Gratidão

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– como você fez aquilo? –perguntei surpresa

– você é um ser mágico! –exclamou Takeshi

– por que não vamos ajudar Meraki? Ele está machucado

Voltando ao local onde ficam as duas casas, vemos Meraki ofegante com sua cabeça encostada na parede, de olhos fechados, obviamente, não se dá conta da nossa presença

– quer ajuda para levantar? –perguntou Takeshi em frente ao mesmo

Meraki abre os olhos com um sorriso de canto, seu olhar não demora para encontrar o homem ruivo

– obrigado pela ajuda

– não há de que

– quem é você? De onde você vem? Qual a sua origem? Ouso em lhe perguntar seu nome

– por que sempre perguntam pelo meu nome?

Percebemos que as pessoas começaram a se juntar onde estamos. Com Takeshi sendo apoio para Meraki, voltamos para o meio do vilarejo, o povo timidamente se achega formando um círculo e nós estamos no centro.
Eles falam uns com os outros nos olhando com admiração, com certa luminância em seu olhar.
Então dentre deles um homem de pele morena e barba branca, usando um macacão verde, dá três passos adiante ficando poucos metros de nós

– eis aqui! Os três jovens guerreiros que nos salvaram

Três? Todos nós olhamos ao redor procurando o homem ruivo, mas ele já havia desaparecido
Para onde será que ele vai?

Todos do vilarejo começaram comemorar nossa vitória e a dizer "viva aos jovens guerreiros!"
Então minha mente se lembra das crianças que ainda estão escondidas no porão da penúltima casa. De imediato me retiro do meio do povo indo até a casa, tiro a tampa do chão vendo que seus olhos brilharam ao me ver e um sorriso esperançoso nasceu em seus olhos

– vão, está seguro agora –digo pegando una por uma

Na última criança minha consciência fala novamente me recordando das crianças da fenda na rocha. Saindo da casa me dirijo até as duas grandes rochas onde pus as crianças no meio delas, e lá estão elas, a mais ela está segurando o mais novo em seus braços e seus olhos se iluminaram assim como das crianças do porão. Digo a elas que está tudo bem agora e as mesmas saem do esconderijo correndo para a direção do povo. Algumas encontraram seus pais e eles as abraçavam forte enquanto as beijavam e choravam de emoção sem parar

Outras procuraram por seus pais, ou apenas pela sua mãe, ou seu pai, outras choravam em cima dos corpos estirados pelo chão e outras simplesmente não os achavam nem mesmo em meio aos mortos.
Enquanto fui me aproximando, vejo Meraki se ajoelhando diante de uma delas e a abraçando, os moradores se compareceram das crianças órfãs e as trouxeram para perto, acredito que eles as adotaram para que elas não não sozinhas pelo mundo

– trabalhamos bem juntos –disse minha consciência– obrigado por deixar seu corpo corresponder as minhas ordens

– minha consciência ainda está falando? –pergunto a mim mesma Em baixo tom para que ninguém ouça

– não é sua consciência, sou eu, o Poeta

– o Poeta!? –me surpreendo com esta informação e isso acabada elevando o nível da minha voz fazendo algumas pessoas me olharam– não é nada, gente, mil perdões –digo sem graça

Takeshi saiu do meio do povo vindo a minha direção com uma expressão confusa

– o Poeta também falou com você durante a batalha?

O Soldado, O Poeta e o Rei [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora