A libertação

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Os meninos contaram ao médico que Takeshi acordou. Agora percebo que sua aparência pálida quase morta desapareceu e seus lábios voltaram a ter cor.
O médico disse que deveríamos esperar um pouco mais só para ele ter a certeza de que ele não terá nenhuma convulsão.

Eu me sentei do lado de fora da casa, na parte detrás onde há uma varanda, fico pensativa e com um sentimento ruim, p qual não consigo descrever.
Me envolvi com um bruxo nos últimos dias. Falta apenas poucos passos para que eu chegue até o local onde devemos cumprir a missão de libertar as pessoas das cidades perdidas, mas será cerro eu os tirar sabendo que estou presa em um "amor" completamente improvável? Ele não tende oque eu faço, meus costumes, não respeita as leis que eu sigo, não conhece ou não quer conhecer conhecer Poeta, quais são as chances de dar certo?

E por falar no Poeta, as vezes ouço sua voz suave ecoando dentro de mim e não entendo o por quê alguém tão magnífico feito ele, a própria bondade e misericórdia ainda quer falar comigo, ainda insiste em mim r ainda quer ter comunhão comigo, que a cada segundos estou o decepcionando.
Por estes dias dei meu corpo a ele, tão precioso como um diamante, morada do Poeta, que incansavelmente me incomodava e me dizia para não me entregar. Ainda não entendo a razão de eu me entregar tão facilmente, é como se a mais profunda magia desse reino tomasse minha mente ao ponto de eu não ser capaz de reagir ou pensar por mim mesma, como se ela tomasse meu corpo e me induz a ter olhos somente para o momento em que estou vivendo.

A magia acaba e não tenho cara para chamar o Poeta que não sei onde está. Acredito que esteja em qualquer lugar menos comigo, ele está triste diante de tamanha decepção e o mais assustador é que enquanto penso essas coisas coisas sinto como se eu me importasse embora eu sinta uma enorme saudade dele. Se eu chama-lo novamente ele me atenderia? Você viria me buscar e me socorrer? Peço que me ajude a me livrar dessa magia.

É posto uma venda em meus olhos, e meu coração se torna pedra para não sentir você, há tampões em meus ouvidos para que eu não ouça sua voz, mas no fundo de tudo eu ainda sinto uma fagulha de chama dentro de mim.

As vezes queria que meu direito de escolha fosse tirado de mim para que eu não cometa mais esses erros.
Poeta... você ainda me ouve?

eu nunca saí do seu lado, Adalia pelo contrário, eu estou no mesmo lugar esperando você voltar -disse o Poeta

– Poeta... não sei oque sinto. Não sei se é arrependimento ou remorso uma vez que arrependimento é a mudança de atitude e remosro são lágrimas de culpa, justamente oque estou fazendo agora. Eu, Adalia, não quero parar, mas pelo que o Soldado me confiou e talvez por você, eu quero. Meu espírito grita pela liberdade e sempre torço para que a magia não torne refém dela permanentemente e que meu coração não se incline para a maldade, mas ao mesmo tempo eu quero as coisas que estes reinos perversos oferecem mesmo sabendo que é ruim.

Adalia, vale mesmo a pena tudo isso? Vai quebrar a aliança? Você vai me deixar?

– eu... –sacudi a cabeça tentando afastar a voz– com quem estou falando? Não pode ser o Poeta, ele não ia querer falar comigo. Acho que nem mesmo uma guerreira eu sou agora. Eu deveria ir com ele e virar bruxa?

– Adalia, quem é você? Adalia, você vai se encontrar –disse o Poeta em meu coração

Uma enorme vontade de chorar quase incontrolável atinge meu peito, há um nó em minha garganta que me causa um mal estar. Poeta, o que esperar de mim mesma? Você sabe quem eu sou? Sabe até cada passo que ainda não dei, sabe que estou mais propensa para o mau do que para o bem, então por que me escolheu? Não há um dia que eu não pense em parar, não há um dia que eu não pense em retroceder, não quero ficar em cima de um muro de indecisão, eu quero estar ao lado do Poeta, mas as vezes me pego flertando com o mau e não consigo sair dele mesmo sabendo minha força para resistir

– Poeta, me socorre –digo com a voz embargada

Nate narrando

– ela me contou sobre você, Poeta. Você sabe que eu tenho raiva de tudo e todos que se envolvem com você desde aquele dia em que minha mãe mãe foi salva. Você sabe... minha avó era sua seguidora mas era louca... ela me jogou água fervendo dizendo que era a sua vontade já que descendo de bruxos graças ao meu pai -sem perceber começo a chorar diante desse desabafo- mas ela me disse algo e não gosto que ela tenha razão. Você não me fez nada e sim as pessoas que usaram seu nome em uma situação onde você era totalmente inocente. Eu fui usado por um kontrolluri e agora não quero mais isso. Sei que minha punição virá, mas não quero morrer como um vilão. Me dê a oportunidade de conhecer seu amor, o mesmo que você tem por Adalia e seus amigos, por favor

No mesmo instante enquanto eu chorava, um vento gelado tocou meu rosto, mas foi como se tivesse tocado minha alma que antes era aflita e ferida, agora sinto ela restaurada.
Um calor envolve meu corpo e imediatamente minhas lágrimas cessaram, mas o constrangimento de minha parte ao notar que estou diante de uma presença maior que qualquer outra no reino me toma e tudo que sou capaz de fazer é cobrir meu rosto

está tudo bem, Nate. Eu não vou te machucar, não tenha medo –disse uma voz suave

– Poeta?

você me chamou

eu sinto muito

Caio de joelhos chorando feito criança, sinto sua calorosa mão em minhas costas. Toda a minha dor estava saindo em forma de gritos e gemidos que estavam presos a muitos anos. O Poeta me abraçou me dizendo que está tudo bem, quando me senti calmo, tirei a mão do rosto decidindo olhar para ele, mas ele já havia ido embora.
Uma brisa suave atinge meu corpo trazendo um sorriso para meus lábios.

É ele

– muito obrigado. Mas ainda tem algo. Eu te imploro, se você ver que futuramente eu for voltar para os bruxos, peço que me deixe morrer antes que eu volte. Eu não quero ser o vilão de novo.

Dois dias depois

Takeshi não apresentou nenhum sinal de convulsão, pelo contrário, a casa dia que passa ele aparenta estar mais saudável. Decidimos então seguir com nossa viagem, na saída da cidade vejo Nate ajudando alguns moradores a carregar sacos de farinha. Ele me olha e me abraça em seguida, percebo que que seu rosto está mais iluminado e que seu abraço não é frio como antes

– muito obrigado por esses dias. Eu nunca vou esquecer você

– igualmente, Nate –me separo do mesmo– se cuida

E assim saímos da cidade. Meu coração está leve, sinto que não há mãos nada que possa me prender.
Takeshi está um pouco lento por conta do sono já que ele não dorme direito a noite com medo de ficar preso em sua mente de novo.

– agora poderá voltar a dormir –disse Meraki– não está mãos perto do ponto de contato

– eles estão perto, Meraki eu sei que estão. Não podemos relaxar

...

Um dia se passou e ainda não chegamos na missão que o Poeta tinha nos dito.
Estamos em um vale cheio de pedras, além de conter rochas e o só ser seco, o vento é frio e o sim das corujas a noite deixa tudo mais dramático.
Escutamos som de passos vindo até nós, um sinal de alerta dentro de cada um foi aceso e não imaginamos oque pode ser já que estamos andando no escuro sem nenhuma iluminação exceto a fraca luz lunar

O Soldado, O Poeta e o Rei [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora