
Entramos na canoa, Meraki começou a remar e a correnteza das águas fizeram o resto nos levando pelo caminho correto segundo seu percurso natural

Em seguida uma forte correnteza nos jogou de um lado para o outro violentamente quase fazendo a canoa virar, mas para nossa sorte durou no máximo dois minutos, pois as águas de acalmaram, agora a canoa estava segundo seu curso sozinha deixando o vento levá-la. Um momento da viagem nos levou até um lugar rodeado por cachoeiras os respingos me molham mais uma vez me fazendo espirrar... De novo... Acho que estou tendo um déjà vu

A minha direita enquanto caía a água da cachoeira, debaixo dela entre as grandes rochas, havia um crânio enorme, tão grande quanto as rochas, oque me leva a pensar que estamos próximos a terra de gigantes ou já entramos nela. Por algum motivo o pavor tomou conta de mim , meu coração parecia que estava prestes a parar a cada batida e minha respiração ficou desregulada só de pensar nos gigantes que habitavam aqui

- calma, é apenas um crânio, não significa que ainda há gigantes aqui -disse Takeshi tentando me tranquilizar ao me ver dessa forma 

E a canoa continuou seguindo seu curso até que saí da área das cachoeiras entrando em um local totalmente aberto onde a luz do sol me pegou totalmente desprevenida, pude ver com clareza que eu navegava em cima de águas cristalinas, tão cristinas, que via os peixes nadando debaixo da canoa. Eram cores diversificadas, roxo, azul, até mesmo branco, fiquei encantada ao vê-los nadar, até que meus olhos captam algo totalmente diferente

O esqueleto de um animal completamente desconhecido. Vi apenas a cabeça e metade de seu corpo, o resto eu não consegui ver direito e não pude imensurar com clareza, mas parecia ser uma espécie de dinossauro com enormes mandíbulas onde ao que parecia ser sua costela, os peixes nadavam entre elas. Volto a olhar para frente não querendo descobrir que espécie é essa ou o por quê está aqui, quero apenas chegar a superfície novamente, até porque, minhas pernas estão com cãibra

A canoa em seguida faz uma curva perfeita e me leva mais uma vez a um túnel feito por árvores curvadas onde havia pouca luz solar e era totalmente silencioso.
Ela sozinha para na margem e, sem pensar duas vezes saio da canoa.

O problema não é a canoa e sim o que ela me fez lembrar

- Adalia, está tudo bem? -perguntou Meraki

- sim... Só lembranças ruins

- você está segura aqui, não há com o quê se preocupar 

Segui a trilha que me levava para o mais longe possível do rio, seguimos por uma trilha íngreme cuja direção achei que estivesse errada, mas ela é mostrada claramente no mapa então não estamos no caminho errado pois os pontinhos violeta que há no mapa batem com as flores violetas que estão ao nosso redor, mas sabemos que esse não é o caminho para o Poeta pois as flores não são como na descrição de Enos
Takeshi estava ficando irritado com uma coceira que atacou seu pescoço, ele coçou tanto que chegava a machucar, fazendo a pele sair em suas unhas, deixando um arranhão no lugar juntamente com o umanlinha vermelha de seu próprios sangue. Não entendia o por que ele estava assim mas ele dizia que logo ia passar, talvez um mosquito o tenha picado

No fim ela voltou a ser reta, continuamos seguindo sem nos desviar para a esquerda ou para a direita, Takeshi estava calado o caminho inteiro ainda tentando pegar fôlego, meus pés doem e minha cabeça está girando, o único que parece normal é Merakibque olha o mapa e nos diz a direção que devemos seguir

- como você não está cansado? -perguntou Takeshi- estou com meus pulmões colados nas costas

- ora, não há motivo para estar cansado quando se a casa passo que dou estou cada vez mais próximo de encontrar o Poeta

- Meraki, eu preciso parar, não consigo mais andar -digo a ele parando no meio do caminho

- não podemos parar, precisamos chegar até o Poeta

Meraki virou-se para trás para ver o que estava acontecendo e então ao me ver, arregalou seus olhos assustado e sua expressão indicava que ele estava seriamente preocupado

- Adalia, por que o seu nariz está sangrando?

- o que? -passo a mão no mesmo percebendo o sangue que eu não havia reparado- eu não sabia que estava sangrando

- Meraki, eu também não me sinto bem -disse Takeshi se ajoelhando no chão

O Soldado, O Poeta e o Rei [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora